19. Halloween

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Nate me encara com um sorriso malicioso no rosto, ignoro o gesto e continuo arrumando a barra do meu vestido preto, ele se aproxima e toca minha cintura me puxando contra seu corpo quente, com carinho ele repousa os lábios no meu pescoço e inala meu perfume.

- Esse vestido... - Ele sussurra no meu ouvido. - É tão curto. - Sinto seus dedos tocarem a base do tecido e acariciarem minha coxa. Meu coração acelera os batimentos.

- Você não gosta? - Pergunto encarando ele através do espelho posicionado a minha frente.

- Não. - Ele aperta minha cintura me girando para encara-lo. - Eu adoro. Fica mais fácil de te provocar. - Nate se ajoelha a minha frente e consigo sentir sua respiração contra a minha perna, um turbilhão de arrepios tomam conta do meu corpo, seus lindos olhos verdes me fitam e ele tem um sorriso provocativo nos lábios enquanto sinto sua mão agarrar minha perna e subir até a minha coxa. Mordo o lábio inferior, me controlando e então puxo ele para cima. 

- Me diga quem é ela e isso aqui... - Coloco a mão dele em meu seio. Assisto seus olhos nublarem e sorrio satisfeita. - Pode voltar a ser seu. - Retiro a mão e ele faz um semblante de decepção. - Agora se você me dá licença, tenho uma festa para ir. - Digo me esquivando dele.

- Ainda não acredito que você vai para essa festa sem mim. É sábado a noite Jules, casais ficam juntos no sábado a noite. - Nate se senta na minha cama e bufa em frustração.

- Você falou certo, meu bem. CASAIS ficam juntos, mas nós não somos um, somos? - Pergunto desafiadora enquanto passo o batom vermelho. Ele dá de ombros irritado e se levanta novamente vindo na minha direção. Nate coloca seu corpo contra o meu e me empurra contra a parede, suas mãos apertam a minha cintura com força, consigo ver a veia em seu pescoço levemente saltada.  - O que? Você está com medo de alguém melhor que você e que queira me assumir tome o seu posto na festa?  - Pergunto empinando o queixo, assisto sorridente a fúria invadindo seu rosto. É como brincar com fogo, mas esperando se queimar.

- Não existe ninguém melhor do que eu, Jules. - Ele aproxima seus lábios dos meus, mas não me beija, atacando meu pescoço, sinto seus lábios macios sugarem a pele que pulsa e logo em seguida ele se afasta com um sorriso de canto nos lábios e um brilho malicioso nos olhos. - Você é minha. Só minha. - Ele agarra meu pescoço com a mão  e me faz olhar para o espelho. - Tá vendo essa marca? - Encontro o chupão recém feito e franzo as sobrancelhas irritada. Nate  vira meu rosto de volta para ele, me obrigando a encara-lo. - Eu quero que toda vez que você olhar para ela, nessa festa, você se lembre das vezes que eu te fiz gozar, que nem uma filha da puta na minha boca e eu quero que você se toque Jules, eu quero que você se toque pensando em mim e no meu meu pau entrando e saindo de você com força. - Ele umedece os lábios e não sou capaz de me mover quando ele me solta e se afasta. - Boa festa querida. Seja uma boa garota, eu confio em você. - Nate pisca para mim e sai do meu quarto, me deixando com as pernas bambas e uma calcinha molhada.

Respiro fundo e então pego a mascara que comprei para usar na festa, pego meu celular e as chaves do carro e enfio na pequena bolsa de alcinha preta, dou uma ultima checada no espelho e então saio do quarto, encontrando uma Sam de pijama, encaro ela confusa e ela se aproxima.

- Você vai assim? - Pergunto.

- Sim? Você acha mesmo que eu vou me arrumar toda para ir encher a cara? Se ao menos eu fosse beijar alguém, mas nem isso. Além do mais Halloween é a desculpa perfeita para ir numa festa de pijama. - Ela responde com as mãos na cintura. - E que merda é essa ai no seu pescoço? Tá na pré-adolescência ainda? - Dou risada e nego.

- É complicado. - É só o que respondo. - Vamos? - Tomo o braço dela e então saímos do apartamento.

(...)

Estaciono o carro na frente da casa do Milles e desço, a noite está congelante e logo me arrependo de não ter vestido um moletom ou algo assim, atravessamos o jardim com pressa para sair do frio e entramos na casa lotada que agora tocava um rap. 

- JULES! - Uma pessoa aleatória me abraça, levo alguns segundos até realizar quem é a criatura com asas de anjo e purpurina na cara.

- MAY! - Retribuo o abraço e percebo o quão bêbada ela está. 

- SAM. AIMEUDEUS NEM ACREDITO QUE VOCÊS ESTÃO AQUI! - May berra e Sam da risada quando ela se joga em um abraço em cima dela. 

- Você está com alguém? - Sam pergunta preocupada. May está realmente fora de si, e uma festa de Halloween organizada por jogadores de futebol não é exatamente o lugar mais seguro para se estar bêbada e sozinha. 

- Não, eu vim com um amigo. - Ela responde corando. Amigo, sei. - Ele foi buscar mais cerveja, mas já já ele volta. - May sorri confiante.

- Então até ele voltar, você fica com a gente. - Passo meu braço em volta do pescoço dela e caminho em direção a mesa com bebidas. Sam nos segue, enquanto dança fazendo as bolinhas de seu pijama darem um ar psicodélico com as luzes neon do ambiente. 

-  Para você, água, para mim tequila e para você meu grande amor, o que vai ser? - Pergunto a Sam enquanto entrego o copo com água para May e viro meu shot de tequila rapidamente. 

- Tequila também. - Sam me acompanha em mais alguns shots  e May toma água sem parar.

- Caraca, essa bebida tem gosto de água. - A loira comenta nos fazendo dar risada.

- JULES! - Ouço a voz de Milles atrás de mim e me viro dando um abraço apertado nele. - SAM!  e quem é essa? - Ele pergunta depois de cumprimentar a Sam.

- Meu nome é May. Cabelo legal. - Ela comenta e Milles dá risada. - Falando em cabelo, você viu um cara alto com cabelo ruivo, camiseta branca e uma jaqueta cinza? - Ela pergunta coçando a nuca em confusão.

- Não, foi mal, não vi nenhum ruivo. - Milles lamenta. - Mas se eu ver algum, aviso que você está procurando ele. - May sorri e volta a beber a água. 

- Eu preciso ir no banheiro, já volto. - Aviso e então abro meu caminho até o banheiro mais próximo.  Comemoro quando não vejo ninguém na fila e então entro, trancando a porta atrás de mim. 

Mijo rapidamente e quando me levanto sou atingida por uma pequena tontura, a bebida definitivamente está fazendo efeito. Me seco e encaro a minha figura no espelho, a marca que Nate deixou no meu pescoço me saúda, me fazendo lembrar de suas palavras. Merda. Sou atingida pelos pensamentos mais impuros que se pode ter bêbada num banheiro de uma festa, as memorias de todas as vezes que senti Nate estocando em mim tomam conta da minha cabeça, faço como ele pediu e me toco, minha respiração acelera e minha pernas bambeiam, me seguro na pia e continuo os movimentos na minha intimidade lembrando da língua do Nate me explorando por completo. Batidas fortes na porta me fazem parar, ajeito minha saia e então abro a porta dando de cara com a besta de cabelo vermelho. Nataly. 

- Mas que merda. - Praguejo e ela sorri me encarando feito uma galinha.


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