Capítulo 11

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- Quem é você? – perguntou, Bilbo, desesperado. Colocou a adaga na frente do corpo. 

- O que é ele, meu preciosso? - sussurrou Gollum (que sempre falava consigo mesmo por não ter ninguém mais com quem falar).

Era isso o que ele tinha vindo descobrir, pois na verdade não estava com muita fome no momento, apenas com curiosidade, do contrário, teria agarrado primeiro e sussurrado depois.

- Sou o Sr. Bilbo Bolseiro. Perdi meus amigos e não sei onde estou, e não quero nem saber, desde que consiga sair daqui.

- O que ele tem nas suas mãoses? - disse Gollum, olhando para a espada, da qual não estava gostando muito.

- Uma espada, uma arma que veio de Gondolin! – Bilbo tremia a espada em suas mãos.

- Sssss - fez Gollum, ficando muito educado. - Talvêiz cê se senta aqui e conversa com ele um pouquim, meu preciossso. Ele gosta de adivinhas, talvêiz ele gosta, né?

Gollum estava ansioso para parecer amigável, por enquanto pelo menos, e até que descobrisse mais sobre a espada e o Hobbit, se ele estava mesmo sozinho, se era bom de comer e se ele, Gollum, estava realmente com fome. Adivinhas eram a única coisa em que ele conseguia pensar. Propô-las, e às vezes respondê-las, tinha sido o único jogo que ele jogara com outras criaturas engraçadas sentadas em suas tocas muito, muito tempo atrás, antes que ele perdesse todos os seus amigos e fosse expulso, sozinho, e rastejasse para o fundo, para o escuro sob as montanhas.

- Muito bem - disse Bilbo, que estava ansioso para concordar, até que descobrisse mais sobre a criatura, se estava mesmo sozinha, se era feroz ou estava com fome. - Você pergunta primeiro - sugeriu, porque não tinha tido tempo de pensar numa adivinha.

- "O que tem raiz mas ninguém vê,

Sobe a não mais poder,

Vence a árvore mais alta,

Mas o crescer lhe falta?"

- Fácil! - disse Bilbo - Montanha, suponho.

- Esse aí adivinha fácil? Esse aí tem de fazer uma competição com nós, meu preciosso! Se o precioso perguntar e ele não responder, nós come ele, meu preciossso. Se ele perguntar e nós não responder, então nós faz o que ele quiser, hein? Nós mostra o caminho da saída, sim! "

- Tudo bem! – Bilbo concordou com a criatura, não ousando discordar –

"Trinta pôneis brancos num morro vermelho,

Primeiro mordiscam,

Depois eles ciscam,

Depois param sem relho."

- Moleza, moleza - sibilou ele. - Dentes! Dentes, meu preciossso, mas nós só tem seis! – sorriu para mostrar sua boca a Bilbo, que quase vomitou. Então declamou sua segunda adivinha –

"Sem voz geme,

Sem asa adeja,

Sem dente range,

Sem boca murmureja."

- Só um momentinho! - gritou Bilbo, que ainda estava pensando. Por sorte, tinha ouvido antes alguma coisa bastante parecida e, recuperando o raciocínio, conseguiu pensar na resposta. - Vento, vento, é claro – respondeu e ficou tão contente que inventou uma adivinha na hora. "Esta aqui vai quebrar a cabeça dessa criatura subterrânea nojenta", pensou –

"Um olho num rosto azulado

Viu um olho num rosto esverdeado.

'Esse olho é como este olho',

O Chamado Da Terra Média - Vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora