Sempre te amei

Amigos

Bibi e eu saímos da empresa e estávamos indo no carro de Doti, aparentemente Bibi tem uma surpresa que ajudaria muito ele, então ele deixou ela com o carro.

A ida foi incrível, me senti com 17 anos novamente, conversamos muito sobre muitas coisas, era como se nunca tivéssemos nos separado.

Mas tínhamos. E eu precisava pedir desculpa.

-- Bibi -- Ela me olha quando o sinal fecha -- Me desculpa por ter desaparecido, eu não queria isso.... eu... -- Bibi me corta.

-- Nós todos te entendemos Duda, só paramos de ter chamar porque sabemos que cada vez que você recusava era por estar chegando mais perto de seu sonho, ficando exausta trabalhando. -- Ela volta a olhar pra frente quando o sinal abre. -- A culpa não foi sua, nem nossa, e estamos MUITO orgulhosos do que você se tornou.
Só percebo que estou emocionada quando Bibi limpa uma lágrima em meu rosto, sempre tão cuidadosa. Lembro de, algumas noites depois deles terem parado de me ligar, pensar que eles me odiavam por te-los deixado, saber que estão orgulhosos é quase tirar mil quilos das minhas costas.

Bibi estaciona o carro fora de um condomínio, ela olha pra mim.

-- Eu e os meninos moramos aqui -- Ela diz calmamente -- Te trouxe aqui pra você matar a saudade e ver um pouco da nossa rotina, assim, quem sabe, você não aceita a proposta.

Após terminar de falar Bibi se retira do carro, da a volta e abre a porta pra mim, sorrio com a ação. Penso em suas palavras, quero aceitar mas tenho medo de me sentir incomodada com as únicas pessoas que um dia já me senti bem.

Prefiro nunca saber do que saber e me sentir mal.

-- Quer ir ver eles? -- Bibi pergunta na minha frente. -- Se achar rápido podemos voltar e... -- Ela respira fundo. -- A questão é que senti sua falta e não quero te dizer tchau agora, então se não quiser ver eles nós vamos fazer algo novo.
Balanço a cabeça negando, eu quero muito ver eles mesmo receosa, preciso sentir o abraço deles, ouvir a voz deles, as risadas, preciso ter a prova de que meus amigos, que nem sei se são amigos, ainda estão bem.

-- Quero ir ver eles -- Falo confiante e ela sorri.

Bibi pega minha mão e entra no condomínio, passamos pelo porteiro de mãos dadas e eu assumo que senti falta da corrente elétrica existente toda vez que fazemos esse simples toque.

Tenho medo de ainda estar apaixonada por ela, se ela me conhece tão bem como diz sabe que estou namorando, meu namoro com Foganoli é público. Talvez seja esse o motivo de estar tão preocupada por gostar dela, não quero magoar ele.

Andamos um pouco e em cerca de 5 minutos estou de frente pra uma enorme mansão, não consigo deixar de ficar surpresa, quem diria que eles moravam em um lugar tão bonito.

-- Você ainda não viu nada, Morena -- Bibi diz e usa um apelido antigo. -- A casa é maior por dentro.
Ela solta minha mão e na mesma hora sinto falta do contato. Suas mãos vão em seus bolsos e ela tira suas chaves e abre a porta em seguida, me da passagem pra entrar e a tranca.

Já consigo escutar pessoas falando, vejo Bibi deixar a chave no chaveiro ao lado da porta e adentrar a mansão, a sigo.

Entro em uma sala e quase perco o ar, todos estão ali, inclusive Foganoli, estavam conversando e rindo muito, pareciam as crianças jovens que eu conheci. Parei pra olhar cada um todos mudaram muito.

Olho pra Bibi e como se só tivesse reparado agora o quanto ela ta diferente, mais bonita que o normal, o tempo deu a ela corpo e ela está muito... gostosa. Mas ainda tinha a cara de bebê, um bebê safado?

Kropf afasta isso.

Continuo olhando eles, todos ficaram bem, a idade fez bem demais.

-- Gente -- Escuto Bibi e olho pra ela, todos parecem notar minha presenca agora. -- Essa é Eduarda Kropf, talvez se torne uma de nós.
Bibi diz aquilo sorrindo, eles se levantam devagar, Fefe faz um olhar cúmplice com Bibi, Foganoli parece não entender o que está acontecendo.