Bônus

3.3K 355 61
                                    

WARREN CLINT

Alguns anos depois...

— Com o nosso último lançamento de perfumes, as vendas estão um sucesso e as obras da Clint Cosmetics na Argentina e no Canadá estão a todo va... — paro de falar, ao ouvir batidas na porta da sala de reuniões.

O encontro havia acabado de começar, e toda a atenção dos meus funcionários presentes se seguiram até a porta de mármore.

— Pode entrar! — grito, para que quem esteja do outro lado possa ouvir.

— Hm... Me desculpe interromper, senhor Clint. — Sophia, minha secretária aparece, colocando só a cabeça para que eu a veja. — Será que pode vir aqui um minuto? — perguntou ela, colocando uma mecha de cabelo ruivo atrás da orelha. 

— Claro. — respondo antes de mandar Gabriel, meu sócio, prosseguir com a reunião. 

— O que foi Sophia? — questiono, estreitando os olhos e arrumando a gravata que no momento estava apertada demais em meu pescoço.

— A professora de Everett acabou de ligar, a escola está fechando e ela tem um compromisso importante. Quer que eu vá buscá-lo, para que o senhor possa voltar à reunião? — minha secretária oferece ajuda, tentando não manter contato visual comigo por muito tempo.

Sophia era extremamente tímida, mentiu na entrevista ao dizer que tinha boa comunicação e amava interagir com as pessoas. Em menos de uma semana vi que suas ações eram diferentes do que havia dito. No entanto, a manti no cargo e não me arrependo, é uma ótima funcionária, apenas envergonhada. Suas bochechas coram em questão de segundos.

— Puta merda, minha mulher vai me matar! — exclamo, passando a mão pelo cabelo. Respiro com dificuldade. — Preciso buscar meu filho urgente, cancele todos os compromissos de minha agenda já que hoje é sexta-feira. Até semana que vem, Sophia. — me despeço dela, saindo às pressas para descer tantos lances de escada para chegar ao estacionamento.

Minha claustrofobia não me permite entrar em elevadores.

Ao adentrar à escola que meu filho estuda, o vejo sentado no sofá da secretaria. Ao me ver, Everett corre em minha direção, me envolvendo com os braços pequenos. 

— Papai, você me esqueceu. — sussurrou ele, antes de olhar para mim com os olhos cheios de lágrimas, senti uma rachadura no coração.

— Me perdoe, filho. As coisas estão corridas, depois que sua mãe foi viajar. Estou cheio de reuniões e sei que não há desculpas, apenas perdi a hora. Cadê a sua professora? — tento esquivar um pouco do assunto, ele só tem nove anos e não iria encher sua cabeça com meus compromissos frenéticos. Ser um empresário de sucesso tinha lá seus lados positivos e negativos.

— Já foi embora. — disse ele.

Conversei com a diretora que estava ligando para outros pais que se esqueceram de suas crianças e após isso fomos para casa.

Passamos o caminho todo em silêncio.

Ao entrar em casa, Everett vai para o quarto, deixando a mochila jogada no sofá da sala.

Minha mulher sempre o repreendia, já eu, não gostava de brigar com ele. Meu filho era apenas um pouco desorganizado.

Pego o celular e ligo para sua mãe. 

Péssima PropostaOnde histórias criam vida. Descubra agora