Capítulo 56

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Eu andava de um lado a outro desde que trouxeram Susan e a arrastaram para uma dessas celas horríveis. Eu não poderia imaginar o que estaria passando estando no seu estado. Eu havia dito para que conversasse com Logan porque ele tinha o direito de saber mesmo que não estivessem mais juntos. Mas Susan era irredutível e ela era minha amiga, meu dever era apoiá-la no que precisasse.

Ouvi a porta abrir e fiquei confusa. Nunca tinham vindo me ver desde que cheguei aqui. Dois homens enormes entraram e se aproximaram de mim.

— Bruce a aguarda. — Um deles falou e tentou segurar em meu braço, mas eu me esquivei.

— Não toque em mim. — Um sorriso se formou em seus lábios.

— Vou adorar te torturar, sua vadia. Anda logo. ― Me empurrou para fora da sala. O corredor era enorme e comprido e tinha pouca iluminação. Olhei para a porta pela qual eu tinha passado e vi que era feita de material como vidro, pois eu podia ver o interior do quarto mesmo com ela fechada.

— Pensou que ficava em privacidade? — A voz do homem me arrancou do meu estado de torpor. Do lado de dentro não podíamos ver do lado de fora. — Agora caminhe. — O homem me deu outro empurrão forte para que continuasse a andar. Muitas salas como a minha estavam vazias, mas em uma delas pude ver Taylor sentado no chão com as mãos apoiando na cabeça e isso cortou meu coração. Mais a frente Jennifer estava deitada e parecia falar consigo mesma. Tentei me aproximar mas os homens agarraram o meu braço e me arrastaram para longe. Viramos para outro corredor e entramos num elevador e descemos dois andares. As portas se abriram e fui levada até uma sala pequena.

Assim que entrei vi o homem que fingiu ser meu pai me encarando. Sem o rosto que muitas vezes enxerguei o amor, a ternura que só um pai tinha por seu filho. Tudo mentira. Foi tudo fingimento todos esses anos. Isso me fazia questionar onde estariam meus pais verdadeiros. Talvez estivessem mortos e esse pensamento fazia meu estômago se contorcer em repulsa.

— Olá, Emmy — Sua voz e seu sorriso desencadearam em mim uma onda de cólera que obscureceu minha mente. Queria ir até ele e fazê-lo pagar por tudo o que fizeram. Mas eles eram três e eu apenas uma. E eu não tinha ideia do que queriam comigo. Precisava pensar com clareza. Olhei ao redor e vi uma cama, amarras e uma mesa com inúmeros instrumentos metálicos que não precisava conhecer para saber o que pretendiam e tive de engolir a náusea com a visão e tentar esconder o pânico que se instalou em meu interior. Os dois homens me agarraram pelo braço e eu tentei me soltar. Debati e até consegui chutar um deles que me amaldiçoou por isso. Mas Bruce entrou em ação acertando um grande golpe na minha cabeça, fiquei tonta. Quando recobrei a razão, ainda estava na maldita sala e os três homens ali. Mas já estava amarrada à cama com fivelas apertadas de couro envolta dos pulsos, tornozelos e ao longo do tronco. Não conseguia me mover.

— EU JÁ DISSE QUE VOU MATAR FREDERICK, CARALHO! — Benjamin gritava exaltado e tomado de desespero e dor, estava do outro lado da sala e observou quando Emmy entrou arrastada pelos homens. Viu sua expressão de pânico ao constatar o que estava por vir. Ele já havia dito que faria o que eles tinham pedido, mas mesmo assim eles a trouxeram. Estava igualmente preso por amarras de couro que lhe feriam os pulsos pela força que fazia para se libertar. — SEUS MALDITOS! — Vociferou. O homem que estava com ele lhe deu um soco no rosto e sorriu por ter deixado Ben sangrar com mais um golpe.

— Assista sua namoradinha ser torturada, seu verme. — O homem saiu da sala deixando Benjamin de frente para a parede que podia ver o que estava se passando do outro lado. Havia um microfone e ele ouviu a conversa dos homens e o momento em que Emmy foi silenciada com um golpe. Benjamin sentiu as próprias lágrimas irromperem por seu rosto e o soluço fazer seu peito subir e descer em aflição.

Ele sentia Áries se agitar, mas havia uma barreira entre eles e se perguntava o porquê. Como eles conseguiam inibir a energia do Zodíaco desse jeito? Pensou por um tempo e constatou: Um isolante. Amaldiçoou por ter deixado escapar um detalhe como esse. Ele já tinha ouvido falar de salas especiais para reivindicados. Teriam de ter uma arma assim ou não teria como eles conseguirem manter alguém com tamanha energia confinado. Eram os malditos isolantes. Mas neste momento Emmy despertou e Ben foi incapaz de prosseguir com qualquer pensamento. Os gritos que ele ouviu, eram dela. Ele sentia a dor, o desespero apunhalando em sua carne como punhais, as lágrimas desesperadas desciam sem controle, enquanto ele via seu amor ser mutilado. Sua voz já não era a mesma e já estava rouca, e aos poucos foram substituídos por gemidos.

🔞 Áries Insaciável- Zodíaco CONCLUÍDO Onde histórias criam vida. Descubra agora