Emma Pov.
— Do que você está falando? Isso é ridículo. – Lotte foi a primeira a se pronunciar depois que aceitei o conselho de Lana para contar a eles meus problemas atuais. Não que eu esteja cogitando a ideia de aceitar seus conselhos de agora em diante, mas preciso admitir que contar para Lotte e Liam antes que a coisa já esteja complicada é um bom plano. Se bem que já estão complicadas e eu não queria que ninguém soubesse disso.
Lana só conseguiu a informação por ser extremamente curiosa e insistente, sem dizer que não me deixaria em paz ou engoliria uma desculpa qualquer.
Como proceder quando alguém usa contra você as informações que conseguiu a seu respeito ao longo dos anos? Lana me conhecer tão bem é um saco, mas o pior, é ter a certeza que continuo a mesma garota que ela se lembra. Isso sim é uma droga.
— Ele está mesmo levando essa maldita história à frente? – Liam perguntou ficando de pé. Olhei pra baixo e suspirei já esperando todo tipo de perguntas possíveis. Esse é um dos motivos pelo qual eu não queria contar necessariamente agora, não estou preparada para as perguntas que desconheço as respostas.
— Sim! Ele vai levar isso adiante, não esperava menos dele. – Cobri o rosto com ambas as mãos e respirei fundo na tentativa frustrada de me acalmar.
— Mas por que ele te processa? – Liam continuou com as perguntas e deitei a cabeça para trás no sofá, ocupando-me em olhar o teto.
— Não sei, vou saber amanhã. – Sussurrei cobrindo os olhos com o braço esquerdo, sentindo uma mão tocar meu braço direito num discreto carinho. Só pelo jeito tímido que os dedos se movem posso deduzir ser Lana, não tendo a certeza se pode ou não ficar próxima de mim.
— É tudo culpa minha, não é? – A voz chorosa de Jenni me fez voltar a uma postura rígida. É disso que eu tinha medo, por isso não queria contar a ela, sabia que sua reação seria essa, se culpar por isso. Minha irmã é sensível e até ingênua demais.
— Você não tem culpa de nada. – Tratei de deixar claro, vendo-a se encolher no sofá. Droga, claro que dizer isso não vai parar de fazer com que ela pense que tem culpa. Não devia ter contado.
— Mas se eu não... Se a Angel não tivesse ido dormir lá em casa, eu não a teria beijado e nosso pai não teria visto. A culpa é minha por ele estar fazendo isso, Emma. Não podia ter deixado com que descobrisse, eu... Eu só estou te trazendo problemas.
— Você é minha irmã. Meu dever é cuidar de você e te proteger de qualquer coisa que ameace te ferir. No momento, isso é nosso pai e eu vou proteger você dele. Se ele quer envolver autoridades em um assunto que deveria ser resolvido em família, ok! Ele só está nos expondo a algo desnecessário e espero que perceba isso o quanto antes. Caso não aconteça, vou fazer o joguinho dele até que se sinta satisfeito. – Ergui-me mexendo no cabelo sem paciência alguma. Ela não pode se culpar.
— Mas isso significa que você vai ficar com problemas, não muda o fato de que a culpa é minha.
— A culpa não é sua. – Falei em um rosnado e meu coração se apertou por ela limpar uma lágrima, se encolhendo mais um pouco no sofá. Prontamente caminhei em sua direção e sentei ao seu lado, passei os braços ao seu redor e a abracei o mais apertado que eu podia. Jenni é a única pessoa que eu realmente considero a melhor da nossa família. Eu faria e farei qualquer coisa para protegê-la. Ela é inocente, ingênua e sempre acreditou que as coisas poderiam melhorar entre meu pai e eu. Destruir essa esperança dela não estava na minha lista de coisas para fazer. — Ia acontecer de um jeito ou de outro, você foi só um motivo que veio a calhar para ele, não se culpe. – Beijei o topo de sua cabeça e Liam se abaixou na frente dela, pegando suas mãos com carinho.
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Because... Who... Who are we?
RomanceEmma Mitgard descobriu da pior maneira possível que nem sempre os seus melhores amigos são de fato, os melhores. Que às vezes alguém que você menos espera pode te machucar. Que a sociedade pode ser cruel quando não se segue o padrão exigido. Que sua...