Capítulo 32

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WARREN CLINT

— E agora Angel não me quer mais, Vó. — digo, seguindo a idosa que andava de um lado ao outro, regando as flores do seu jardim.

Decidi desabafar com alguém que pudesse me entender, e talvez dar uma solução para resolver esse problema. Minha avó Amélia era a melhor opção, sempre dando bons conselhos. Diferente de minha mãe, que apontava o dedo julgando qualquer coisa que não achasse correto.

— Querido você sabe que errou, certo? — disse ela. — Era melhor ter explicado a situação para Angelique, e não tratado a garota de um jeito ruim, ainda mais deixando-a plantada num compromisso que prometeu comparecer. Isso não se faz, meu neto.

— Eu sei. Agi pela emoção e me arrependo pra caralho.

— Sem palavrões, Warren. — minha avó repreende.

— Okay, desculpa. — revirei os olhos — O que eu faço? Ainda estou recebendo ameaças, quase todos os dias chegam aquelas malditas cartas pelo correio. E olha que já fiz tudo ao meu alcance.

— Conversa com o Tanner e explica a situação. Entende que ele deveria saber, né? Sei que é um grande amigo seu Warren, mas não precisa tentar resolver isso sozinho. Tenho certeza que os meninos iriam te ajudar nessa.

— Estamos meio que brigados. — desde a quase discussão na escola, resolvi me manter distante dos meninos para colocar meus pensamentos em ordem.

— Então conte tudo para Angelique, ela é um boa garota. Irá entender do porquê você ter feito isso. Mas lembre-se, entender não é perdoar. E para ser sincera, se eu estivesse no lugar dela, te daria um gelo pra aprender a não fazer novamente.

— Não posso fazer isso, na segunda carta que recebi a pessoa deixou bem explícito que se contasse a alguém, seria pior. Olha sinceramente, quando eu descobrir quem está por trás desse negócio, vou quebrar os ossos dele um por um.

— E quem se importa? Tudo já está dando errado mesmo querido, quem arrisca não petisca amorzinho. — sorriu com carinho, tirando uma rosa amarela que cultivou. — Tome, entregue a ela, diga que é apenas um agrado por ter conquistado o amor de meu neto. — estende a flor e a pego. Eu tinha a melhor avó do mundo, sem sombra de dúvidas.

— Obrigado Vó, espero que isso ajude a derreter o coração dela. — suspiro infeliz, porém com esperança. Se Angel não tivesse sentimentos por mim, aquele beijo não teria acontecido.

A atração é mútua.

— Acredite, vai dar tudo certo. Afinal, todos nós temos defeitos. — sorriu. — Mas agora mudando de assunto, precisamos passar mais tempos juntos. Sua formatura está logo aí, e daqui a pouco você irá morar com seu pai. — comenta.

— Pois é, estamos trocando bastantes mensagens. Ele disse que virá na formatura e logo após já poderei me mudar. Estou pensando em vender o apartamento que Leonard comprou.

— Por que não aluga? Assim ganhará um dinheirinho extra. Também podemos te indicar para algum sócio de Los Angeles, porém estagiários não costumam ganhar tão bem quanto na Clint Cosmetics.

— Acho melhor não Vó, quero conquistar algo por mérito. Mas se não conseguir, aceito a indicação.

— Okay querido, vamos entrar. Irei fazer biscoitos para comer com chá. — respondeu, colocando o regador no chão antes de entrar na casa.

A final do campeonato de futebol feminino era hoje, e me peguei pensando várias vezes se iria ou não, logo então, resolvi ficar em casa para não atrapalhar Angel de alguma forma.

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