Capítulo XIV: Sobressalto

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Notas iniciais: akakakakak chegou tarde mas chegou, bixa quase que eu esquecia do capítulo 🤭🤭

Pov Luz


Luz: sobre meu pavor de barcos… -começou sentindo a Blight mirar seu rosto, que estava deitada em seu peito -foi por causa de um deles que minha mãe morreu -revelou entrando num silêncio curto antes de continuar -quando eu tinha dezesseis anos, tivemos que nos mudar da cidade em que havíamos acabado de chegar. Era um lugar muito pequeno e conservador no texas, e eu acabei namorando uma garota de lá. É claro que a familia dela arrumou um jeito de nos separar, eles fizeram-a aceitar um casamento arranjado. No dia em que ela terminou comigo, acabou sendo assassinada por um carro desgovernado na minha frente, bem na porta da minha casa.
Amity: ohh -disse chocada, imaginava que deveria ter sido um dia de merda para a Noceda.
Luz: é claro que haviam fofocas e boatos sobre a minha sexualidade, e sobre os meus encontros com ela assim que cheguei na cidade, além de que como semideusa, sempre aconteciam coisas estranhas por onde eu passava. Algum acidente misterioso com coisas que não podiam ver ou… prever. Mesmo protegida pelo colar eles ainda estavam por perto, esperando nas sombras qualquer falta de cuidado que algum semideus desse. Sempre fui vista como uma presença que devia ser evitada, e nessa cidade não foi diferente, depois da morte dela a minha mãe comprou duas passagens de navio para bem longe dali… iríamos começar uma vida nova, mais uma vez -pontoou sentindo a Blight entrelaçar seus dedos -então entramos no navio e… o tempo começou a mudar, de repente estávamos tentando não cair para fora do barco pois estava fora de controle. Acabamos batendo em uma rocha gigante que furou o navio e o fez afundar. Os sobreviventes boiavam se agarravam nos destroços quando não eram puxados pela correnteza, a minha mãe não teve tanta sorte… ela me salvou… o líder do navio me puxou para cima enquanto sua mão escorregava da minha e ela se perdia embaixo d'gua, e o homem me impedia de ir atrás dela -suspirou tentando não deixar que aquilo lhe afetasse -quando passamos pela baía das sereias, eu as vi -revelou vendo a filha de Afrodite se levantar de seu peito ainda prestando atenção em si, permanecendo apoiada sobre seus antibraços numa altura mais elevada que a latina, que fitava o teto deitada no travesseiro -elas diziam que me perdoavam, por toda a merda que eu havia causado -falou com a voz embargada sem conseguir evitar que as suas mágoas não viessem a tona.
Amity: aquilo não foi culpa sua.
Luz: mas eu sempre senti como se fossem… eu deveria ter me esforçado mais, não me envolvido com a garota… não teríamos saído da cidade, as duas estariam vivas -finalizou sua história com a constatação que fizera para si mesma durante anos. Amity não sabia oque dizer, soaria repetitivo e ineficiente dizer o quanto nada daquilo era culpa da Noceda, ela precisava entender aquilo para si mesma, ninguém conseguiria tirar aquela culpa de seu coração, apenas ela. Ela precisava se perdoar.
Amity: eu sinto muito… -falou depois de um tempo, sentira pela dor da filha de Ares.
Luz: eu também… sobre você e oque passou -disse vendo a Blight voltar a deitar em si, momento que não durou muito, pois ouviram batidas na porta e se levantaram, constatando que era a vez de Luz fazer a vigília.
Amity: oque foi aquele barulho?
Catra: ah, foi só uma baleia idiota que pulou do nosso lado e esbarrou no barco -respondeu dando de ombros e entrando na sua cabine. Amity não permaneceu dentro do barco, acabou subindo para ficar com a Noceda. Temia que ela entrasse em outra luta e deixasse seu orgulho tomar conta de suas atitudes novamente, levando-a a se machucar sozinha pela falta de ajuda.
Quando saíram para o lado aberto do navio, o tempo e o mar pareciam estar ao seu favor, foram várias horas de espera e nada de Hipocampos a filha de Ares começara a achar que acabariam chegando na ilha da velha maneira, o pior de tudo era que a comida parecia que não ia durar.

Amity estava apoiada na borda do navio com seu binóculos quando avistou algo a frente.

Amity: oque? -indagou vendo a figura borrada de algo que se mostrou ser um outro navio.
Luz: disse algo?
Amity: temos companhia -falou dando o binóculos a latina que fitou o mesmo lugar que a Blight havia mencionado -"a filha dos mares encontrará".
Luz: a profecia, será uma filha de Poseidon?
Amity: veremos -disse subindo no piso superior e cordenando o volante do barco para a direção daquele outro navio.
Luz: acredita que devemos confiar nisso? Piratas não costumam ser os melhores, mesmo se a teoria da filha de Poseidon estiver certa.
Amity: você tem razão -constatou agora temerosa sobre aproximar seu navio dos desconhecidos.
Luz: vou chamar as garotas -disse correndo para as cabines. Logo todas voltaram com suas espadas em mãos, Adora observava o navio com o binóculo avistando uma figura familiar.
Adora: Mermista?
Mermista: loira do tchan? -falou corando -oque fazem aqui? -questionou vendo o navio de Adora caminhar junto com o seu.
Adora: estamos numa missão.
Mermista: que tipo de missão?
Adora: Hécate desapareceu, a névoa está sumindo e os humanos estão começando a se darem conta do nosso mundo. Sem falar que os itens mágicos que escondiam a presença dos semideuses não estão mais funcionando.
Mermista: bem que eu senti algo errado, na última ilha que pisamos tudo parecia ter um clima meio pesado, como se a má sorte tivesse coberto o lugar.
Catra: e quem é essa aí? -indagou a filha de Hermes para Adora.
Adora: ah…
Mermista: sou Mermista, filha de Poseidon -disse fazendo Luz e Amity se entreolharem.
Luz: você está na profecia.
Mermista: como é?
Amity: "a filha dos mares encontrará", só pode ser ela -falou olhando para a filha de Hermes que parecia um tanto estranha para a esverdeada. Mas com um pouco de observação, percebendo o jeito que a filha dos mares olhava para Adora não foi difícil para Amity adivinhar o motivo da mudança de Catra.
Mermista: e oque eu preciso fazer?
Luz: não sabemos, tudo oque a profecia disse sobre você foi esse único trecho.
Adora: talvez possa nos ajudar, estamos procurando uma escama de Hipocampus.
Mermista: você quer dizer aqueles? -indagou apontando para trás de seu barco, onde haviam várias das criaturas acompanhando a filha de Poseidon, todas olharam de uma só vez e ficaram boquiabertas -não é possível arrancar a escama de suas caldas, eles odeiam.
Catra: e agora?
Mermista: precisamos pegar uma que caia de forma natural -disse a garota começando a tirar as vestimentas ficando apenas de roupa íntima, fazendo Adora corar, Catra cruzar os braços enciumada e Amity mirar Luz, que olhava para o outro lado disfarçando. A filha de Poseidon simplesmente se jogou dentro d'gua e brincou com as criaturas, montando em cima de um e dando voltas acerca do navio com seus companheiros atrás, que faziam acrobacias parecendo estar animados.
Catra: não sabia que ela fazia parte do circo -sussurrou baixo mas conseguindo ser ouvida pela filha de Afrodite, que riu em zombaria do ciúmes da filha de Hermes. A qual fez questão de mirá-la irritadiça.

Em busca da Deusa perdida (Lumity Beta)Onde histórias criam vida. Descubra agora