capítulo 50

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Tropecei no que parecia uma falha na calçada.

- Eu detesto essa brincadeira, Jack! - rosnei.

- Paige, acho que além dos seus olhos eu também vou tapar a sua boca!

Ele estava tapando meus olhos desde o ponto de ônibus e eu não precisaria olhar entre os dedos finos do meu melhor amigo pra saber que as pessoas olhavam estranho para nós. E eu tropecei seis vezes antes de conseguir subir no ônibus. Acabei de sair do hospital depois de ser obrigada pela doutora Lee a ficar três semanas a mais e Jack nem me leva pra comer um hambúrguer! Que tipo de amigo é esse?

- Já chegamos? - eu sentia uma briza fria nos meus braços, porém ainda duvidava de onde estavamos - Eu acho que eu tenho que coçar o olho.

- Calma, Paige. Você pode contar números primos?

- Pra que? - perguntei.

- Só por contar. Por favor.

Ele me abraçou sem tirar as mãos dos meus olhos.

- Ta. 2. 3. 5.

Ouvi uma porta se abrindo.

- 7. 11. 13.

E então cortinas.

- 17. 19. 23.

- Pode abrir os olhos. - disse Jack radiante.

Abri os olhos. Estava parada na frente de uma casa branca, térrea com um jardim verde e rebelde. Tinha rosas azuis rodeando a grama alta e era um estilo americano e moderno apesar de ser em Bradford. As cortinas azuis escuras estavam abertas e o telhado da mesma cor estava faltando algumas telhas, mas tirando isso, era uma casa linda numa rua sem saída calma e serena. Nº 23.

- O que achou?

Reconheci o lugar na grama onde Zayn e eu nos escondemos do carro da polícia e o arbusto onde ele escondeu a moto.

- Que linda! Mas, ela é pra quê?

Jack girou os olhos. Mas, seu sorriso não diminuiu.

- Pra no meu aniversário a gente faze a maior festa de todas! Com muita droga. Vai ter até haxixe.

- Eu não sei o que é haxixe.

- Vou manter a sua inocência, Paige. Eu vou casar; por incrível que pareça. Achei que ia ser aqueles caras de quarenta anos nas festas tentando pegar as novinhas e chorando em cima da garrafa de vodka na sarjeta. Enfim, voltando anos atrás. Meus avós morreram e deixaram essa casa para os meus pais. Por valor sentimental minha mãe e meu pai não venderam e nem me deixaram fazer a festa de que eu falei com haxixe pros meus quinze anos. Então, eles me deixaram ficar com ela. E os dois nem sabem da Melissa.

- Seus pais não sabem que você vai se casar?

- Sabem. Eles só não sabem que ela ta grávida.

Senti o cabelo grudar no meu pescoço. Eu prendi num coque com meu próprio cabelo. Minha roupa não estava aguentando muito bem o frio. Só um blusão vermelho dos Yankees, com uma calça leggin com estampa tribal e botas Ugg cinza.

- Então você já sabe.

- Sei. E não posso dizer que não estou surtando, mas a Mel falou que ainda vamos achar um jeito de fazer funcionar.

- Melissa quer muito ser artista e ela já estava num curso técnico de artes plásticas antes mesmo de completar de 16 anos. Ela consegue engressar na faculdade que quiser. Mesmo depois que o bebê estiver com mais de cinco anos e ela com 23.

- E eu quero fazer direito. - disse Jack orgulhoso olhando para a grama - Acho que na área de divórcio pra ver se algum dia eu entendo como que alguém consegue se casar e deixar de amar alguém. E você, Paige?

Pensei no garotinho do hospital da minha mãe.

- Quero ser pediatra.

Ele fez um gesto para dentro da casa.

- Entre, Drª. Paige.

Andei até a porta e ao entrar na casa olhei cada detalhe e imaginei um mini Jack com cabelos pretos cacheados como o do pai e os olhos azuis de Melissa correndo rindo.

Tinha o piso de madeira e era uma sala ampla com um sofá marrom enorme e aparência confortável, um móvel de carvalho com vasos e retratos, uma mesinha de centro com uma recém colocada rosa azul e um piano de calda no canto. Uma TV, um rádio e vários quadros decorando a parede cor de pêssego. As janelas tinham uma vista metódica da rua toda. Jack começou a tirar todos os quadros da parede e rasga-los. Eu o encarei.

- Melissa vai querer fazer os quadros pra nossa casa. Né?

Eu ri. O próximo cômodo era numa entrada sem porta, a cozinha, que não tinha nada de tão impressionante, além de uma porta para um armário de limpeza. Se eu conhecia Mel e Jack, eles iam pedir pizza 90% dos dias, não seria um cômodo muito usado. Voltei para sala e abri outra porta ao lado do piano. Paramos num cômodo onde tinha apenas uma lareira, outras duas portas e vários livros em estantes. Tinha um violoncelo ali do lado perto da lareira. Abri uma das portas branca para um banheiro e a outra dava num longo corredor. Quatro portas e uma estátua alta estilo grega de um cavalo com asas num canto. Jack quebrou a estatua.

- Jack, que diabos?

Ele se assustou.

- Ela... A Mel...

- Melissa não é escultora!

- Ah... Não?

Eu abri uma das portas ignorando seu choramingo - Pégasus - e deu num banheiro. Outra porta deu num quarto não tão grande com uma cama de casal, uma porta aberta para um banheiro, uma escrivaninha e um armário. A parede era azul meio escuro e o chão era um carpete igual ao do corredor cinzento. Era simples, sem contar as decorações Vintage que Jack tinha posto. Uma miniatura de uma cabine telefônica londrina, várias almofadas com coisas escritas como "I promise never leave this bed", "Breakfeast of pizza" e "Let's stay all day in bed, baby?". Tinha quadros em preto e branco da torre Eiffel, ponte Golden gate, Empire State Building e o Big Ben. Tinha um telefone antigo no criado mudo e um toca discos do lado da janela de cortinas com estampa do mapa do Central Park. Tinha uma câmera antiga no criado mudo, um abajur com uma capa da bandeira da Inglaterra e um apanhador de sonhos rústico em cima da cama. E ainda por cima tinha uma Torre Eiffel de meio metro do lado do armário branco.

- Meu quarto e o da Melissa. Acha que ela vai gostar?

- Vai amar, Jack. É lindo! Vou pedir pra você decorar minha casa. Se direito não der certo vira decorador.

Ele riu. Deixamos aquele quarto depois de eu implorar para Jack me dar aquela torre Eiffel.

- Aceito barras de chocolate como pagamento.

Nós rimos.

- Eu tava pensando - disparou Jack me empurrando para passar pela porta - em por um berço aqui. Perto dessa janela pra o Will ou a Alice acordar com o sol... E ali por uma cômoda... - ele apontava para todos os lados sonhador - ali eu colocaria um cavalinho daqueles que vai pra frente e pra trás... E ali um quadro da mãe dele(a).

- Isso vai ficar lindo Jack.

- Eu sei. É difícil de acreditar que eu era o garoto que teve duas overdoses e não passava uma única noite sem cair de bêbado.

- E eu a garota louca com alucinações.

Nos abraçamos enquanto o sol iluminava o quarto do Will ou da Alice.

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capitulo cinqüentaa!

muita gente no meu twitter está me perturbando p eu postar os capítulos mas rápido, gente calma

a ruiva precisa de um tempo p fazer o último capítulo, tem q ser perfeito certo?

certo.

seu voto nos faz feliz!

espero q estejam gostando ♡

hallucinations // zmOnde histórias criam vida. Descubra agora