III Stay.

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Já sabem que tem que ver o capítulo anterior.

Esse cap🥺.

{...}

Acredito que fiz algo parecido com uma mala. Que seja, não aguento mais. A tortura de pensar nela o tempo todo estava me matando á cada minuto.

São sete horas agora, nem vi o momento em que o sol desapareceu. Desde quando comprei essa passagem, não saí da cama e muito menos comi, na realidade, nem sinto fome, nem sinto dor.

Sou um completo vegetal ambulante, sem nenhum tipo de esperança. Perdi Megan, perdi Sina, perdi minha casa, perdi Any. Está tudo ótimo.

Estou completamente instável também. Não consigo definir entre culpa ou raiva. Odeio sentir isso, não saber definir o que você mesmo sente é extremamente ridículo.

Só falta aparecer um assaltante e me fazer perder meu dinheiro também.

Estava no ponto de não checar duas vezes o banheiro, para ter certeza se não esqueci nada. Estou pouco me fodendo se esqueci a porra da escova de dente ou o shampoo.

Minha cabeça está doendo, na verdade. Estou indo embora, e dessa vez está muito mais que claro que é exatamente isso que Any gostaria. Quero dizer, é de grande inocência minha achar que ela ainda poderia me querer... Não somos mais adolescentes, e por minha culpa, desenvolvemos vidas completamente distintas. Criamos diferentes ciclos e concepções, além de amores divergentes.

Nada disso importa mais. Estou indo, e dessa vez, é para valer. Não é como se estivesse orgulhoso da minha escolha, sei que não é a que devia tomar, mas parece a única possível. Achei que ainda a conhecia, acreditei que ainda poderia a ver.

É como se a sentisse por cada e todas as partes de mim, e ao mesmo tempo, não a sinto. Ela está me bloqueando.

Jogo minha mala em qualquer canto do carro, e encaro para o volante por longos minutos.

Não tenho coragem.

- Merda... - Sussurro para mim mesmo.

Antes que pudesse negar, estava indo para o apartamento dela. Não sei o que estou fazendo, alguém me faz parar.

- Vai Josh, dá meia volta.

Não a ver antes de ir faria as coisas quatrocentas vezes mais fáceis. Tudo que faço é só para foder mais e mais comigo mesmo.

Ela nem quer me ver, de qualquer maneira.

Havia um morador entrando, e com a maior delicadeza, consigo segurar o portão á tempo antes que fechasse. Não podia mais esperar que o porteiro a ligasse, e blá blá blá.

Não estou mais pensando no que faço quando entro no elevador.

- Droga, droga, droga! - Aperto meus próprios punhos.

Nem sei o que vou a dizer. Não sei pra que vim.

Acho que estou no décimo sétimo andar, apartamento 172. Seu rosto está caído, e a expressão obviamente triste quando me vê, mais uma vez tocando na sua porta.

Seu cabelo está solto, com uma blusa moletom preta que cobre quase toda suas coxas.

- E-estou indo para Nova York hoje. - Digo.

Vim me despedir?

Suas unhas apertam a porta.

Espero por uma resposta que nunca vem. Ela só me encarava, com uma expressão indecifrável e as mãos tremendo.

- É... Okay... - Eu digo.

Fecho meus olhos e começo á ir até o elevador, com ela observando cada passo meu.

Begging | Beauany.Onde histórias criam vida. Descubra agora