ANGELIQUE DUCKWORTH
Meu coração palpitava forte dentro do peito, e as lágrimas se acumulavam no canto de meus olhos sem consentimento.
Reli a mensagem de texto e quando tentei enviar uma resposta, percebi que fui bloqueada.
Cada mínima letra ecoava em minha mente.
"Não está dando certo, você é egoísta. Eli. Eu preciso de alguém melhor".
O peso dessas palavras doeram mais do que o término. É óbvio que já tinha percebido, Ryan e eu estávamos esfriando. As agendas não batiam e ele nem se esforçava quando necessário, no final das contas ele era o egoísta nessa história. Terminar por telefone? Que patético.
Bebi um pouco de água para me acalmar, já estava soluçando.
— Respira fundo coração, ele não merece que você fique nesse estado. É um idiota, deixa que amanhã eu vou ensinar uma coisinha pra ele. — diz Russel, meu melhor amigo. Seu rosto estava ficando vermelho.
— Não, deixa isso quieto. Ele foi infantil e eu vou superar. — passei a mão pelo rosto, estava me sentindo péssima. — Que tal pedirmos um lanche? — sugiro, é a melhor maneira de afogar as lágrimas.
— Eu pago. — falou já tirando a carteira do bolso, Russel era lindo e arrancava suspiros por onde passava. Pele bronzeada, corpo musculoso e olhos amendoados. Hoje estava usando uma regata branca, calça de moletom e meias. Ele era desleixado e mesmo assim continuava lindo, fazia parte de seu charme.
— Obrigada por estar aqui. — me joguei em seus braços, começando a chorar novamente.
— Sempre que você precisar, coração. — beijou minha testa, me envolvendo em um abraço reconfortante.
(...)
— Bom dia filha, como você está? Russel foi embora tarde ontem e disse que deveríamos te deixar faltar. — Andrew, meu pai, falou ao me ver entrando na cozinha.
— Ele só estava brincando, estou ótima. Pode me buscar no treino hoje? Ryan e eu terminamos. — falei rápido e recebi um olhar de pena em troca, com um aceno de compreensão.
— Não me olha assim, já falei que estou bem. Agora vou indo, bom trabalho.
Saí de casa às pressas, sempre ia para escola a pé, aproveitava para correr um pouco. Isso me ajudava dentro de campo. O treinador disse que se sairmos bem nessa temporada, teríamos grandes chances de ganharmos bolsas de estudos na Universidade da Califórnia. Isso motivou eu e as meninas a se esforçarem mais.
Entro na Sant' Aury School, e recebo diferentes tipos de olhares, só entendo o motivo quando chego no corredor.
Aqueles são Ryan e Alice? Não pode ser.
Ou pode?Embasbacada, fico estática no chão tentando fazer as engrenagens do meu corpo funcionarem. Eles estavam se beijando e Ryan sorria para ela da mesma forma em que seus sorrisos eram direcionados a mim. Otário, não esperou um dia sequer e já estava com outra, pior que isso, com a namorada do irmão, provavelmente ex nesse exato momento. Isso foi um jogo baixo.
Sei do ódio que ambos tinham um pelo outro, mas isso superou todos os limites.
Tomei coragem e comecei a andar como se nada tivesse acontecido. Ao parar na frente da sala percebi que estava atrasada, Anthony nosso professor de biologia já estava dando aula.
— Me desculpe o atraso, professor, posso entrar? — perguntei já entrando, ele estava de costas escrevendo algo na lousa.
— Já entrou mesmo. — respondeu Anthony e se virou me oferecendo um sorriso gentil. Era meu professor favorito, mesmo que sua matéria não ajudasse muito. — Depois da aula precisamos conversar — somente assenti, olhando ao redor e procurando um lugar para sentar.
Às carteiras eram enfileiradas em duplas, e encontrei uma vazia, a de sempre. A qual ninguém se atrevia a se sentar, pelo simples fato de estar ao lado de Warren Clint. Ele espantava as pessoas.
Comecei o dia com o pé esquerdo, só pode.
Em passos lentos cheguei perto do garoto, que mesmo sendo meu ex cunhado, nunca tínhamos nos falado, ele era conhecido por ser o oposto de seu irmão, rude diferente da gentileza que Ryan transparecia ter, o capitão do time de futebol masculino era o queridinho de todos.
— O-oi — praguejei mentalmente por ter gaguejado. — Vou me sentar aqui. — avisei abrindo minha mochila e colocando os materiais na mesa ao seu lado.
— Não, arrume outro lugar. — respondeu-me encarando de uma forma nada boa meus materiais espalhados.
— Legal. — disse após me sentar, como se nada tivesse acontecido.
— Você é surda ou o quê? — questionou virando o rosto para me encarar e aproveitei para analisá-lo. Warren usava uma blusa preta que estava praticamente colada em seu corpo, dava para ver os gominhos de sua barriga trincada. Seus braços musculosos eram fechados por tatuagens e a que mais chamou minha atenção foi o símbolo do Batman desenhado em seu pescoço, do qual com certeza era fã. Seu cabelo estava um pouco bagunçado e seus olhos tinham uma cor clara e intensa, foi aí que percebi o quão raro era nascer com olhos da cor âmbar, combinavam com ele, seu maxilar era marcado e acabei entrando em devaneios, já Warren me olhava esperando uma resposta.
Minhas bochechas esquentaram por ter sido pega o analisando, espero que não tenha se sentido ofendido.
— O que disse? — perguntei e fui ignorada com sucesso.
— Esquece, pode ficar. — falou segundos depois e virou o rosto começando a copiar em seu caderno, a lição que Anthony passava.
— E você acha que eu iria sair? — arqueio a sobrancelha em desdenho. — Até onde sei, seu nome não está escrito na carteira.
Clint me lançou um olhar de tédio antes de dizer:
— Você poderia calar a boca? Estou tentando me concentrar nos exercícios, diferente de outras pessoas.Pelo visto, ser um otário era herança de família.
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Péssima Proposta
FanficApós flagrar a namorada e seu irmão de consideração o traindo, Warren decide se vingar e tentar esconder que aquilo de fato não o machucou. Ele só precisava arrumar uma nova namorada e de alguma maneira pagar na mesma moeda aquela traição dupla. Ang...