Péssima Proposta

Capítulo 6

WARREN CLINT 

— Precisamos fazer e enviar as planilhas, com todos os produtos que estarão na nova loja em Barcelona. — Margot, minha colega de estágio, relata na mesa ao lado. Já estava guardando minhas coisas para sair.

— Tá de brincadeira né? — pergunto, faltavam apenas dois minutos para ir embora.

— Quem dera se fosse, eu faço uma parte e você outra. Assim terminamos mais rápido. 

— Quem foi o filho da puta que mandou a gente fazer isso? — indago.

— Leonard.

— Vou cobrar pela hora extra, ele poderia ter falado antes. Tenho um compromisso importante hoje — não que eu estivesse preocupado, mas odiava chegar atrasado. Preciso ajudar Angelique com as provas, e o tempo era curto.

— Então vai lá, eu cuido de tudo por aqui — Margot oferece.

— Vou ficar te devendo uma — me levanto e a envolvo em meus braços, pelo simples fato dela odiar isso.

— Okay, já entendi. Desgruda Warren — disse ela, rindo e tentando se soltar.

— Até amanhã, qualquer coisa me liga.

Acelero o passo, ao descer os degraus da escada. E quando chego no estacionamento, entro no meu Chevrolet Bel-Air 1956 vermelho, rumo a casa da minha namorada falsa.

(...)

— As mutações genéticas são quando a estrutura do DNA se alteram, em um determinado gene ou cromossômicas, quando alteram o número de cromossomos ou a estrutura. Elas são responsáveis por alterações nos genes e proteínas alterando a ação de enzimas no metabolismo. — pronuncio as palavras devagar, para que ela consiga entender. Cheguei a quase uma hora, estávamos na mesa da cozinha estudando. E Angelique parecia entediada.

— Certo, então isso é basicamente mudanças aleatórias que ocorrem no material genético? — pergunta.

— Exatamente, graças a essas mudanças, novas características surgem no indivíduo. Agora eu quero que você vá na página 42 do livro e responda às questões. Quando terminar, me avisa que irei corrigir.

— Sim, professor — disse ela, de um jeito irônico, folheando o livro para achar. — Enquanto espero, entro no YouTube para assistir um episódio de Liga da Justiça Sem Limites.

Angelique se inclina para o lado, olhando na tela de meu celular.

— Achei interessante esse contraste de você estar parecendo um CEO gostoso e tatuado, com esse terno. Ao mesmo tempo em que assiste desenho. Equilíbrio é tudo. — isso seria um elogio?

— Hmm... Gostoso é? — sorrio ladino, observando seu rosto corar.

— Parecer não é ser, Clint. Mas agora entendi o porquê da tatuagem no pescoço.

— Então anda reparando em mim? — questiono, curioso.

— Para de me provocar. — pede, me dando um empurrão leve. E acabo rindo.

— Digamos que o Batman é meu super-herói favorito. 

— Prefiro o Homem-Aranha, mas posso tocar?