— Não vou com vocês. Seu assassino! Você matou ele, o enviando naquela missão! — Gritei na cara deles, sem me importar com quem pudesse ouvir. Charles Rodwell endureceu o semblante.
— Sei que está abalada, mas não deixarei que me acuse de algo assim, Srtª. Allen. Acha que eu mataria meu próprio filho? Está perturbada. Por favor, seja razoável e se controle.
— Emmy, por favor. É verdade o que ele diz. — Susan declarou me deixando perplexa.
― Saiam daqui. Não quero vê-los nunca mais. — Isso era a mais pura verdade. Nunca mais queria cruzar com nenhum deles pelo resto da vida. Já haviam me causado muito mal, deixado marcas demais e amargas.
— Você vem conosco, Srtª. Allen. Seus talentos são muito úteis para nós. Tem um laço conosco — olhei o homem de terno alinhado na minha frente e tomada de ódio por perceber tamanha frieza diante da perda do próprio filho, o respondi.
— Você só me levará daqui se eu estiver morta, entendeu? — seus olhos brilharam diferentes, com ódio mortal.
— Sr. Rodwell, dê um tempo para ela se acalmar — Ethan falou e Charles só o encarou saindo logo em seguida.
— Emmy, por favor entenda que seu lugar é ao nosso lado.
— Saia daqui, Ethan. E não volte nunca mais! Não quero ver nenhum de vocês. — Seus olhos azuis expressaram dor e agonia. Mas eu não me importava. Queria que algo fizesse a dor no meu peito parar. Queria ficar longe de tudo isso.
— Só não torne as coisas difíceis para você.
— Vá-embora-daqui! — Disse com meus dentes cerrados. Depois que ele saiu e fiquei sozinha com Susan, desabei novamente. Chorando.
Por fim me levantei e troquei de roupa. A cerimônia para Benjamin, seria logo mais. Não sei se teria forças para tal ocasião. Meu coração batia em dor a cada hora que faltava para tal. Susan não me deixou por um minuto. Chegamos ao local reservado para o enterro, eu mal me aguentava e quando fixei os olhos sobre o caixão de madeira lacrado, me entreguei a dor. Benjamin estava lá dentro. Tudo estava acabado. Cada minuto ali fazia uma parte de mim também adormecer e os momentos de despedida me jogaram na vala junto com ele. Eu simplesmente não queria acreditar que eu o tinha perdido. Como eu iria seguir de agora em diante, se tudo lembrava ele?
Agarrei o cordão com o pingente de Aquário, minha única lembrança que guardava dele. Ethan e os outros ficaram de longe me observando, mas não se aproximaram como eu havia pedido. Logan tentou conversar, mas eu simplesmente o ignorei.
Chegando em casa, tomei a decisão de viajar o quanto antes para os meus pais. Queria ir para casa, para minhas coisas e me afastar de tudo que me lembrava da dor. Pegamos nossas coisas e seguimos rumo a Nova York.
Quase um ano longe de casa. Suspirei a caminho do lugar, que neste momento se tornou meu refúgio. Susan segurou minha mão em todo o percurso. Quanta coisa havia mudado, como amadureci. Provei coisas das quais não imaginava viver quando saí daqui. O táxi parou em frente de casa e um sentimento parecido com nostalgia tomou conta de mim. Eu estava realmente aqui? Fiquei olhando a casa de três andares, localizada na área nobre da cidade em Upper West Side. Susan se despediu de mim.
— Boa sorte, Emmy. Te ligo mais tarde para saber como está.
— Tudo bem. — Nos despedimos e saí do carro. Peguei minhas malas e me dirigi até a entrada principal. Respirei fundo com a mão na maçaneta da porta. Girei minhas chaves e ouvi um click para abrir. Olhei ao redor da sala principal, tudo como deixei há quase um ano atrás. Era bom de certa forma estar aqui. Uma figura apareceu na sala e correu ao meu encontro me enlaçando num abraço apertado: Minha mãe. Eu chorei ali no seu ombro, abraçando-a emocionada.
— Calma, meu bebê. Está em casa agora. Quanta saudade, meu amor. — alisou meus cabelos.
— Eu também senti, mãe. Está tudo tão diferente comigo.
— Oh, meu amor. Você amadureceu. Só isso. Crescer implica mudar. Não tem problema em se sentir assim.
— Senti falta do seu colo, sabia. Amadurecer dói tanto.
— Eu sei. Não se preocupe. Aqui você pode voltar a ser nossa menininha. — Eu sorri em meio ao choro. Este era o melhor lugar para eu estar neste momento.
Minha mãe caminhou comigo para o meu quarto. Abri a porta e me familiarizei com o lugar. Tudo estava do jeito como deixei. Paredes brancas. Cortinas bege. Minha mesa, minha cama macia. Me lembrei de como era bom dormir com Ben na cama dele. Droga. Preciso parar de pensar. Fui até meu closet e passei as mãos sobre minhas roupas, meu banheiro. Caminhei até a janela, empurrando a cortina de lado e abri, deixando o ar frio entrar. Minha mãe permanecia parada no meio do quarto. Eu a olhei e sorri.
— Está tão diferente, Emmy. O que aconteceu que te mudou tanto? — E a dor com o nó na garganta retornaram novamente. As lágrimas me escaparam e eu não consegui frear meu desespero. E solucei. Minha mãe me acolheu em seus braços. — Se apaixonou, não é?
— Sim, mamãe. E ele me deixou. Está morto, mãe! Ele se foi...
— Oh, querida. Que horror! Me conte o que houve. — Olhei para ela fungando. Essa história era longa e envolveria também segredos que ainda não tinham sido revelados.
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🔞 Áries Insaciável- Zodíaco CONCLUÍDO
Science-FictionEmmy Allen está prestes a descobrir o que realmente significa ter sua vida virada de cabeça para baixo. Com seus objetivos universitários claros, ela é atraída pelo enigmático Benjamin Rodwell, o bad boy que tem todas as garotas a seus pés. Mas, qua...