Bruno
Meses antes, em São Paulo.
Desde o ocorrido com a Luana, eu decidi dar um tempo no meu relacionamento com a Sara. A gente estava ficando próximos demais e eu sabia que mais cedo ou mais tarde, ela se machucaria.
A Sara não é como eu. Pra ela, relacionamento é somente duas pessoas. E eu não entendo porque tem que ser assim.
E não posso negar que estou envolvido também, mas vejo tudo de um ângulo diferente. Sem rótulos, ciúmes.
Nem tive a oportunidade de mostrar a ela o meu o meu estilo de vida. Se o Vitor não tivesse feito merda, talvez hoje, ela estaria aqui e quem sabe não se simpatizasse e as coisas seriam diferentes.
Preciso mudar de parceira por um tempo. Vou procurar a Priscila. Posso parecer canalha, mas estou tentando preserva-la.
Nunca houve mentiras entre nós. Mas lidar com sentimentos é uma situação diferente.
Se eu perceber estou me envolvendo com alguém que tem expectativas completamente diferentes que as minhas, e mesmo assim, continuar, isso sim, seria canalhice.
Não sei se a pequena está pronta para viver sua sexualidade com tanta liberdade. Vou esperar partir dela, se um dia ela quiser conhecer mais sobre esse universo.
Na manhã seguinte estou em casa e me pego lembrando da Sara, por mais que eu expulse ela dos meus pensamentos, quando menos eu penso, seu rosto retorna a permear minha mente.
Uma vez ela falou sobre o casamento estar morno. Que o esposo não a procurava e que quando acontecia algo, ele fazia questão de acabar logo.
Tem alguma coisa errada nessa história. Estou com a manhã livre, vou dar uma pesquisada.
Pesquiso o nome do Lúcio, mas aprece muitas pessoas com o mesmo sobrenome. Busco pelo acidente e nada aparece e me lembro de ela ter dito que a família abafou o caso.
Não tem nem registro do atropelamento para a data que ela disse ter acontecido. Estranho, apenas dois dias depois, um acidente de moto. Mas na ocorrência, a pessoa caiu sozinho, um homem, e o nome foi omitido.
Porque tanto segredos com o que aconteceu com o marido da pequena? Quem são essas pessoas tão influentes, que não se sabe nada do ocorrido? Estou curioso.
Tenho um conhecido que trabalha na polícia federal e me deve uns favores, e passo os dados do Lúcio e ele me garantiu que vai fazer uma busca e depois me manda o que encontrou.
Peço que seja discreto e me ligue se precisar de qualquer outra informação.
Estou terminando meu banho, após me desestressar espancando o saco de boxe, ouço meu celular tocando. Não reconheço o número. Mas resolvo atender.
- Alô?
- Oi, Bruno? Tudo bem? Uma voz feminina do outro lado, como ela descobriu meu número particular?
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O TOQUE PROFANO - Livro II
RomanceEste é o segundo livro da trilogia: Irmãos Meirelles, pode ser lido separadamente, mas para um melhor entendimento da história, sugiro que leia o livro I - O placebo da alma. Sinopse. Ele me abordou na rua. Ele me convidou para sair. Ele me most...