De novo!

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POV Bianca

Medo e desespero, sentimentos presentes em mim no mesmo momento que Matheus caiu sangrando com a mão no pescoço, esperei que todos comecassem a correr mas antes que eu pudesse por conta própria me movimentar Duda puxou meu braço pra iniciar a corrida. O homem nada fez, parecia ver calmamente Matheus engasgar com o próprio sangue enquanto ficava sem ar, nem se moveu pra ir atrás da gente.

Ao entrar na casa a primeira coisa que Isabella faz é iniciar o sistema de segurança, super compreensiva, Sophia se senta no espaço plano e alto perto da cama e parecia estar em pânico, óbvio, seu melhor amigo acabou de ser esfaqueado na sua frente, respiro fundo algumas vezes pra não gritar com Isabella.

Quando ela termina de ativar todas as janelas se fecham automaticamente, portas também e cortinas, as luzes lá de fora se acenderam e as de dentro diminuiram para as cortinas não serem inúteis. Vi pela porta o homem carregar o corpo morto de Matheus e tudo que sobrou ali foi uma grande poça de sangue.
-- ISABELLA VOCÊ TA MALUCA? -- Foganoli grita empurra Isabella contra a parede. -- EM QUE MERDA DE LUGAR VOCÊ METEU A GENTE?

Isabella parecia sem forças, muito assustada, nem reagiu ao que Foganoli falou e nem ao empurrão na parede. Poucos segundos depois Isabella estava chorando despeserado.

-- É culpa minha... -- Ela diz tremendo. -- É culpa minha.

Na mesma hora a gente respira fundo, nesse momento é melhor deixar todo mundo bem pra depois ver as consequências, segurar o fardo de perder o melhor amigo por culpa sua. Sophia se abaixa pra tentar consolar ela mesmo chorando horrores também. Me junto a Fefe e falo baixo pra ela.

-- Se a luz cair o que vamos fazer? -- Pergunto só pra ela ouvir enquanto o resto estava com Isabella.

-- Eu não sei... -- Ela anda até a cozinha e a sigo. -- Você é mais rápida mas não quero te deixar correndo dessa pessoa.
Afirmo com a cabeça e a chuva lá fora só aumentava, o medo de cair a energia era enorme. Deixar a casa desprotegida ainda mais ela com dois andares é pedir pra ser Fefe  pega um copo de água pra Isabella e voltamos pra perto da porta. Entregamos a água e Elana vem até a gente.

-- Se a energia cair vocês vão precisar tomar cuidado... o pessoal não vai querer que ninguém saia mas vocês vão precisar... e por favor gente tomem cuidado, por favor. -- Seu olhar era preocupado e suplicante.

Eu e Fefe ficamos lado a lado pensando, a tensão dessa chuva nos desmonta, apenas acenamos positivamente pra ela e esperamos Isabella melhorar da crise de pânico.

-- Consegue explicar agora? -- Foganoli pergunta quando Isabella se acalma e acaba de beber a água.

Ele respira fundo e se levanta, olha pra gente e seu olhar para em mim e em Fefe quando um raio corta o céu do lado de fora.
-- Fiquei sabendo dessa ilha a um tempo, aqui ocorria uma lenda local que, de noite, um encapuzado rodava a cidade e se você saisse ele te matava. -- Aparentemente ela vai resumir um pouco a história, Isabella suspira. -- Pra mim isso era um tipo de marketing pra... seilá... atrair olhares curiosos pra cá, até achei estranho essa casa ser tao barata... -- Ela da uma pausa cansada. -- Ninguém vem pra cá... e eu queria caçar a lenda, ver se era real... eu sei que deveria ter vindo sozinho mas eu tinha quase certeza de que nada iria acontecer.

Ela voltou a chorar, Duda que estava ajudando ela vem na minha direção e me abraça, a adrenalina e o medo estão no meu corpo não me permitiam sentir a dor toda de perder o Matheus. Ficamos nesse clima até o esperado por todos acontecer.

A luz cair.

No mesmo segundo que a luz caiu, tudo lá fora se tornou um grande breu, as janelas agora poderiam facilmente serem abertas e o andar de cima, que não tinha ninguém, estava muito desprotegido, agora temos várias entradas. Ligamos a lanterna dos celulares e ficamod apontando em volta, Duda abraçada comigo, senti seu coração bater rápido.
Todos olharam pra gente, era uma pergunta silenciosa, vocês vão?

Sempre te ameiOnde histórias criam vida. Descubra agora