Epílogo

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IVAN PETROV

- Pensei que havíamos concordado em  nos encontrarmos sozinhos, Stefano.

O capo italiano estava no galpão, com sua jaqueta de couro e dois homens. Não era o combinado, ele deveria ter vindo sozinho como eu fiz.

- Não confio em você. - Ele respondeu, não expressando qualquer arrependimento.

- Não é uma questão de confiança mas sim de caráter. - Debati me aproximando - Desejo fazer um acordo, propus isso, e é tudo o que farei.

Stefano Bellini, o capo da máfia italiana, riu e com um aceno de cabeça, os dois homens atrás de sí levantam sua arma até meu rosto.

- Não tenho tanta certeza se quero um acordo. - Ele inclinou sua cabeça levemente quando não demonstrei qualquer emoção - Não estamos na Rússia, Petrov.

Ele tinha razão, eu não estava protegido como estaria em meu país mas ele também se encontrava na mesma posição que eu, justamente por isso escolhemos esse local que está longe de nossas garras, assim não podemos jogar sujo. Apesar de Stefano estar fazendo um belo jogo sujo sozinho, com toda sua arrogância e os dois homens apontando armas para mim.

- Também não estamos na Itália, Bellini.

Stefano me olhou por longos segundos, sabendo que eu estava certo e mesmo estando sozinho eu não estava em desvantagem, de qualquer forma ele não mandou seus homens abaixar as armas. Também não foi preciso, logo dois disparos foram dados, e pude ver um dos homens cair de joelhos segurando a coxa enquanto o outro cambaleava para trás segurando o ombro, mas não foi eu quem atirou.

Ainda encarando Stefano vejo, pela primeira vez, seu rosto ter uma expressão de surpresa.

- Bom dia, rapazes. - Ouço a voz zangada de Zarina atrás de mim.

Stefano sequer olha para os homens atrás de sí, apenas encara minha esposa que se aproximava e que para nos meio de nós dois.

- Eu vou ser bem clara com ambos - Zarina disse intercalando o olhar entre nós - Eu tenho pouca paciência e uma viagem para fazer então resolvam logo esse assunto para que eu possa fazer o que desejo.

O italiano recupera de seu choque, trazendo consigo sua ousadia e atitudes suicidas.

- Koroleva ada, a capo - Ele diz, impressionado por finalmente conhecê-la.

- Stefano Bellini, o idiota italiano que está me atrapalhando. - minha esposa o encara de forma mortal.

- Você feriu meus homens - Ele a acusa.

- E irei ferir você se não parar de ser um babaca estraga viagens. - Zarina ameaçou, se aproximando de Stafano e parando a centímetros de distância - Hoje é um dia muito especial para mim, Stafano. - Ela fala seu nome como uma maldição - Hoje faz um ano que casei e por isso tenho uma viagem para ir.

- Meus parabéns. - Stafano debocha.

Idiota, O imbecil sequer ter esposa por isso não sabe que ao diminuir o aniversário de casamento, uma data tão importante, está assinando seus atestados de óbito.

- Você vai ouvir Ivan e irá concordar com o acordo, porquê sei que é tão bom para você quanto para nós. - Ela o avisou, em um tom ameaçador.

- Não sei se quero ouvir o acordo. - Stefano rebate, a provocando e estufando o peito enquanto a olha de cima.

- Eu vou te dar duas opções - Zarina começa, empurrando o peito de Stefano levemente - Você irá fazer o que falei e será rápido ou então voltarei e você tratará de assuntos comigo, mas acho que será difícil assinar a porra do papel depois que eu atirar no seu rosto.

Stafano engole em seco, concordando com a cabeça e me encarando, quase me pedindo socorro. Sorrio para ele, negando com a cabeça em um aviso, ela realmente cumprirá sua palavra.

- Eu acho que posso tratar os assuntos com Ivan. - Ele disse, dando um passo para trás, recuando para se afastar de Zarina.

- Ótimo.

Meu sorriso se aumenta ao ver que Zarina dobrou Stefano, mas quando minha esposa vira, trazendo todo seu olhar irritado até mim, faz minha felicidade se esvair de minha expressão.

Minha Koroleva caminha até onde estou calmamente, seus saltos e os grunidos dos homens de Stefano é tudo o que se pode ouvir no extenso galpão.

- Você tem vinte minutos, não me deixe esperando mais que isso. - E com essa fala Zarina Petrov vai embora.

Era um aviso, uma ameaça sutil e eu não estava louco ao ponto de não obedecer.

- Temos vinte minutos - Eu ri fraco ao perceber que teríamos realmente só esse tempo.

- Agora eu entendi o porquê de "Koroleva ada" - Ele suspirou - Ela é quente.

- Cuidado Stefano, minha esposa não é a única que tem uma boa mira aqui. - Falei, desabotoando meu terno e o puxando para mostrar minha arma na minha cintura.

- Calma, Dyavol - O italiano solta uma alta gargalhada - Eu estou brincando.

Para a segurança dele é bom que estivesse.

Branco não, eu prefiro vermelho - Drakon's IOnde histórias criam vida. Descubra agora