Capítulo 20

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O peso do corpo de Lira não era quase nada para Legolas, então para ele foi um caminho tranquilo ate as profundezas da cidade real de Trevamata. O trajeto fora feito de forma silenciosa, pois tanto o príncipe como Tauriel estavam perdidos em pensamentos, porém eram pensamentos totalmente distintos – Legolas pensava na jovem em seus braços, na coragem e na peculiar joia que pendia em seu pescoço, ele buscava em sua mente onde já tinha visto uma joia parecida mas nada vinha; Tauriel, por outro lado, tinha seus pensamentos presos em um anão especifico, o qual chamara sua atenção pela beleza e pelo jeito encantador.

Para chegar a cela destinada a Lira, teriam que passar por toda masmorra, onde estavam presos os demais companheiros da jovem. Legolas já estava preparado para inúmeras reclamações, ofensas e pedidos para a liberação da jovem. Quando eles adentraram a parte das masmorras, o clima mudou, ficou mais frio e sombrio; as paredes daquele lugar eram diferentes das demais, ao invés de serem feitas de madeira como o restante da cidade eram feitas de esmeraldas; as grades eram entalhadas na pedra, que em nosso mundo é preciosa.

Assim que os anões repararam na movimentação na entrada das masmorras, ficaram de pé para ver se seus companheiros enfim teriam se juntando ao resto da comitiva. Quando viram o corpo da jovem desacordado sendo levado pelo elfo começaram a protestas e bater nas grades

- O que fizeram com ela? – gritou Gloin e Bofur

- Soltem-na agora, seu elfo desgraçado! – vociferou Dwalin e esmurrou com toda a sua força a grade de sua cela

- Lira! – chamaram-na Kili e Fili

Essas e outras exclamações puderam ser ouvidas rompendo o silencio que antes estava naquela masmorra fria dos elfos. Todos os anões estavam demasiados preocupados com a companheira de jornada. Mas, mesmo com toda a falação e gritaria, Legolas não se abateu, apenas continuou andando com Lira no colo, descendo cada vez mais.

- Onde vai leva-la? – perguntaram em um tom desesperado. Pois pensavam que ela estava morta.

Depois de descer mais dois lances de escada, deixando a gritaria um pouco para trás, Legolas parou em frente a uma cela vazia. Ali era demasiado frio e sombrio, isolada quase totalmente do restante da masmorra.

- Abra a porta para mim – pediu Legolas a sua companheira

A elfa, de cabelos castanhos, assentiu e abriu a porta pesada de esmeralda. Legolas adentrou com Lira e repousou seu corpo delicadamente sobre a "cama" – se aquilo poderia ser chamado assim. Era um pedaço da pedra de esmeralda mais reta que lembrava muito um banco – e se ajoelhou ao seu lado, o que causou um certo estranhamento em Tauriel

- Ficarei aqui um instante. Suba – ordenou em tom leve

Tauriel ficou um milésimo de segundo a mais, tentando processar a ordem de seu príncipe. "Por que ele quer ficar aqui com a humana?" sua mente martelava essa pergunta, mas não proferiu nenhuma palavra, apenas assentiu e saiu da cela, deixando a mesma aberta.

Quando Legolas reparou que Tauriel estava longe o suficiente e enfim estava sozinho, relaxou toda a musculatura, sentando no chão ao lado da cabeça da humana. Tirou uma bolsinha de couro que estava amarrada em sua cintura embaixo de sua blusa, dentro tinha um vidro âmbar com um liquido gosmento, um pano de linho branco. Legolas olhou em volta, certificando que estava sozinho, então abriu o vidro, despejou seu conteúdo no pano branco e elevou a mão ate a testa de Lira, onde tinha um grande corte o qual deixava seu rosto vermelho de sangue.

- Vai doer um pouco, mas prometo que será rápido – sussurrou, mesmo sabendo que a jovem não ouvia

Sei que vocês, meus caros leitores, estão se perguntando o por quê Legolas estava fazendo aquilo, afinal ele tinha brigado com a jovem a poucas horas atrás, além de odiar totalmente a raça dos humanos. Mas, não poderei dar a resposta para essa pergunta, pois nem mesmo Legolas sabia o por quê de estar fazendo aquilo, ele simplesmente estava fazendo o que o corpo e a mente gritavam para ele fazer.

O Chamado Da Terra Média - Vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora