Fiz o certo?

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POV Eduarda

10 anos, esse foi o tempo que passei afastada pra me tornar o que sou hoje. Sim, nesses 10 anos eu realizei minha maior vontade, ser uma modelo Internacional renomada, minha conta subindo milhões a cada hora. Faço constantes caridades e deixo um dinheiro na poupança para o caso de emergências. Mas, hoje não vamos falar o quão bem estou financeiramente.

Como esperado, esperei Bibi, não temos nos falado muito desde a viagem... na verdade tem muito tempo que não nos falamos. Com a frequência ativa da Raven e o fuso horário dos países eu perdi contato com todos eles novamente. Nem nas redes sociais consigo acompanhar o desempenho e nem meus antigos fãs da Loud eu consegui continuar interagindo.

Aqui a carga horária não são 8 horas diárias como Vargas tinha colocado na "Era Vargas", na verdade a gente trabalhava igual condenado pra chegar perto da perfeição que todo ser humano consegue se aproximar, o perfeito equilíbrio entre o possível e o impossível.
Agora estou mesmo voltando pro Brasil, minhas primeiras férias tem 10 anos, no caso posso passar 1 ano de férias aqui e já posso me transferir pra cá... enfim... tudo ficará bem, só espero muito que Bibi ainda me ame como prometeu. Não consegui ficar com ninguém nesse período todo, ser cadelinha por Bibi ajudou muito.

Cheguei na mansão Let's já correndo pra bater na porta, o medo e a ansiedade de ver meus amigos e torcer pra casar com Bibi estavam machucando meu coração confuso, a pessoa que abriu a porta foi Sophia.

Sua reação foi estranha, ficou feliz em me ver mas seus olhos demonstraram pena, em primeira demanda.

-- Duda... -- Ela diz me abraçando, a aperto forte percebendo agora o quanto senti falta dela.

-- Oi... quanto tempo... -- Falo abrindo um sorriso, mas ela não retribui. -- Que foi?

Ela manda eu entrar e uma sensação de nostalgia me invade completamente corroendo minha alma, eu nem lembro porque eu fui embora.
-- Ta sozinha? -- Ela assenti -- E a Bibi?

Nesse momento ela suspira e pede pra eu me sentar, fico confusa e assustada com esse olhar.
-- Vou ser direta com você... Bibi morreu em um acidente pouco depois de você ir embora.

Sophia falou isso com calma, mas na minha cabeça era como se eu tivesse levado um tiro na boca do estômago. Todo meu ar saiu rapidamente do meu corpo e me senti em choque, o único lugar que eu sentia era meu coração, que tinha enviado correntes frias ao meu corpo antes de apertar fortemente a si mesmo contra a costela.

Não consigo pensar em nada, meu corpo entrou em combustão e, como se tivesse entrado uma rajada fria pela janela meu corpo tremia, mesmo aquecido, meus olhos insistiam em marejar e eu vi todos os meus sonhoa jogados no lixo, pra falar a verdade eu vi minha vida acabar naquela junção de frases.
Sophia parece perceber meu estado e tenta se aproximar, mas no impulso me afasto e me sento no chão, meu coração palpitava, meu corpo doia. Sophia liga pra alguém pedindo ajuda e eu caio na inconsciência.

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Acordei com Tainá balançando meu corpo, graças a Deus! Foi um pesadelo! Quando consigo respirar novamente depois do sonho, Tainá me olha preocupada, limpo minhas próprias lágrimas e abraço meu corpo.

-- Mesmo pesadelo? -- Ela pergunta sugestiva.

Concordo com a cabeça e ela me abraça, se passaram apenas 5 dias desde que fui embora e eu todos os dias sonhei a mesma coisa. Tainá é uma das veteranas no lugar, mas me acolheu quando me reconheceu na mídia, afirmei meu antigo namoro com a mulher dos meus sonhos e senti ela tensa em descobrir, desde então ela cuida de mim.
Uma das piores coisas de se conviver com um pesadelo frequente é você não lembrar que ta sonhando, todo dia mando mensagem pra Bibi pra ter certeza de que ela está bem, mas pro bem das duas, não falo dos sonhos.

Sempre te ameiOnde histórias criam vida. Descubra agora