3 - Voltando a viver

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Sara- Atualmente

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Sara- Atualmente.

— Sara, vamos levar essas encomendas? Você entrega na Pousada Garden, enquanto eu compro umas sementes e mata praga aqui pra horta. — Camila diz, enquanto coloca mais um caixote de legumes na traseira da monstrinha.

Esse nome é por que nossa pick-up é  velha, e vive dando problemas. Mas também é uma mão na roda.

Antes de termos condições de compra-la, fazíamos a entrega de carroça, mas demorava muito,  sem contar no trabalho que nos dava.

— Vamos sim. Quero ver alguns óleos para fazer meus cremes, os meus estão acabando e tenho umas encomendas para terminar. E sábado, já viu, as lojas fecham mais cedo.

Eu sempre tive habilidades  com plantas e ervas, aprendi muita coisa com minha falecida vó Carminha. Ela me ensinava como extrair as essências das plantas  e flores e transforma-las em verdadeiras fragrâncias.

Acabei Criando perfumes, creme corporais e até um linha sensual. Para ser usada no sexo.

Eu nunca fiz um curso, mas é meu sonho. E tenho certeza que um dia eu vou conseguir realiza-lo. Dar uma vida melhor para meu filho e quem sabe ter minha lojinha.

Seguimos para a cidade, e deixamos Samuca, que agora tem 15 anos e é um belo adolescente, que nos ajuda nas tarefas da horta e os tanques de peixe, organizandoalgumascoisas,  hojeele vai dormir na casa de um colega.

Eu sei que o meu filho merecia ter uma vida mais tranquila, sem tantas obrigações, mas não podemos abrir mão da sua colaboração. Não, até termos condições de contratar alguém.

— Você não quer ir até a pousada comigo? — Pergunto para a Camila.

— Não. Aquelas pessoas são muito frescas. Me olham atravessado e  com você eles são mais tolerantes. Devem ser preconceituosos. — Diz com um olhar triste.

— Ei, você é linda. Pare com isso. — Falo e seguro sua mão calejada do trabalho braçal.  Ambas temos calos do uso constante no cabo da enxada.

— Eu não tenho problemas com minha aparência, mas algumas pessoas sim. E lá, tanto o gerente, como os hóspedes não tem a mesma opinião que você. Eu prefiro deixar assim. — Diz com um sorrisinho triste.

Ta bom. Não vou demorar.

Na cidade, Camila desce e eu sigo para a pousada. Estou vestindo meu habitual uniforme de entrega, calça jeans, uma regata branca,  e meu calçados, uma bota que não tiro dos pés,  porque  é  confortável para lidar com a sujeira.

— Oi Junior, bom dia, tudo bem?

— Tudo e  você, e também... — Diz sorrindo e eu reviro os olhos,  eu já sei o que ele vai falar. — Como está a Camila. Aquela morena de olhos verdes?

O TOQUE PROFANO - Livro II Onde histórias criam vida. Descubra agora