Capítulo XVI: Nova tripulante

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Notas iniciais: faltam só mais três caps pra acabar 🤧

Pov Luz


Depois que caiu agarrada à Boscha para fora do barco sentiu o impacto da explosão jogá-las para longe e as ondas ajudarem com esse trabalho, a armadura da rosada contribuiu para a proteção da latina contra o impacto do estouro, mas para a infelicidade de Boscha ela estava com muita armadura, a água ocupou rápido o pesado ferro negro e pesou-a para baixo do mar.

Depois de muito lutar para se manter na superfície, a Noceda conseguiu agarrar-se a algum destroço que havia sido jogado para longe pela explosão do navio. Ela não enxergava em direção nenhuma o barco de Mermista, havia engolido tanta água que mal conseguia parar de tossir. Quando subiu no pedaço de madeira flutuante sequer conseguiu manter-se de olhos abertos e logo apagou por um bom tempo.

Muitas horas depois...

---: olá? É a sua primeira vez conosco? -disse uma moça olhando-a de cima um pouco inclinada. Com esforço a latina percebeu que estava deitada na areia e em terra firme.
Luz: o-oque? -falou tossindo em seguida sentindo sua garganta arranhar devido a enorme quantidade de sal que engolira. Antes de apagar novamente pelo cansaço.

Em outro momento, a Noceda acordou em uma cama, estava em um quarto bonito, limpo e de roupas trocadas. Assustou-se de imediato pois não sabia de que forma havia parado ali e olhou para o seu dedo, vendo a espada em forma de anel que sempre voltara para si não importava onde perdesse. O local era tão aconchegante que quase fizera a latina esquecer que era uma semideusa e tudo sempre era uma questão para se duvidar. Mas ela estava cansada, faminta, confusa e de repente estava em um lugar que lhe oferecia segurança e estava em terra firme, aquilo parecia bom demais para ser verdade. Com esse pensamento se lembrou de Amity e em como ela parecia ferida no último combate, preocupando-se imensamente sobre onde as meninas deveriam estar.

Pensando nisso, Luz saiu do quarto segurando firme seu anel para se prevenir de qualquer perigo que se mostrasse, mas surpreendentemente só oque viu ao espiar em várias janelas foram moças parecendo estar confortáveis, bebendo coquetéis em redes e lendo revista. Ainda duvidosa sobre que tipo de lugar era aquele, Luz procurara algum meio de se comunicar, talvez um telefone, um dracma e uma fonte para mandar uma mensagem de Íris, mas não achara nada. Entrou dentro de um quarto aparentemente silencioso e o fechou planejando não fazer barulho, permanecendo de costas e tomando cuidado ao fechar a porta.

---:está gostando do spa, minha querida? -questionou uma voz feminina atrás de si assustando a Noceda, que se virou ainda sem ativar a sua espada.
Luz: a-ah, sim! Estou gostando muito daqui -disfarçou prestando mais atenção à moça, ela estava sentada numa mesa de tear enorme e a peça de tecido que construia era tão deslumbrante tanto quanto ela própria. Tinha cabelos escuros trançados com fios de ouro, seu vestido era preto e ela tinha olhos verdes hipnotizantes num tom tão desconfiado quando o seu próprio estado de espírito que escondera.
---: como se chama, minha jovem?
Luz: Luz -disse simples.
---: muito prazer, Luz. Meu nome é C.C -falou se levantando -estou contente por você ter vindo. Me informaram que estava desacordada na praia.
Luz: ah… sim... eu tive um episódeo infeliz. Sem querer cai do barco de viagem em que estava -falou superficialmente, buscando não parecer uma fugitiva. Nesse momento, uma gaiola no fundo do quarto começou a balançar, os porquinhos da índia de dentro se tornaram totalmente agitados. No mesmo instante, C.C pareceu despertar, caminhou até a Noceda e desatou a falar em tom animado.
C.C: há tantas coisas para fazer, precisamos cuidar das suas roupas, do seu cabelo -disse tocando o ombro da latina e abrindo a porta a guiando para fora.
Luz: oque há de errado com o meu cabelo? -indagou com um sentimento de tristeza que instantaneamente percebeu que não era seu. Aquela mulher tinha alguma habilidade manipulativa, um semideus inexperiente teria caído nessa facilmente. Luz permaneceu fingir que as palavras daquela mulher lhe afetavam, mas por vezes elas realmente a afetavam e Luz precisava lutar consigo mesma contra aqueles sentimentos, C.C era realmente hipnotizante.
C.C: aqui você irá poder fazer qualquer coisa que quiser, ser quem você quiser ser.
Luz: ser quem eu quero ser -repetiu a fala da mulher dizendo um sonoro "não" em sua mente.
C.C: isso minha querida, para uma feiticeira como eu tudo é possível -e lá estava.
Luz: feiticeira?
C.C: sim, minha querida -falou fazendo uma chama dançar em suas mãos -minha mãe é Hécate, deusa da magia. Sei que seu pai é Ares e normalmente eu prefiro as jovens com mães sendo Deusas, mas há algo diferente sobre você.
Luz: sobre mim?
C.C: isso, você não quer estar na sombra do seu pai, isso te faz explêndida! -disse animada, causando até uma felicidade momentânea na latina a qual ela não fez questão de lutar contra. Mas então lembrou "A filha da magia trairá e dela a base retornará". Seria possível não ser Sombria a grande vilã da história? Pensou enquanto a moça tagarelava em seus ouvidos -fique comigo, Luz. Comigo você aprenderá a dobrar os outros a sua vontade, será uma exímia feiticeira, se tornará imortal! -ela fazia promessas realmente boas, Luz mantevesse em silêncio, C.C parecia um nome familiar, isso a fez repetir o nome como um mantra em sua mente enquanto deixava a mulher ansiosa por uma resposta.
Luz: deixe-me voltar ao meu quarto um minuto, eu deixei algo importante pra mim em cima da cômoda -pediu vendo-a assentir.
C.C: é claro minha querida, depois disso… você verá como será incrível a sua entrada ao nosso grupo -falou convicta -estarei aguardando na biblioteca -disse sumindo da vista da Noceda que correu até a sala do porquinho da índia. Havia lembrado das lendas mitológicas sobre uma ilha dominada por uma feiticeira chamada Circe que transformara as pessoas em animais, mais precisamente homens. Naquele dia Luz estava se sentindo imensamente sortuda pois não achara que as multivitaminas de Hermes que havia conseguido em uma de suas viagens fossem realmente ter alguma utilidade para si, sabia que elas costumavam ser uma erva anuladora da magia e por consequência, dos poderes de Circe. Assim, jogou uma delas dentro da gaiola, vendo os porquinhos da índia comerem e se tornarem pessoas em tamanho real, haviam vários homens mas apenas uma garota estava lá dentro. Ela tinha cabelos pretos, curtos, vestia roupas em tom verde e era pálida, foi até a mesa recuperando uns óculos fundo de garrafa que deveriam ser seus.
---: quem é você?
Luz: eu sou Luz. Acabei parando nessa ilha desconhecida e lembrei da ilha de Circe, e de como ela costumava transformar pessoas em animais. Mas oque você está fazendo aí? Pensei que ela só prendesse os homens.
---: eu me neguei a fazer parte de seu grupo de feiticeiras, então ela me transformou numa roedora -disse desgostosa e até um pouco irritadiça -agora precisamos sair daqui, ela já deve estar atrás de você -falou saindo pela porta junto com todos os outros homens, que se espalharam pelo lugar.
Luz: qual o seu nome?
---: eu me chamo Willow, sou filha de Atena.
Luz: então, você tem um plano?
Willow: é claro. Existem vários barcos no cais da ilha, o plano é roubar um deles -falou entrando num quarto e vasculhando uma bolsa que aparentemente estava escondida, tirando algo de lá de dentro.
Luz: oque é isso?
Willow: a garrafa térmica de Hermes, ela tem o poder de liberar os ventos dos quatro cantos da terra.
Luz: uou -disse sendo puxada pela filha de Atena, levando-a por um caminho que a latina não conhecia. Luz já podia ouvir os gritos de alguns homens, que não tiveram sorte ao serem capturados novamente. Saíram por uma porta dos fundos que dava acesso à praia, haviam navios e barcos médios ali, mas a filha de Atena embarcou num dos pequenos.
Willow: essa é a melhor escolha, vamos chamar menos atenção -disse vendo a latina montar a bordo, ela só queria estar bem longe dali o mais rápido possível. Empurrando juntas o barco para a água, entraram nele e a filha de Atena abriu a garrafa empurrando ambas para longe dali.

A Noceda via a ilha de Circe se distanciar cada vez mais, avistando também a feitiçeira de longe parecer irritada ao ver as duas fugindo e distantes demais para que ela pudesse fazer algo, isso a deixava aliviada na mesma proporção que lhe perturbava, o quão longe estava das garotas?

Willow: puta merda, aquilo são Górgonas? -disse atraindo a atenção da latina que olhou fixamente para o trecho de terra que se aproximava mirando bem a imagem de uma criatura com cabeça de cobra suspender Amity pelo pescoço.
Luz: ENCOSTA!
Willow: que? Não pira, você quer nos matar? Mas nem fuden…
Luz: WILLOW, aquela é a minHA NAMORADA, ENCOSTA ESSE BARCO -falou fazendo menção de pular, sentindo alívio quando viu a filha de Atena habilidosamente mudar a direção do barco chegando cada vez mais perto da ilha até estacionarem com a força do vento o barco na areia. Imediatamente Luz pulou do barco sacando sua espada e correndo, pegando impulso com a lâmina e saltando, perfurando a cabeça da Górgona com a espada curta e fazendo-a se transformar em poeira dourada, derrubando a Blight no chão que tossia sem conseguir abrir os olhos direito -Amity… Amity, fala comigo -pediu segurando a garota em seus braços, vendo quando Adora aproveitou que a outra Górgona estava ocupada demais com Mermista e Catra para cortar sua cabeça fora, mandando-a para o tártaro novamente.

Luz acariciava o rosto da garota vendo-a sorrir de um jeito bobo.

Amity: estamos no elísios? -indagou vendo a latina sorrir. Ela havia sentido falta do sorriso da filha de Afrodite.
Luz: quem sabe quando morrermos -disse vendo o sorriso da esverdeada morrer transformando-se em uma expressão de choque. Ela se levantou sem se preocupar com a tontura em fazer aquilo muito rápido e beijou a Noceda, circundando seu pescoço com um dos braços enquanto trazia-lhe para mais perto segurando sua nuca. Luz havia sentido muita falta daquilo.

Amity: você tá viva… -falou dando mais um beijo na latina, que assentiu -você tá viva -constatou para si mesma acariciando o rosto da filha de Ares enquanto procurava qualquer cicatriz que pudesse tê-la machucado, ao mesmo tempo que guardara em sua memória os detalhes da semideusa, lhe dando outro beijo no final disso.

Notas finais: iai estão felizes agora? 🌚☕👌🏽

Em busca da Deusa perdida (Lumity Beta)Onde histórias criam vida. Descubra agora