Prólogo

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WARREN CLINT

O céu de Long Beach estava nublado nesta tarde, o que era de se estranhar. Olhando pela janela da sacada, parecia que daqui a alguns minutos uma chuva viria. Seria um ótimo dia para descansar
e aproveitar o final de semana, antes de voltar a trabalhar no escritório do meu avô, o qual tive a oportunidade de ganhar um estágio de assistente administrativo. Devo confessar que não é uma das minhas coisas favoritas de se fazer, mas pelo menos ganho meu próprio salário, assim não dependo tanto da minha mãe para sair e viajar quando quero.

— Bom dia amor, você nem me acordou. Que horas são? — olho para o lado e vejo Alice, com a cara um pouco amassada e o rosto corado. Namorávamos há três meses, quando finalmente parei de enrolar, achava essas coisas de relacionamento sério uma idiotice, até encontrá-la.

— Bom dia Lice, senta aqui. Deve ser umas quatro ou cinco horas. — digo dando leves batidinhas em meu colo e ela se aproxima, logo envolvendo seus braços em meu pescoço.

— Deveríamos nos arrumar, sua mãe deve estar nos esperando e seus avós com certeza já estão à caminho. — disse ela, bagunçando meu cabelo e me dando um selinho, enquanto resmungo apertando sua cintura de leve.

— Você sabe que não gosto quando faz isso no meu cabelo. — olhando seu rosto de perto, consigo ver seu belo par de olhos azuis, acaricio sua bochecha enquanto ela se aproxima mais da palma da minha mão, parecendo um gatinho que gosta de carinho.

— Não acredito, sei que no fundo você ama. — Alice se levanta — Vou tomar um banho, posso usar sua toalha? — pergunta e instantaneamente faço uma careta, isso não é nada higiênico. Ela me encara com os olhos brilhando em expectativa.

Tento pensar em uma maneira de não deixá-la brava, mas acabo preferindo ser sincero:

— Isso é nojento, sem querer ofender. Você sabe que tenho essas manias, deixa que eu procuro uma toalha nova. — seu rosto se contorce em descrença.

— Isso é sério? Warren não tenho nenhuma doença e você sabe disso. Não consigo entender essa sua mania estranha, trocamos saliva e nem usar sua toalha eu posso, isso é inacreditável. — Dito isso ela sai da sacada, abrindo a porta e entrando no meu quarto, queria saber porque Alice tinha tanta obsessão em querer usar minhas coisas de higiene pessoal. Seria melhor ela trazer as suas, assim não perturbava minha paciência.

(...)

— Então eu corri em direção a arquibancada, tentando encontrá-la para dedicar aquele gol incrível que tinha feito. Mas sabem de uma coisa? — Ryan fez uma pausa, como se quisesse fazer suspense. Estava olhando para todos em volta da mesa de jantar, contando um dos milhares motivos que fizeram ele terminar o namoro com Angelique. — Ela não estava lá, me senti um completo idiota, no final do jogo liguei para saber aonde tinha se metido e Eli disse que não poderia chegar a tempo pois estava treinando. Me diz que namorada é essa? No final das contas Angelique só pensava em sua carreira no futebol e não na minha. — finalizou, com raiva. — Eles eram capitães do time de futebol, o casal perfeito e amado na escola.

— E você queria o que? Que ela te colocasse em um pedestal? Se manca Ryan, a garota teve bons motivos. — respondi, não era justo ele ficar falando mal da ex que nem estava presente para se defender. — Aliás, nunca vi você sequer acompanhando ela em um jogo. Reciprocidade é tudo irmão. — sorri, sabendo que estava prestes a explodir de ódio, Ryan mereceria por ser um grande babaca.

Convivemos juntos desde o divórcio dos meus pais, quando minha mãe começou a se relacionar com Alex, e acabaram morando juntos. Ele era pai solteiro, a mãe de Ryan morreu no parto. No começo éramos grandes amigos, irmãos mesmo, até que de uns anos para cá ele parecia me odiar e não consigo entender o motivo.

— Bem que você poderia cuidar do seu relacionamento maninho, talvez não esteja tão bom quanto pensa. Toma cuidado. — alertou, com deboche estampado na cara.

— O que quer dizer com isso? — questiono arqueando uma sobrancelha, sinto que queria dizer algo a mais e não pode.

— Parem com isso, dois moços jovens e bonitos. Cresçam, já está na hora de pararem com essa picuinha. — a voz de Vovó Amélia ecoou após o silêncio.

— Eu até tento ser legal, mas é ele que não colabora. — digo apontando para Ryan, e logo me retirando da mesa. Sempre era assim e hoje não estava a fim de me estressar.
Resolvi fazer o que deveria ter feito antes, descansar e dormir.

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Obrigada pela atenção, boa leitura!

(☞ ͡° ͜ʖ ͡°)☞☆

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