Capítulo 18

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Charlotte Pov. 

Toquei a campainha pelo que parecia ser a vigésima vez e olhei para os lados procurando algo que nem eu mesma sabia o que era. Faz uma maldita semana que tudo se tornou uma bagunça na minha cabeça. Ainda não consigo acreditar que contei a Emma como me sinto. Que despejei tudo e saí correndo antes de ouvir sua resposta. Não acredito que enchi tanto a cara que agora estou frente a porta do apartamento de Nicole, esperando-a abrir a porta. Nem sei se ela está em casa também. Essa semana está sendo tão merda que se alguém morrer não vai me admirar.

— Já vai, caralho! Não se pode tomar banho em paz na própria casa?! Isso lá são horas de vir na casa de uma pessoa?! – Ouvi os resmungos do outro lado e o barulho de chave se chocando deixou claro que a porta seria aberta. - Espero que seja algo muito... – Travou ao puxar a porta e seus olhos se abriram de leve. - Lotte? – Perguntou surpresa, engolindo em seco e apertando a mão livre no nó da toalha que cobria seu corpo. Seu cabelo estava molhado e uma gota pingava vez ou outra no chão. O que eu estou fazendo aqui? - Aconteceu alguma coisa? – Perguntou preocupada e engoli em seco, seguindo uma gota de água que saiu da ponta do seu cabelo e desceu por sua pele, entrando pelo vale dos seus seios. Eu estou muito bêbada.  

— Eu... – Travei olhando para os lados. O que eu faço aqui? Lembro que estava indo para casa, mas de repente me vi frente a porta dela. Desde o dia na praia Nicole literalmente evitou se aproximar de mim. Sempre que nos víamos no corredor da faculdade ou no refeitório, ela mudava o caminho. Quando ela se aproximava para falar com a Emma, nem sequer olhava na minha direção, sempre sendo rápida e voltando para sua mesa de amigos. Acho que nem bêbada explica eu ter vindo para cá, onde está me amor próprio?

— O que foi? – Se esticou um pouco para fora, imitando meu movimento de olhar para os lados, porém, esse maldito gesto a fez ficar próxima de mim. Seu perfume, vindo do shampoo ou sei lá o que, me embriagou mais do que eu já estava.  

— Eu bebi. – Confessei, mudando o peso de uma perna para outra e apertando a alça da minha bolsa, numa tentativa de me equilibrar melhor. - Per-perdi minhas chaves e não tem ninguém em casa. Não... Não sei o que estou fazendo aqui, mas... – Oh, agora sim me lembrei, eu não tenho mais a minha chave, não faço ideia de onde deixei. – Pode me ajudar de alguma forma?

— Você bebeu? – Perguntou preocupada, chegando mais perto para segurar minha mão direita. Perigo, se afaste. - Vem, entra. – Me puxou para dentro e fechou a porta. - Senta aqui que eu vou colocar uma roupa. – Me sentou no sofá de couro branco e pegou minha bolsa, jogando-a no outro sofá. - Você bebeu muito? – Se abaixou a minha frente quando cobri o rosto com as mãos, para evitar olhar descaradamente para seus peitos.  

— Gastei todo o meu dinheiro em bebida. Eu não sei, eu... Acho que nem perdi minhas chaves, só não acho. – Ri sem humor e ela se levantou suspirando.  

— Certo. Levanta! – Pegou meu braço e me levantei um pouco tonta. - Você vai tomar um banho. – Me puxou em direção a uma porta branca e franzi o cenho quando ela foi aberta, revelando para meus olhos um quarto perfeitamente organizado, porém grande demais. - Aqui. Esse é meu banheiro. – Me soltou, caminhando até uma outra porta e segui cada movimento que suas pernas faziam, me perdendo ao subir um pouco o olhar e ver o quanto aquela toalha estava justa as suas curvas. Toalhas deveriam ser assim? - Lotte? – Chamou, parando de caminhar e me olhou preocupada. - Consegue andar até aqui? – Assenti ainda tonta e caminhei em ziguezague para perto dela. Merda! - Eu vou pegar uma roupa para você, okay? Toma um banho. – Me empurrou delicadamente para dentro e fechou a porta, me deixando sozinha ali. Suspirei aliviada por seu feito. Eu só queria fazer minha mente parar um pouco de funcionar. Olhei de um lado para o outro, admirando a limpeza do local e suspirei começando a tirar minha roupa. Quando me encaminhei para o boxe, pisei em falso no pequeno sobressalto do chão e quase caí. Só não o fiz porque segurei no vidro onde se encontrava vários frascos de vidros de shampoo, conseguindo a proeza de derrubar todos que estavam arrumados.

Because... Who... Who are we?Onde histórias criam vida. Descubra agora