Capítulo 44

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O silêncio dentro do carro era constrangedor. Eu estava ao lado de Taylor no banco traseiro e Jen seguia no carona, com Ethan na direção. Chegamos ao cinema e assistimos a uma comédia romântica chamada Até que a morte nos separe. O título era horrível comparado ao momento que eu vivia, mas a história em si era engraçada.

Às vezes me pegava rindo, quando os protagonistas faziam de tudo para a relação durar de maneira desastrada e anormal. Muitas vezes surpreendi Ethan olhando para mim e não para o filme e sorrindo, eu o ignorei em todas as vezes. Repousei minha cabeça no ombro de Taylor, que segurou minha mão. Ethan reparou e fechou o semblante. Para mim, pouco importava o que ele pensasse. Melhor assim, pensaria que estava rolando algo entre nós e me deixava em paz. No final do filme, enquanto saímos da sala, Taylor cochichou no meu ouvido que eu tinha dez minutos para ir ao banheiro. No início não entendi muito bem, mas depois me lembrei que o cinema foi um pretexto para algo maior.

Fingindo inocência, em voz alta disse que precisava ir ao banheiro, Jen assentiu mas não me acompanhou. Ethan não reclamou, sua atenção estava em Taylor. Me dirigi até a entrada do feminino e com ansiedade abri a porta, estava cheio, era final de sessão. Olhei em todas as direções e meus olhos pararam na figura perto do lavatório que me sorria. Meu coração saltou: Era Nana.

— Mas o que há com ele? — Roxie perguntou com seus olhos pregados em Ben.

— Não faço ideia. — Ella lhe respondeu enquanto o admirava.

— Deixem Benjamin em paz.

Benjamin ouviu quando Frederick se dirigiu às duas mulheres que havia uma hora paradas observando enquanto ele treinava. Ben se sentia amargurado com a cena que presenciou de Emmy naquele hospital, sofrendo por ele. Ela estava abatida. Roxie tinha lhe contado que Emmy estava com subnutrição, porque não estava se alimentando como deveria. Ele sabia que quando pequena ela passou por problemas de saúde devido à falta de nutrientes. O ódio, o rancor por aquela situação o deixava em modo ativado, então resolveu descarregar a energia em algo produtivo. O que seria melhor do que um saco de pancadas? Isso foi há quase quatro horas atrás. Mesmo estando com o corpo molhado de suor, os punhos já feridos manchando a faixa que usava como proteção de vermelho, não conseguia parar. Os seus músculos estavam pulsando, mas mesmo assim havia energia para extravasar. Sentiu Frederick se aproximar.

— Está querendo entrar para o livro dos recordes?

— Quem sabe. — Respondeu ofegante, soando vago.

— Rodwell, escute. — Benjamin parou de socar o saco de areia e lhe deu atenção. Sentiu seus músculos enrijecidos e doloridos pelo esforço físico grande.

— Quando vamos pegar Charles?

— Fala como se ele fosse um estranho — Frederick disse franzindo a testa.

— Porque é. Ele só me fez. Nunca foi meu pai. Nem para mim, nem para Ethan — Frederick já tinha conhecimento de toda a história.

— Charles fará um grande negócio ilegal daqui há uma semana durante um baile beneficente. Acho que é nossa chance.

— Todo ano ele comparece. Mesmo sendo na mesma cidade em que nós moramos, ele nunca ia nos visitar. Viajava logo depois do evento. Ele sequer nos dirigia a palavra. É um miserável.

— Sinto muito. Sei que perdeu sua mãe muito novo.

— Ainda tenho dúvidas sobre o acidente. Não duvido que Charles tenha matado ela.

— Vamos pegá-lo. — Frederick depositou a mão no ombro de Benjamin lhe passando confiança.

— Qual é o plano?

— Ele irá se encontrar em particular com ninguém menos que Donovan Simon, o traficante de armas mais procurado de todos os tempos. Temos um infiltrado na operação. Assim que ele nos disser que gravou toda a conversa, não deixaremos que saia do lugar. Estaremos lá com uma equipe especial do governo para deter Charles e quem mais estiver com ele.

— Existem pessoas com ele que não fazem parte do seu plano sujo.

— Sabemos quem são. Não se preocupe. Não machucaremos quem for inocente. — Benjamin assentiu. Ele não podia sequer cogitar que alguém tocasse em Emmy ou algum dos seus amigos que não faziam parte da vida desonesta de Charles. Ele sim, deveria pagar por seus crimes. — Passarei os detalhes para você. Não podemos desprezar a inteligência de Charles, ele deverá levar a sua equipe também.

— Isso é óbvio. Ele sempre tem outros truques na manga. — Charles era um miserável, mas o que ele não fazia era ser descuidado numa missão. Benjamin teve o desprazer de presenciar coisas realmente ruins que o pai fizera, mas que sempre obtinha êxito por ter sido planejado como um mestre das táticas sujas. Ele sempre tinha algo que escondia para o final. Não seria diferente agora. Benjamin tinha certeza.

🔞 Áries Insaciável- Zodíaco CONCLUÍDO Onde histórias criam vida. Descubra agora