O Chamado Da Terra Média - Vol.1

Capítulo 17

- Poderíamos utilizar os cipós – Lira apontou para os cipós pendurados por todo o lado. – Alguém poderia ir por eles até o barco e amarrar uma corda para que os demais possam puxa-lo para esse lado do lado. – Lira ficou de pé – O que acham?

- É arriscado demais! – exclamou Ori

- Ori tem razão. Não iremos arriscar a vida de ninguém para atravessar esse riacho – Thorin se aproximou um pouco mais da margem, tentando enxergar o tal barco que os dois companheiros tinham avistado. – Vocês conseguem ver se o barco está preso com alguma corda? – voltou seu olhar ao Hobbit e a Lira.

- Acredito que não esteja preso. – respondeu a jovem, que aguçava os olhos o máximo que conseguia.

- Também acredito que não – confirmou Bilbo - embora, claro, eu não tenha certeza nesta luz. Mas me parece que ele só foi arrastado para a margem, que é baixa bem ali, onde a trilha desce até a água. – apontou em direção a outra margem do riacho.

- Vamos seguir o plano do Hobbit. – os outros começaram a verificar em suas bagagens se havia uma corta longa o bastante para alcançar o barco. Graças a Beorn, tinham várias cordas.

- Quem irá arremessar? – perguntou Lira.

- Dori é o mais forte, mas Fili é o mais jovem e ainda tem a melhor vista – disse Thorin. - Venha aqui, Fili, e veja se consegue enxergar o barco

Fili achou que conseguia, se aproximou da margem e ficou observando o rio por muito tempo para ter uma ideia da direção correta, os outros lhe trouxeram uma corda. Na ponta da mais comprida eles amarraram um dos grandes ganchos de ferro que tinham usado para prender seus alforjes às correias em seus ombros. Fili pegou o gancho, balançou-o por um momento e o lançou através do riacho. Caiu fazendo splash! na água!

- Não foi longe o suficiente! – Bilbo estava de olho na outra margem. - Mais um pouco e você teria conseguido jogá-lo no barco. Tente de novo. Não suponho que a magia seja forte o suficiente para lhe fazer mal se você só tocar um pedacinho de corda molhada.

Fili apanhou o gancho depois de puxá-lo para si de novo, cheio de dúvidas, mesmo assim. Dessa vez, lançou-o com grande força.

- Calma! – exclamou Lira - Você o jogou bem no meio da mata do outro lado agora. Puxe-o de volta gentilmente. - Fili arrastou a corda de volta devagar - Cuidado! Está em cima do barco, esperemos que o gancho fique preso.

Ficou. A corda se esticou, e Fili a puxou sem sucesso. Kili veio ao auxílio dele, e depois Oin e Gloin. Fizeram força, fizeram força, e, de repente, todos caíram de costas. Bilbo e Lira, que estavam de olho, pegaram a corda e, com a ajuda de um pedaço de pau, detiveram o pequeno barco negro conforme vinha rápido pelo riacho.

- Ajudem! – gritou Lira, que fazia força para deter o barco de sair flutuando pela correnteza.

- Estava preso, no fim das contas – disse Thorin, olhando para a amarra quebrada que ainda pendia dele. Ele olhou para Bilbo e Lira com um pouco de raiva, pois eles quase perderam o barco por uma suposição errônea - Foi uma boa puxada, meus rapazes, e foi bom também ver que nossa corda era a mais forte.

- Quem vai atravessar primeiro? - perguntou Bilbo tentando recuperar o folego

- Eu – Thorin já estava com um pé dentro do barco - Você e Lira virão comigo, e também Fili e Balin. É o máximo que o barco vai aguentar por vez. – todos concordaram - Depois virão Kili e Oin e Gloin e Dori. A seguir, Ori e Nori, Bifur e Bofur. Por fim Dwalin e Bombur.

- Sou sempre o último e não gosto disso – reclamou Bombur. - É a vez de outra pessoa hoje. Por que não deixa a senhorita ir por último? Ela é a mais pesada de todos nós!