Ivan petrov
Minutos antes - na sala de estar
O buraco em meu peito, que por anos achei que não havia um coração, agora está apertado, tão apertado que me sinto sufocar.
Bruno Mars não sabe o que é se sacrificar por alguém, sei disso pois faria muito mais do que ele diz em sua música "Grenade". Eu prometi me sacrificar pro Zarina, caso fosse necessário, não só pegaria uma granada por ela, como eu mesmo puxaria o pino se as pessoas ao redor a tivessem fazendo mal, eu não só me jogaria na frente de um trem, como mandaria construir um e a colocaria na direção, se essa fosse a sua vontade... merda, eu daria o mundo para ela, assim como, o faria sucumbir em desprezo se ela desejasse.
Se ela ao menos pensasse que o diabo a entristece eu faria nevar no inferno!. Essa foi a promessa que a fiz desde quando foi prometida a mim, a muitos anos atrás, e que droga de promessa é essa?
como posso dizer que vou a proteger quando a encontro sendo agredida pelo seu papa, quando o tapa que ele transfere em seu rosto é tão forte que o anel de seu dedo anelar corta o lábio dela e vejo sangue escorrendo pelo seu rosto branco como neve - Vermelho não combina com ela quando a está fazendo sentir dor!.
E ela não reage, ela está lá... enquanto uma lágrima escore por seu rosto sem expressão. E é quando reparo que as pontas de seus dedos estão sujos de vermelho, suas unhas cravadas na pele de seu antebraço. Tenho um vislumbre, aonde vejo que suas unhas estão quebradas pelo gesto que acabou de proferir. Minha ficha caí, ela se machuca...
E com essa conclusão, sinto meu peito se rasgar em descrença...
- Deus... o que essa minha garota vem passando? - Sussurro, o pensamento vem tão forte que sou incapaz de não dizer.
E então, tirando minha arma do coldre, eu entro na sala, e determinado caminho até a minha noiva. Se eu já não fosse o próprio dyavol, me transformaria nele agora.
Ivan Petrov
Atualmente - no carro
Zarina se encolheu assim que a contei aonde estamos indo; Rússia.
Não deixaria que ela permanecesse aqui, não depois do que vi. E muito menos agora, quando olho para ela e vejo seu vestido rasgado nos braços, deixando que o tecido descosturado mostre suas cicatrizes, as feitas por ela e as que não foram.
Ela estava batendo o pé no chão do carro em uma ação repentina, não consigo dizer se ela sequer repara que faz isso, seu rosto ainda está sujo de sangue e ela abraça o próprio corpo.
Quando passo com o carro pelos portões do enorme casarão, deixando para trás aquela maldita família Denovan e elevando comigo a única que me importa. Os três carros da minha família - irmãos e pai - Se posicionam dos lados do meu carro e atrás, em uma ação de proteger o carro em que estou, deixando que eu vá na frente.
Olho de relance para a garota Denovan ao meu lado, a mesma me encarava enquanto abria e fechava a boca repetidas vezes. Ou ela queria permissão para falar ou estava pensando no que dizer e eu duvido que seja a última.
- Você não precisa de permissão para falar, Querida Zarina. - Suspiro alto, se ela estivesse esperando permissão para tudo, estaria sozinha nessa, pois não quero que ela espere ordens minhas, não darei a ela, dou ordens a todos mas não a ela.
- Você o matou? - Ela não gaguejou mas sua voz saiu trêmula.
- Não. - eu olhava para a pista enquanto falava.
- Por que? - Olhei para ela rapidamente, não parecia aliviada ou feliz por saber que seu pai vive e eu não esperava que estivesse.
- Você parece decepcionada. - Disse - Se eu o tivesse matado ali, colocaria você e minha família em perigo.
Eu não poderia tê-lo matado sabendo que do lado de fora meus pais e irmãos, e agora, Zarina, estavam me esperando e poderiam sofrer as consequências de meus atos. Mas Deus sabe o quanto quis derramar o sangue dele.
Não falamos mais nada até chegarmos no jato, desliguei meu carro e desci do mesmo, jogando a chave para um de meus homens que esperava no local e devolveria o carro recém alugado, a concessionária, assim como faria com os outros três.
deixei que minha família entrasse e se acomodasse em nosso jato primeiro -Estão todos bem? - Perguntei quando entrei no jato, Zarina caminhando atrás de mim.
- O que aconteceu lá? - Gabriel perguntou em um tom calmo.
- Falamos disso depois. - Eu encerrei o assunto - Venha - chamei Zarina enquanto eu mesmo caminhava até o banheiro.
A cabine era pequena mas tinha espaço suficiente para caber nós dois. A coloquei sentada na pequena bancada para analizar melhor seu ferimento.
- De um a dez qual o nível de sua dor? - Perguntei segurando suas bochechas com minhas mãos.
- Quatro, talvez cinco - Ela falou por fim.
Sua expressão realmente mostrava que esse era seu nível de dor mas não consegui deixar de me impressionar, ela deveria ter dito no mínimo "oito" para mim um lábio cortado superficialmente, um corte sem necessidade de pontos, é um dois mas dependendo da forma que foi feita; três.
E ela me disse quatro e eu vi quando o golpe foi feito... achei mesmo que seria oito.
- Mais resistente a dor do que pensava. - Eu disse sorrindo
- Estou acostumada com ela. - ela rebateu séria, meu peito se afundou ao ouvir o que ela disse...
E sem dizer mais nada, peguei um kit médio na gaveta, molhei a atadura de crepom com soro fisiológico e passei em seu lábio, limpando completamente o sangue - E fui refazendo esse mesmo processo até não ter mais sangue em sua boca, queixo ou pescoço.
- Irei pegar roupas limpas para que se sinta confortável. - Eu disse e a deixei sozinha na cabine.
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Branco não, eu prefiro vermelho - Drakon's I
RomansaNascida no meio da mais importante máfia de Chicago, Zarina Denovan luta para encontrar seu lugar em um mundo que não a permite fazer suas próprias escolhas, sua vida foi inteiramente planejada desde o momento que nasceu. Por tanto, a bela moça não...