capítulo 17

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Acordei na minha cama. Minha mãe estava sentada numa cadeira de madeira do lado esquerdo da minha cama. Eu me sentei sentindo meus músculos doloridos e minha mãe estava séria e parecia brava. Mas, que droga aconteceu?

- Mãe...

- Eu estou farta, Katherine.

Aquilo me assustou. Minha mãe nunca falara assim comigo. E desde Isaac ela nunca ficava brava. Nem quando cheguei na manhã/madrugada no dia da primeira festa ela só me olhou e ficou cabisbaixa como sempre.

- Farta...

- Sabe? Nós perdemos milhares de dólares com toda essa merda. Saímos do nosso lar, Nova York, de nossos trabalhos lá, psicólogos, terapeutas, psiquiatras, gurus, hospitais, hospitais psiquiátricos e feridas emocionais e fisicas que eu e seu pai nunca mais vamos nos recuperar. Suas feridas são todas porque você não consegue aceitar de que Isaac esta no inferno a essa hora! Envolveu pessoas demais na sua loucura, Katherine! E isso tem que acabar. Você se jogou de uma varanda Katherine. Se Jack não tivesse dado um pause na vida dele e ido te ajudar você estaria morta. Eu dei um stop e agora eu vou dar o play. Mais uma alucinação e você vai para o sanatório. Se nós e uma das melhores psicólogas do mundo não obtiveram sucesso quem sabe profissionais com loucos de verdade tenham.

Ela saiu pisando duro. E eu me senti quebrada.

Chorei rios e a cada lágrima meus olhos doiam e minha boca soltava um gemido de dor. Afinal, a vida vale a pena? Eu já não sei mais o que é vida ou o que é pena. Eu não tinha nada a ganhar e nada a perder. Estava num maldito e eterno purgatório, um limbo entre a sanidade e a loucura.

Mas tinha um último objetivo em mente.

Saí de casa pela janela. Minha perna ainda tinha o gesso por isso peguei as muletas e desci por uma árvore. Andei até aquela maldita casa e bati na porta. Ele atendeu e ficou surpreso pela minha aparição.

Ele ia bater a porta em minha cara, mas pus a mão e travei. Ele tentou isso mais três vezes e eu travei a porta em todas. Ele desistiu e me encarou.

- O que você quer!?

- Disse que me ajudaria nas alucinações, antes eu não tinha nada a perder, agora eu tenho.

Ele levantou uma sobrancelha. Mexeu num anel do dedo e revirou os olhos.

- E o que a princesa pode perder?

- Minha liberdade.

Ele semicerrou os olhos e fez uma careta.

- Como assim?

- Se não parar, vou pra um hospício.

Ele arregalou os olhos. Achei todas as expressões dele engraçadas e ele abriu a porta e eu passei.

O sótão dos Malik's estava a mesma coisa de sempre, sentei na poltrona e esperei ele vir. Pensei se estava fazendo a coisa certa. E percebi que estava porque nunca tinha feito tanto progresso nas alucinações antes daquele bad boy metido me ajudar. E devo o que resta da minha sanidade a ele.

Ele subiu a escada trazendo um balde de gelo e um isqueiro. Eu entendi o que ele ia fazer. Comecei a tremer e ele me fitava me estudando.

- Faça.

Fechei os olhos e repassei todas as coisas que acontecem na minha vida na minha cabeça. A alucinação foi diferente.

Eu estava no meu quarto em Nova York, estava escuro e eu estava no canto chorando. Minha mãe entrou e se sentou na minha frente. Segurou minha mão e repetiu o que me disse hoje de manhã e quando acabava repetia de novo. Ouvia sussurros e comecei a chorar gritando para ela parar. Puxei minha mão, entretanto percebi que ela não iria soltar.

hallucinations // zmOnde histórias criam vida. Descubra agora