Capítulo 14

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Antes do amanhecer, a comitiva já estava de pé caminhando através dos carvalhos, sobre a grama verde e fofa. Lira e Thorin evitavam olhares, os dois ainda estavam constrangidos por causa da noite passada. A jovem tentava entender seus novos sentimentos e o anão estava receoso pela aproximação dela, afinal ele nunca tinha sentido o toque de um ser feminino antes.

Caminharam sem parar para descançar, precisavam chegar à casa de Beorn antes que os orcs os alcançasse. Já era o meio da tarde quando eles notaram que grandes aglomerados de flores tinham começado a aparecer, todas do mesmo tipo crescendo juntas, como se tivessem sido plantadas. Havia principalmente trevos, canteiros ondulantes de trevo-vermelho e trevo-roxo e amplos trechos de trevo-branco, baixinhos, de cheiro melífluo e doce. Havia um zumbido, um zunido e um resmungo no ar. Abelhas pairavam por todo lugar. E que abelhas! A comitiva nunca tinha visto nada parecido com elas.

- Se uma dessas me picasse – começou Bilbo - Eu incharia até ficar com o dobro do meu tamanho! – Lira riu da preocupação do pequeno

Mas, Bilbo tinha razão, as abelhas eram gigantes bem maiores do que grandes vespas. Os zangões eram um bocado maiores que o dedão de Bilbo, e as faixas amarelas em seus corpos negros e rotundos brilhavam como ouro fulgurante.

- Estamos chegando perto - disse Gandalf - Estamos na beira dos pastos-de-abelhas dele.

Depois de algum tempo, chegaram a um cinturão de carvalhos muito altos e antigos, e depois deles havia uma sebe alta de espinheiros, através da qual não se podia ver nada, nem passar.

- É melhor vocês esperarem aqui, Beorn não gosta muito de anões - disse o mago aos anãos que o olharam assustados - E, quando eu chamar ou assoviar, comecem a vir atrás de mim, vocês verão o caminho que vou seguir, mas só em duplas, vejam bem, com uns cinco minutos entre cada dupla de vocês. Bombur é o mais gordo e vai valer por dois, é melhor que ele venha sozinho e por último. Eu irei com Bilbo e com Lira. Há um portão em algum lugar por aqui.

E, dizendo isso, ele prosseguiu ao longo da sebe, levando Bilbo e Lira consigo. Eles logo chegaram a um portão de madeira, alto e largo, além do qual podiam ver jardins e um conjunto de edifícios baixos de madeira, alguns cobertos de palha e feitos com troncos rústicos: celeiros, estábulos, armazéns e uma grande casa baixa de madeira. Do lado de dentro, do lado sul da grande sebe, havia filas e filas de colmeias com topos em forma de sino, feitos de palha. O barulho das abelhas gigantes voando de lá para cá e rastejando para dentro e para fora enchia todo o ar.

O mago, o Hobbit e a jovem empurraram o portão pesado e rangente e desceram uma trilha larga na direção da casa

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O mago, o Hobbit e a jovem empurraram o portão pesado e rangente e desceram uma trilha larga na direção da casa. Alguns cavalos, muito esbeltos e bem tratados, trotaram através da grama e olharam para eles atentamente, com caras muito inteligentes, depois, lá se foram galopando rumo aos edifícios.

- Foram contar a ele sobre a chegada de estranhos - explicou Gandalf.

Logo alcançaram um pátio, do qual três paredes eram formadas pela casa de madeira e suas duas alas compridas. No meio estava um grande tronco de carvalho com muitos galhos cheios de volutas. De pé ali perto havia um homem enorme, com barba e cabelos negros e espessos, grandes braços e pernas nus musculosos. Estava vestindo uma túnica de lã que ia até os joelhos e se apoiava num grande machado. Os cavalos estavam ao lado dele, com os focinhos na altura de seu ombro.

O Chamado Da Terra Média - Vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora