Capítulo 6

56 5 3
                                    


Emma Mitgard Pov.

Ontem à noite Lotte e eu ficamos do lado de fora do apartamento até ouvirmos Lana pedir para o Liam ficar quieto sobre tudo, porque nós poderíamos estar voltando. Quando decidimos entrar os encontramos sentados no sofá, Liam assistindo televisão e Lana no celular. Por alguma razão eu não consegui tirar os olhos dela por exatos dois minutos, só me dando conta do que fazia quando ela ergueu a cabeça e olhou diretamente para mim, sorrindo sem mostrar os dentes antes de se levantar e perguntar se eu estava com fome. Neguei assim como Lotte e Liam. Acho que depois do que aconteceu ninguém tinha apetite para comer, nem mesmo meus amigos esfomeados.

Quando fui para meu quarto Jenni ouvia música em seu fone de ouvido, o que explica ela não ter aparecido na sala para saber o que havia acontecido com Lana. Minha cabeça estava tão confusa que mesmo depois do meu banho e de ter deitado para dormir eu permaneci lá, com os olhos abertos enquanto Jenni se agarrava em mim como se eu fosse um urso de pelúcia. Olhei as horas em meu celular e marcava 03:59hs e com isso eu percebi que não conseguiria dormir pelo resto das horas seguintes. Desvencilhei-me de Jenni a fazendo apertar meu travesseiro e saí do quarto para tomar água, ver se em pé minha cabeça parava um pouco de pensar.

Quando estava voltando da cozinha foi que notei Lana sentada no sofá menor com sua gatinha em mãos. Ela estava tão concentrada em acariciar o animal, que não notou minha presença e muito menos percebeu quando me aproximei.

– O nome dela é Estrela? – Perguntei em um sussurro, notando que ela se assustou, dando um pequeno sobressalto quando me viu em pé a sua frente.

– Emma... – Sorriu fazendo contato com meus olhos por breves segundos antes de voltar à atenção para a gatinha. - Sim, Estrela. – Acariciou abaixo do pescoço da gatinha e a mesma ronronou. - Tenho ela há quase um ano. – Sorriu sem mostrar os dentes e voltou a me olhar. - Ela é muito amorosa. Quer pegar um pouco? – Apontei para mim mesma e assenti concordando, dando três passos para sentar ao seu lado. - Hã... Er... Vou colocar no seu colo. – Falou sem jeito, erguendo a gata e passando para mim.

– Wow, ela é pelo puro. – Falei quando meus dedos afundaram nos pelos brancos.

– Bastante pelo. – Sorriu e desviei a atenção para ela e quando ela fez o mesmo comigo, eu pude perceber seus olhos vermelhos. A luz estava apagada, mas a porta para a pequena varanda do apartamento estava aberta, deixando às luzes da cidade iluminar à sala.

– Estava chorando? – Perguntei baixo, mas o suficiente para ela escutar e virar o rosto para o outro lado.

– Não, minha rinite ficou atacada por causa de uma caixa que eu mexia no meu quarto. – Fungou como que para provar o que dizia.

– Você não tem rinite. – Sussurrei e ela voltou a me olhar, mas agora surpresa. - Não é alérgica a nada. – Olhei para a gata que pulou do meu colo se espreguiçando no chão e correndo em direção ao quarto de Lana, que se encontrava com a porta aberta. - Você não...

– Eu sei. – Murmurou juntando as mãos e brincando com elas. - Não quero causar problemas.

– Hm. – Ficamos em silêncio por um tempo e suspirei. Se eu não falar disso minha cabeça vai virar uma confusão. - O que aconteceu com sua mãe? – Perguntei a olhando e sua boca se entre abriu surpresa.

– Hã... Você não precisa dormir? – Desconversou olhando de um lado para o outro.

– Estou bem. Então...

– Hm... Eu não... – Começou a mexer nas mãos freneticamente, estalando os dedos e apertando vez ou outra, chamando minha atenção. Lana não mudou nada em quatro anos, continua com o mesmo hábito de mexer nas mãos quando fica nervosa ou sem graça.

Because... Who... Who are we?Onde histórias criam vida. Descubra agora