capítulo 41

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Chegando em casa tentei não fazer barulho. Fui para cima, corri para o meu quarto e troquei de roupa. Pus qualquer coisa que achei no meu guarda roupa, uma regata verde, uma calça moletom que ia até o joelho e fiquei com uma meia branca. Prendi num rabo de cavalo o cabelo sujo e desci as escadas. Minha mãe lavava a louça, meu pai deveria estar no trabalho.

- Mãe, para! Deixa que eu lavo.

Puxei ela da pia com calma e tomei a esponja de sua mão.

- Acho que eu consigo fazer isso, Katherine.

- Mas, eu quero fazer. Vai sentar.

Minha mãe ainda tinha a face doente. As bochechas estavam puro osso, os olhos tinham olheiras profundas e os cabelos estavam um pó pela quimioterapia. A médica falou que o tumor diminuiu ao ponto de nenhum tratamento ser necessário, mas que eu e meu pai deviamos ficar de olho. Podia voltar a crescer e até se espalhar. E isso deixava o meu pai sempre no encalço da minha mãe e sempre franzindo a testa. Não que isso também não me deixava preocupada, porém eu tentava afastar isso. Me batia a ansiedade quando isso me passava na mente e eu mal podia respirar.

- Katherine.. - sua voz estava trêmula.

- Que? Você ta bem?

- Estou, filha. Eu e o seu pai conversamos...

Lá vem.

-Eu e seu pai conversamos...
Você vai na festa daquela garota que você odeia.
Vamos cancelar a netflix pra você melhorar as notas.
Você vai com a gente visitar a sua tia avó.
Vamos nos mudar para a Inglaterra.

- Vamos voltar pros Estados Unidos.

- O QUE?

- Vamos voltar pra Nova York. Não sente falta?

- Não! Quero ficar aqui. Gostei daqui, mãe.

- Eu sei, mas sinto falta dos Estados Unidos. Não aguento mais o sotaque inglês e a advocacia aqui é desnecessária, não tem quase nenhum crime em Bradford. E seu pai e eu somos dessa área. O máximo que aconteceu foi uma invasão de propriedade dos McClain, uma destruição de um Mercedes Benz e algo sobre um roubo de moto. Só que não foi necessário advogados porque nem sabem quem foi. Então, estamos sem muitos fins lucrativos aqui. Da para nos mantermos, mas nada comparado ao crime novaiorquino.

Senti uma vontade de gargalhar e um mega alívio, mas precisava ficar aqui em Bradford. E Zayn? E Jack? Queria ficar naquela casa antiga e ter que dirigir quilômetros para ir num shopping. Gostava daqui. E relacionamentos a distância são besteira. Mesmo que você esteja com a pessoa no coração não vai ser a mesma coisa. Eu precisava ficar.

- Então me deixa aqui! Eu fico com o Jack. Já tenho dezessete anos, mãe, posso cuidar de mim. Além disso, eu quero me formar aqui. Esta tão perto do final do ano. E depois eu posso fazer faculdade aqui e até trabalhar.

Eu larguei a esponja na pia.

- Por favor, mãe.

- Katherine, você já passou da sua fase difícil e já estamos aqui a um ano. Suas alucinações eram o único motivo de estarmos aqui e a psicóloga foi muito boa. Ela te curou das alucinações e tudo mais.

- É... Claro. Foi ela. Deixa eu me formar aqui, tenho meus amigos, minha escola e estou bem melhor nas notas.

- Katherine Anne Paige se forme nos Estados Unidos porque vamos pra lá. Seu pai e eu já decidimos, além de que seu pai quer voltar para o escritório de advocacia. Parece que os casos de crimes e processos aumentaram perto do natal.

Meus pais me criaram desde pequena para nunca comemorarmos nenhum feriado. Nem natal, ação de graças, ou páscoa. Eles dizem que é um golpe da mídia para nos fazer comprarem decorações e pseudo crentes irem na igreja bancar os santos. Meus pais só fazem um jantar de natal com pizza e rezamos no dia de ação de graças antes de comer comida tailandesa, mexicana ou caseira. Então nem "comemoramos" o natal esse ano.

- Mas, mãe...

- Sem mas, Katherine. Nós vamos semana que vem.

- Eu tenho quase dezoito anos, você não pode me obrigar.

- Kathe...

- Sem essa, mãe. Eu não quero ir!

Eu corri para o meu quarto como uma criança que não ganhou o que queria.

Tranquei a porta e sentei na cama. Não deixei isso estragar o dia perfeito que tive. Fechei os olhos e pensei em todas as vezes que Zayn me abraçou, beijou e as mãos dadas quase o tempo todo. O toque quente dele ainda estava na minha mente, o gosto do beijo dele ainda estava na minha boca e as palavras que ele sussurrou no meu ouvido ainda estavam na minha memória. A noite ele me falou algo um pouco depois de terminarmos.

- Você é linda. Não de aparência, mas você apenas.

Lembrei do jeito que ele me olhava como se eu fosse o seu maior sonho. Aquele sorriso que sempre surgia na minha expressão toda vez que eu olhava pra ele. Estava apaixonada. Mas, não era amor. Ou era? Eu não sei. Peguei o celular da minha mãe, porque o meu esta espatifado no chão e mandei uma mensagem pra ele.

Vou quebrar a regra dos três dias.
Eu amo você.

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capitulo quarenta e um!

demorei um pouco p postar mas está aqui.

o cap está pequeno but já vou postar o outro

seu voto nos faz feliz!

espero q estejam gostando ♡

hallucinations // zmOnde histórias criam vida. Descubra agora