Lana Letterman Pov.
Escorei minhas costas no sofá e olhei para televisão que ainda passava o filme que Emma assistia. Ia fazer dez minutos que eu estava sentada ao seu lado em silêncio, só esperando o assunto ser iniciado. Eu poderia começar, mas não quero pressionar nada, já fiz muito isso desde que cheguei. Só quero que ela dê o primeiro passo para nós.
— Nós dormimos juntas. – Finalmente falou alguma coisa, me fazendo suspirar aliviada. – Nós bebemos e... – Travou na continuidade e olhei para seu rosto, fazendo contato com seus olhos verdes.
— Transamos. – Falei para lhe ajudar e ela assentiu ficando vermelha. Oh Deus, Emma corada é a coisa mais linda do mundo.
— Sim, nós... Nós...
— Cinco vezes. – Continuei e sorri de canto por ela cobrir o rosto com ambas as mãos e suas orelhas avermelharem, coisa que deixou óbvio quão envergonhada ficou. – O que foi? Foram cinco vezes. Você é tão malvada, nem me deixou tempo para respirar. – Brinquei para ver se ela ficava ainda mais corada.
— Lana. – Repreendeu e me olhou feito um tomate.
— O que foi? Fica com vergonha não. – Acariciei seu braço e sorri. – Ontem você não estava com vergonha, pelo contrário.
— Ontem eu não estava no meu juízo perfeito. – Começou e desmanchei o sorriso. Ah não, eu temia que isso fosse acontecer. Ela vai culpar a bebida e dizer que foi tudo um erro?
— Eu sei. – Encolhi os ombros e desviei os olhos dos seus. Droga, eu fiquei tão nervosa para ter essa conversa, mas agora não quero ter de ouvir suas palavras seguintes. Não diz que foi um erro, por favor.
— Mas eu não posso colocar a culpa na bebida. – Sussurrou se encolhendo e arregalei os olhos surpresa. O quê? – Quer dizer, posso. – Puxou um pouco do cobertor para cima e cobriu a boca com ele. – Mas não farei isso. – Fechou os olhos e suspirou antes de os abrir de novo. – Você e eu somos complicadas, não é? – Perguntou em um sussurro e cheguei meu corpo mais perto do seu.
— De que forma?
— Acho que de todas. – Riu sem humor e olhei para televisão em silêncio. Ela tem razão, somos complicadas, sempre fomos.
— Olha, se você não quiser fazer isso hoje eu vou entender. Não quero te deixar desconfortável. – Murmurei por ela permanecer tempo demais em silêncio. – Não precisa ser amanhã também, nem depois. Eu posso esperar o tempo que for preciso. – Tranquilizei e coloquei uma almofada sobre meu colo. – Se quiser só assistir ao filme eu assisto com você. Se quiser que eu vá para o meu quarto, eu vou. – Comecei a erguer meu corpo e fui puxada para sentar de novo.
— Só fica calada. – Murmurou e jogou metade da sua coberta sobre meu corpo antes de voltar a atenção para televisão. – Eu vou chegar lá, só...
— Okay. – Ri baixinho e foquei meu olhar no que passava na televisão, só agora notando que ela assistia A Órfã. – Lembra que foi esse filme que assistimos daquela vez que não conseguimos ver o do Avatar? – Perguntei curiosa e senti seu olhar sobre mim. – Você se apaixonou pela Max. – Lembrei quando vi a menininha e dei um sorriso de canto.
— Você ia me beijar? – Perguntou do nada. A olhei sem entender e levemente assustada por sua expressão séria.
— O quê? Como assim? Agora?
— Não. Quando assistimos esse filme na minha casa. – Falou e pisquei várias vezes por finalmente entender do que ela falava. – Você ia me beijar, Lana? Sempre quis saber. – Uh, isso é... Nesse dia eu...
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Because... Who... Who are we?
RomantizmEmma Mitgard descobriu da pior maneira possível que nem sempre os seus melhores amigos são de fato, os melhores. Que às vezes alguém que você menos espera pode te machucar. Que a sociedade pode ser cruel quando não se segue o padrão exigido. Que sua...