Capítulo 10

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Emma Pov.

— Do que você está falando? Isso é ridículo. – Lotte foi a primeira a se pronunciar depois que aceitei o conselho de Lana para contar a eles meus problemas atuais. Não que eu esteja cogitando a ideia de aceitar seus conselhos de agora em diante, mas preciso admitir que contar para Lotte e Liam antes que a coisa já esteja complicada é um bom plano. Se bem que já estão complicadas e eu não queria que ninguém soubesse disso.

Lana só conseguiu a informação por ser extremamente curiosa e insistente, sem dizer que não me deixaria em paz ou engoliria uma desculpa qualquer.

Como proceder quando alguém usa contra você as informações que conseguiu a seu respeito ao longo dos anos? Lana me conhecer tão bem é um saco, mas o pior, é ter a certeza que continuo a mesma garota que ela se lembra. Isso sim é uma droga.

— Ele está mesmo levando essa maldita história à frente? – Liam perguntou ficando de pé. Olhei pra baixo e suspirei já esperando todo tipo de perguntas possíveis. Esse é um dos motivos pelo qual eu não queria contar necessariamente agora, não estou preparada para as perguntas que desconheço as respostas.

— Sim! Ele vai levar isso adiante, não esperava menos dele. – Cobri o rosto com ambas as mãos e respirei fundo na tentativa frustrada de me acalmar.

— Mas por que ele te processa? – Liam continuou com as perguntas e deitei a cabeça para trás no sofá, ocupando-me em olhar o teto.

— Não sei, vou saber amanhã. – Sussurrei cobrindo os olhos com o braço esquerdo, sentindo uma mão tocar meu braço direito num discreto carinho. Só pelo jeito tímido que os dedos se movem posso deduzir ser Lana, não tendo a certeza se pode ou não ficar próxima de mim.

— É tudo culpa minha, não é? – A voz chorosa de Jenni me fez voltar a uma postura rígida. É disso que eu tinha medo, por isso não queria contar a ela, sabia que sua reação seria essa, se culpar por isso. Minha irmã é sensível e até ingênua demais.

— Você não tem culpa de nada. – Tratei de deixar claro, vendo-a se encolher no sofá. Droga, claro que dizer isso não vai parar de fazer com que ela pense que tem culpa. Não devia ter contado.

— Mas se eu não... Se a Angel não tivesse ido dormir lá em casa, eu não a teria beijado e nosso pai não teria visto. A culpa é minha por ele estar fazendo isso, Emma. Não podia ter deixado com que descobrisse, eu... Eu só estou te trazendo problemas.

— Você é minha irmã. Meu dever é cuidar de você e te proteger de qualquer coisa que ameace te ferir. No momento, isso é nosso pai e eu vou proteger você dele. Se ele quer envolver autoridades em um assunto que deveria ser resolvido em família, ok! Ele só está nos expondo a algo desnecessário e espero que perceba isso o quanto antes. Caso não aconteça, vou fazer o joguinho dele até que se sinta satisfeito. – Ergui-me mexendo no cabelo sem paciência alguma. Ela não pode se culpar.

— Mas isso significa que você vai ficar com problemas, não muda o fato de que a culpa é minha.

— A culpa não é sua. – Falei em um rosnado e meu coração se apertou por ela limpar uma lágrima, se encolhendo mais um pouco no sofá. Prontamente caminhei em sua direção e sentei ao seu lado, passei os braços ao seu redor e a abracei o mais apertado que eu podia. Jenni é a única pessoa que eu realmente considero a melhor da nossa família. Eu faria e farei qualquer coisa para protegê-la. Ela é inocente, ingênua e sempre acreditou que as coisas poderiam melhorar entre meu pai e eu. Destruir essa esperança dela não estava na minha lista de coisas para fazer. — Ia acontecer de um jeito ou de outro, você foi só um motivo que veio a calhar para ele, não se culpe. – Beijei o topo de sua cabeça e Liam se abaixou na frente dela, pegando suas mãos com carinho.

Because... Who... Who are we?Onde histórias criam vida. Descubra agora