"Somewhere ur not."

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Confiram os caps lindos(as)!

Epílogo - 1/3.

DOIS ANOS DEPOIS.

- Sim, sim. - Digo pelo telefone.

- É sério, Josh! É a temporada agora, porra. Você sabe que os relatórios são importantes pros narradores, e está ficando muito pra trás! - Minha chefe diz.

- Eu sei, chefe, mil perdões. Só estou tendo alguns problemas e...

- Josh, olha... Você não entende. Umas três pessoas já vieram até mim para pedir uma demissão sua. Estou segurando seus fios, e não é um pedido, eu PRECISO que você faça seu nó e recomponha suas merdas.

- Okay, prometo que vou fazer. - Limpo o fio de suor que escorria.

- Você só tem esse feriado de descanso. São quatro dias, e isso é muito. Preciso sem falta que me entregue os quatro relatórios sem a porra dum atraso na segunda feira, me entendeu?!

- Entendido chefe, não vou te decepcionar.  A linha bipa, insinuando o final da ligação.

Tombo minha cabeça contra o elevador, e parecia difícil puxar ar.

Quando finalmente abro a porta de casa, Any está com o computador na mesa da sala, com seus óculos pretos no rosto, e uma expressão nula, assim como tem sido á um mês.

Jogo minha mochila em um lugar qualquer da sala e encaro minha namorada.

- Não vai me dizer que a comida está na geladeira?

- A comida está na geladeira. - Ela diz friamente.

Riu, mesmo não sentindo nenhum tipo de graça.

- O que está fazendo agora? - Eu pergunto.

- Planejando algumas coisas com o...

- Cooper. Claro.

Ela não responde, e continua a encarar a própria tela na sua frente.

Bufo e me dirijo ao quarto, extremamente estressado. Any não pergunta o porque.

Sempre com a porta aberta, arranco minhas roupas e entro no banho. Todos os dias espero que ela entre junto.

Estamos á um mês sem conversar direito, transar, ver filmes, ou até mesmo comer juntos. Nem mesmo em finais de semana.

Parece que agora moro com uma estranha, que não tira os olhos do celular ou computador, uma estranha que nunca tem tempo.

Apoio meus braços no chuveiro, com o tanto de pressão preenchendo meus músculos.

Permito que meus olhos lacrimejassem, depois de tanto tempo. A vida parecia tão certa, até de repente, ela virar isso.

Não é como se tivéssemos brigado. Any só se afastou sem motivo, sem explicação, sem ressentimento.

Então é isso que acontece no longo prazo... O desinteresse. A perda da paixão. O que acontece é que comigo, isso não acontece. Ainda sou apaixonado nela, ainda preciso dela, ainda a acho a mulher mais linda que existe. Talvez eu não tenha sido capaz de me manter presente.

A água pelando arranhava minhas costas, e não parecia realmente interessar. Estou tão sobrecarregado que nem mesmo respirar estava conseguindo. Meus soluços quase saíam altos, se não fosse pela minha mão que tapa a boca.

Enquanto punha novas roupas, minha cabeça doía. Com o tempo, havia perdido a necessidade de chorar, até porque tenho a garota dos meus sonhos, tenho um emprego estável, uma casa, e amigos, por mais que um pouco distantes. Agora chorar era fora do comum, e machucava.

Begging | Beauany.Onde histórias criam vida. Descubra agora