Capítulo 7 - falta pouco

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Zarina Denovan

Não se faz muito tempo que meu aniversário se passou, na verdade, apenas duas semanas. Não teve festa como em todos os anos, nem sequer passei com meus pais, minha irmã, Victoria, veio até Chicago e passou o dia comigo, assim como seu marido e filho.

Ganhei vários presentes, inclusive de Ivan, o mesmo me deu um lindíssimo anel de noivado, cravejado por diamantes e uma única pedra de esmeralda em cima. Não era exatamente o que gostaria de ganhar com dezoito anos - Um anel de noivado - Mas apreciei por ser belíssimo.

Com meu aniversário também veio a notícia que me casaria em três semanas - Atualmente apenas uma.

Como não tive muita escolha, já que fui vendida como uma mercadoria quando tinha apenas 3 anos, o que me restava era escolher um belo vestido e preparar a festa de noivado - O último eu me recusei a fazer.

A festa aconteceria dias antes o matrimônio oficial, em Chicago, é apenas uma formalidade para anunciar que iremos unir famílias... na minha opinião, Uma grande bobagem!

Sobre o meu noivo, depois do jantar ele simplesmente sumiu e as únicas notícias que recebi foi o anel, a duas semanas, e um bilhete hoje pela manhã; "use um vestido".

sinceramente, não sei se o indivíduo queria fazer uma piada sobre a situação do jantar, ou se realmente está preocupado que eu apareça de calças jeans e moletom no dia do noivado. De qualquer forma, isso me deixou irritada e só por isso, eu mesma quis escolher meu vestido, e acreditem, ele irá se arrepender por ter me mandado usar um.

Ivan Petrov

  - O noivado é daqui uma semana, tratem de terminar isso antes! - Eu disse saindo do cômodo.

- Eu não acredito que está mesmo fazendo isso por ela. - Meu irmão falou assim que pisei em meu escritório.

- Não venha com essa merda de olhar - Eu disse apontando para ele - A maldita garota irá vir para cá, um lugar do qual ela nunca esteve ou sequer gosta, o mínimo é ter algo que ela fique contente.

- E por isso está transformando um cômodo seu em uma biblioteca? - Ele revirava os olhos.

- Preferiria que eu fizesse o que? Comprasse um cachorro? - Eu ri - Eu sequer sei se ela gosta de um. - Comecei a repensar a idéia, enquanto recebia um olhar incrédulo de Lucca.

- Não vai comprar um cachorro. - Ouvi Gabriel, Meu outro irmão, dizer ao entrar.

- Eu estou nervoso, merda! - Eu respirei fundo passando as mãos em meus cabelos.

- É normal que esteja, você irá se casar com uma mulher que não conhece. - Gabriel disse apoiando a mão em meu ombro, em forma de consolo, uma ação que só permitia meus irmãos fazerem. - Fora o fato dela aparentemente ser louca - ele riu se afastando.

- Ela não é louca - Afirmei.

- Mas não será fácil... - Gabriel me disse e Lucca apontou, em gesto de concordância.

- A maldita foi de moletom, cara... ela irá acabar com a sua paciência - Lucca ria sentado em minha cadeira, colocando os pés encima da mesa - Sinto que adorarei ela.

- Não a chame de maldita - O repreendi, recebendo um olhar mortal e acusatório da parte dele, pois eu mesmo havia a chamado assim, mas são coisas diferentes. - E já resolvi o lance do moletom.

- Mandar um bilhete não é bem resolver... - Lucca deu de ombros.

Caminhei até ele jogando seus pés em direção ao chão, fazendo ele se endireitar na cadeira. Ele me olhou bravo mas nada disse, do outro lado da escritório, Gab ria da cena.

Zarina Denovan

Duas horas antes - dia do noivado

- Querida... - Ouço minha mãe dizer exitante atrás da porta. - Posso entrar?

- Claro.

Após minha confirmação avistei ela adentrando o cômodo, e de excitação sua feição foi para decepcionada, mamãe queria realmente ver meu vestido - algo que escondi de todos, dando a desculpa de "quero que seja especial" - Mas como eu ainda estava vestindo um roupão de seda, não foi a cena que ela queria.

- Querida, deveria por seu vestido - Ela disse sorrindo - não queremos que se atrase.

- Não irei me atrasar e se fizer... eles que esperem - Sorri falsamente - Aliás, não tem como começar uma festa de noivado sem a noiva.

- Tem toda razão - Ela riu chegando mais perto, claramente não concordava com o que eu disserá mas escolheu não discutir.

Tocando minhas mãos delicadamente, ela me arrastou até a cama e se sentou comigo ao seu lado, suas mãos tremiam um pouco, mas sua feição era de gelo, não demonstrava nada.

- Já estive em seu lugar um dia. - Ela colocou já pronto meu cabelo atrás da orelha - E sei que está nervosa, mas não é necessário... apenas siga o planejamento, seja firme em frente a todos da sociedade.

eu concordei com a cabeça, uma sensação de surpresa se passava pelo meu corpo, Samantha, minha mãe, nunca havia me consolado ou tentado me acalmar... isso fez meu coração se encher de carinho e senti vontade de chorar.

- E então, quando chegar o dia de seu casamento... - ela prosseguiu, retirando suas mãos de mim - Faça tudo o que ele mandar, dê tudo o que ele pedir, abaixe a cabeça e sorria sempre. E lembre-se; a palavra dele é lei na Rússia e com você.

E como se um balde de água fosse jogado em mim... meu coração se afundou em meu peito, não era o que eu esperava que ela fosse dizer, falando que era para eu ser submissa a todo momento e beijar o chão que ele pisar, eu realmente esperava que pelo menos uma vez em minha vida, ela diria para tomar o controle.

- Saia, mamãe... - Minha voz saiu baixa.

- O que? - ela me olhou como se eu tivesse chifres e fosse vermelha.

- Eu disse para sair. - minha voz saiu mais firme dessa vez.

- Não seja ridícula, Zarina! - Ela gritou se levantando.

- Saia agora! - Eu gritei me levantando - Saia por aquela porta e só fale comigo hoje quando for por formalidades, deixe que me arrume sozinha! - Minhas mãos tremiam de raiva enquanto eu apontava para a porta.

- Eu sou a sua mãe... - Ela apoiava a mão no peito como se tivesse sido atacada fisicamente por mim - Eu pensei que me amasse, mas grita comigo e me ofende, como pode tratar sua própria mãe assim?

a voz vitimada dela me fez revirar os olhos, agora, ela estava jogando a situação contra mim, como sempre fazia.

- Apenas saia. - Eu disse baixo.

E então ela se foi e eu me abracei como se assim a dor em meu peito parasse, mas como o esperado, não parou.

Branco não, eu prefiro vermelho - Drakon's IOnde histórias criam vida. Descubra agora