Capítulo 4

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WARREN CLINT

Passando pela porta automática, do escritório da Clint Cosmetics, chego mais cedo que o normal. Como fui embora antes da segunda aula acabar, terei mais tempo para conversar com meu avô, precisava arrumar um lugar para morar e ele conhece muitas pessoas, talvez pudesse me indicar alguém que tenha imóveis para alugar ou algo do tipo.

— Bom dia Warren, chegou cedo. — Leila, a recepcionista, me cumprimenta com simpatia.

— Bom dia, Leonard já chegou? — pergunto, prefiro chamá-lo pelo nome quando estamos na empresa, sei que muitos funcionários acham que tenho privilégios mas meu avô não me dá regalias. Trabalho algumas horas a menos por conta do estágio, mas ano que vem serei efetivado. E recebo como salário o que o mercado de trabalho oferece, nem mais nem menos, apenas o valor justo.

— Sim, irei ligar para avisar que você está subindo. — ela disse, apertando alguns dígitos no telefone fixo, logo após o encostando na orelha. — Senhor Leonard, bom dia. Warren quer passar na sua sala para conversar. Posso deixá-lo subir? — pergunta e olha para mim — okay, obrigada. — dizendo isso, encerrada a ligação.

— E então... Já posso ir?

— Sim, ele está te esperando.

— Obrigado Leila. — agradeço e subo as escadas a caminho do terceiro andar.

Poderia subir de elevador? Sim.
O único problema é que me sinto claustrofóbico.

Após longos minutos subindo lances de escada, abro a porta da sala. Exausto e transpirando mais que o normal.

— Já te falei mil vezes que o elevador foi feito para não termos que subir a escada. Você é teimoso Warren. — meu avô se levanta, indo em direção ao bebedouro.

Enquanto tento recuperar o fôlego, observo a sala que entrei por tantas e tantas vezes.

O espaço é enorme, e possui janelas projetantes para ventilar o lugar. Ocupando praticamente uma parede inteira, a estante com dezenas de livros do qual nunca peguei emprestado, estava brilhando. As paredes estão pintadas em tom neutro de azul, olhando para o lado da vergonha, pude ver várias fotos da família penduradas em quadros e a minha tinha que ser justamente a que Leonard e Amélia estão me dando banho, com seis meses de vida. Que sorte.

Me sento na cadeira em frente a sua mesa de vidro, que está composta por dois notebooks, um tablet e vários papéis espalhados.

A sala dele tem até banheiro particular, o qual eu não posso usar. Chefe tóxico.

— Aqui. — me ofereceu um copo com água gelada.

— Valeu. — agradeci, antes de começar — Vô não quero mais morar com a minha mãe, aconteceu umas coisas lá, então preciso arrumar um lugar. Tem ideia de alguém que esteja alugando algum imóvel? Pode ser qualquer um, contanto que possa me mudar o mais rápido possível.

— Fiquei sabendo o que aconteceu, sua mãe estava conversando com Amélia por telefone hoje de manhã, e ela me contou. Por mais que eu não compactue com qualquer tipo de violência, acredito que fez o certo, gosto muito de Ryan mas ele pegou a sua namorada. Qualquer um agiria da mesma forma.

— Exatamente, e como sei que ele não vai sair de lá, é como dizem... os incomodados que se mudem. E o incomodado sou eu.

— Não tenho ninguém para te indicar, então vamos procurar... Deve ter algo na internet. — disse, logo começando a digitar. Me levanto e puxo a cadeira para ficar ao seu lado.

Meu avô já era de idade, estava beirando quase sessenta anos, por mais que não parecesse. Espero ter essa genética quando envelhecer.

— Hmm... Vamos lá. — ele entrou no site, abrindo algumas fotos e avaliando os preços.

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