CAPÍTULO 19⛓️❤️

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Estou acordando em
Cinzas e pó
Limpo minha testa e
Transpiro minha ferrugem
Estou respirando as
Substâncias químicas
Radioactive ── Imagine Dragons


Estou acordando em 
Cinzas e pó
Limpo minha testa e
 Transpiro minha ferrugem
Estou respirando as
 Substâncias químicas
Radioactive ── Imagine Dragons

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  Enxergo uma pequena luz saindo do buraco da parede e presumo ser o sol. Solto o ar e me  pergunto para onde a Aléssia foi levada e se ela está bem. No momento em que nosso carro capotou eu lembro de escutar seu grito, logo depois desmaiando com as batidas e giradas.

Não sei como vim parar aqui e nem aonde estou, mas tento respirar fundo e me manter controlado para só assim pensar em como sair daqui.

Meus braços estão acorrentados para cima, me fazendo ficar esticado alguns milímetros do chão. Acordei tem pouco tempo com  minha cabeça latejando como se estivesse enfiando agulhas no meu cérebro, e meu corpo todo dolorido, com machucados e sujos de sangue já seco.

Fico atento ao local escuro que só tem luz em cima de mim, e escuto um barulho de porta sendo aberta e depois fechada, acompanhada a passos calmos. O cheiro de cigarro chega antes da pessoa e torço o nariz.

── Que bom que já acordou.── a pessoa diz ainda ficando no escuro.

Tento me recordar dessa voz e antes que comece a pensar em nomes, ele vai se aproximando de mim, me permitindo ver seu rosto mais velho, com olhos curiosos.

Antônio Fontana.

Ele me olha e sorri, trazendo uma bandeja com comida e água.

── Imagino que esteja com fome e sede.── ele diz e o olho debochado.

── O que você quer?──pergunto direto.

Ele suspira colocando a bandeja sobre uma caixa de madeira.

── Quero conversar.── ele diz e cerro os olhos em sua direção.

──  Conversar..Estou vendo.── debocho.

── Isso foi para seu bem, meu filho. ── ele se aproxima enfiando as mãos nos bolsos da calça social.

── Bem é o caralho ! E não me chama de filho porque não sou nada seu. ── digo irritado.

── Lorenzo me escuta. ── ele bufa irritado── eu estou fazendo isso para o seu bem. Eles iriam te matar também, mais não deixei.

── Aí que lindo, quer que eu finja estar emocionado e agradeça?── pergunto com uma sobrancelha erguida e ele trinca o maxilar. ── quer que eu fale “ oh papai, obrigada por ser um grande filha da puta?”

── Lorenzo...── ele reprende parecendo sem paciência.

── Não paro não ! Como você deixa pegarem sua filha seu nojento.

── AQUELA FILHA DA PUTA NÃO É MINHA FILHA ── ele grita nervoso── E FILHA DO  AMANTE DA PUTA DA MÃE.

── ENTÃO É POR ISSO, NÃO É?! POR ISSO QUE VOCÊ NUNCA SE IMPORTOU COM ELA. ── grito.

Ele passa a mão no rosto enquanto começa a andar para lá e para cá.

── Meu único filho é só você.

── Eu não sou seu filho! Meu pai se chama ARTHUR FERRARI, ELE SIM É MEU PAI, enquanto você não passa de um nojento.── ele me olha com ódio e no mesmo instante sinto minha bochecha esquerda arder.

Viro meu rosto lentamente, o olhando com todo ódio existente.

── Ele não é seu pai ! SEU PAI SOU EU, É O MEU SANGUE QUE CORRE EM SUAS VEIAS. ── ele puxa o ar com força me olhando cheio de ódio.

── ESTOU FODA-SE PARA ESSE SANGUE  MALDITO. VOCÊ NUNCA SERÁ MEU PAI. NUNCA.  ── digo e ele dá um murro no meu abdômen.

── VOCÊ NÃO PODE ME REJEITAR !!

── Não posso ?! Você não pensou nisso quando usou minha mãe, ou quando à agrediu. Agora vem me falar isso? Você não é nada, nunca foi, e não é agora que vai ser. ── falo tudo sentindo minha garganta queimar.

── Sua mãe não era a mulher ideal para ser a esposa de um chefe, uma empregada numa seria a escolha certa. Mas isso não tem nada ver. ── ele fala comprimindo os lábios com raiva ── Você terá que escolher por bem ou por mal. Mais já que quer da maneira difícil, então está bem. Ficará um dias sem comida e água. ── ele diz pegando a bandeja se virando.

Ele para no meio do caminho, e vira só o rosto para o lado direito.

── Eu só quero seu bem. Mas se você não quiser entender por bem, não terá outra alternativa. ── ele diz e depois sai.

Suspiro.

Não importa o que acontece, eu não vou trair minha máfia, e muito menos a minha família. A raiva que sinto por cada lembrança parece queimar meu corpo inteiro por dentro.

Me lembro de quando ia para a escola, e via uma criança falarem de seus pais, do quanto eles brincavam juntos, ou quando  discutiam sobre quem era o melhor pai, e quando me perguntavam sobre o meu, a resposta era : eu não tenho.

Até que uma vez, era dia dos pais e minha mãe me levou na escola e falou que iria. Lógico que gostava, entendi que a minha mãe também era meu pai, mais isso não impedia de não querer um. Chegou a hora da apresentação, e assim que subi no palco com outras crianças, vi o exato momento em que Arthur Ferrari entrou na sala e quando as tias da escola perguntaram que era ele, ele falou alto em bom som : Sou o pai do Lorenzo.

Todos arregalaram os olhos e até às crianças. A felicidade que senti por essa simples fala foi sem igual. Fiz a apresentação com um sorriso tão grande, que meu maxilar doeu. Daquele dia para frente, todos que perguntavam quem era o meu pai, era : Arthur Ferrari.
Matteo nunca se importou, muito pelo contrário, sempre cuidou de mim como se fosse meu irmão mais velho,  e nós dois cuidando da Laura. Sua mãe e a minha achava a coisa mais linda isso.

Fomos crescendo e Arthur cuidava de mim como se eu realmente fosse seu filho, brincava, ajudava nas tarefas, puxava orelha quando precisava e ficou orgulhoso quando passei na iniciação.

Quando os dois morreu eu chorei, porque eu os amava muito, mais tinha que ser forte  para o Matteo e a Laura. Um tempo depois Matteo me nomeou como seu Sub Chefe, e fiquei feliz por ter sua confiança a muito tempo, então tivemos que ir se preparando para que quando o Matteo assumisse só então também iríamos para nossas devidas posições.

Quando escutei minha mãe falar que Antônio que era meu pai de sangue, quis ter escutado errado. Não era possível isso. Já odiava ele só pelo pouco que sabia, então depois que ela contou  tudo, minha vontade foi de mata-lo depois dele pagar cada dor que fez minha mãe passar.

Era isso que faria naquele momento, mais minha mãe tirou de ideia. Fiquei sim com um pouco de raiva, pelo fato dela ter escondido de mim, afinal isso não é coisa de se esconder, é o meu passado....mas depois entendi minha mãe, e pedi desculpas afinal tudo que ela fez foi para me proteger e agora é a minha vez.

Tinha até me acostumado com o fato da Aléssia ser minha irmã e até gostei, mais pelo visto Aléssia não é filha do Antônio, então de quem é? Quem é seu verdadeiro pai?

A única coisa que sei agora, é que eu vou matar o Antônio, posso estar mais fraco e a merda que foi, mais ele vai pagar.

Ah se vai ...


DIA SEGUINTE.
( Hora do almoço )

✿  Chefes da MÁFIA { Máfia Italiana }✿ (Concluída - Não Revisada)Onde histórias criam vida. Descubra agora