Antes do amanhecer, a comitiva já estava de pé caminhando através dos carvalhos, sobre a grama verde e fofa. Lira e Thorin evitavam olhares, os dois ainda estavam constrangidos por causa da noite passada. A jovem tentava entender seus novos sentimentos e o anão estava receoso pela aproximação dela, afinal ele nunca tinha sentido o toque de um ser feminino antes.
Caminharam sem parar para descançar, precisavam chegar à casa de Beorn antes que os orcs os alcançasse. Já era o meio da tarde quando eles notaram que grandes aglomerados de flores tinham começado a aparecer, todas do mesmo tipo crescendo juntas, como se tivessem sido plantadas. Havia principalmente trevos, canteiros ondulantes de trevo-vermelho e trevo-roxo e amplos trechos de trevo-branco, baixinhos, de cheiro melífluo e doce. Havia um zumbido, um zunido e um resmungo no ar. Abelhas pairavam por todo lugar. E que abelhas! A comitiva nunca tinha visto nada parecido com elas.
- Se uma dessas me picasse – começou Bilbo - Eu incharia até ficar com o dobro do meu tamanho! – Lira riu da preocupação do pequeno
Mas, Bilbo tinha razão, as abelhas eram gigantes bem maiores do que grandes vespas. Os zangões eram um bocado maiores que o dedão de Bilbo, e as faixas amarelas em seus corpos negros e rotundos brilhavam como ouro fulgurante.
- Estamos chegando perto - disse Gandalf - Estamos na beira dos pastos-de-abelhas dele.
Depois de algum tempo, chegaram a um cinturão de carvalhos muito altos e antigos, e depois deles havia uma sebe alta de espinheiros, através da qual não se podia ver nada, nem passar.
- É melhor vocês esperarem aqui, Beorn não gosta muito de anões - disse o mago aos anãos que o olharam assustados - E, quando eu chamar ou assoviar, comecem a vir atrás de mim, vocês verão o caminho que vou seguir, mas só em duplas, vejam bem, com uns cinco minutos entre cada dupla de vocês. Bombur é o mais gordo e vai valer por dois, é melhor que ele venha sozinho e por último. Eu irei com Bilbo e com Lira. Há um portão em algum lugar por aqui.
E, dizendo isso, ele prosseguiu ao longo da sebe, levando Bilbo e Lira consigo. Eles logo chegaram a um portão de madeira, alto e largo, além do qual podiam ver jardins e um conjunto de edifícios baixos de madeira, alguns cobertos de palha e feitos com troncos rústicos: celeiros, estábulos, armazéns e uma grande casa baixa de madeira. Do lado de dentro, do lado sul da grande sebe, havia filas e filas de colmeias com topos em forma de sino, feitos de palha. O barulho das abelhas gigantes voando de lá para cá e rastejando para dentro e para fora enchia todo o ar.
O mago, o Hobbit e a jovem empurraram o portão pesado e rangente e desceram uma trilha larga na direção da casa. Alguns cavalos, muito esbeltos e bem tratados, trotaram através da grama e olharam para eles atentamente, com caras muito inteligentes, depois, lá se foram galopando rumo aos edifícios.
- Foram contar a ele sobre a chegada de estranhos - explicou Gandalf.
Logo alcançaram um pátio, do qual três paredes eram formadas pela casa de madeira e suas duas alas compridas. No meio estava um grande tronco de carvalho com muitos galhos cheios de volutas. De pé ali perto havia um homem enorme, com barba e cabelos negros e espessos, grandes braços e pernas nus musculosos. Estava vestindo uma túnica de lã que ia até os joelhos e se apoiava num grande machado. Os cavalos estavam ao lado dele, com os focinhos na altura de seu ombro.
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O Chamado Da Terra Média - Vol.1
FanfictionAs únicas aventuras que Lira Smith teve foram as contidas nas páginas dos livros de fantasia. Bom, até agora! Tudo começou quando Lira recebe um pedaço de papel com algumas frases escritas em um dialeto desconhecido. A jovem, pensando que são apen...