13 - Nao sou seu amor

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Bruno

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Bruno

Uma semana depois, estou morando na casa que aluguei. Nesses dias eu só vi a Sara uma vez, mas não foi um encontro, foi para resolver a retirada da estufa dela da propriedade.

O Vitor ligou avisando que vem e eu resolvi convidar a Sara e o Samuca para fazermos uma trilha e o filho do Luiz, nosso motorista vai junto, ele ficou amigo do Samuel e tem a mesma idade. Ela, quer colher algumas plantas e eu estou afim de caminhar.

O Samuel tem sido bem fácil de lidar, acredito que ele ache que eu e a mãe dele somos namorados.

Não vou falar sobre isso com a Sara, para ela não se sentir acanhada. Ela é escorregadia e se sente na obrigação de dar satisfação pra todos o tempo todo.

— E aí irmão, tudo certo em São Paulo? — Vitor chega e eu sei que a vinda dele aqui tem haver com a Camila.

— Tudo sim e por aqui? — Ele pergunta olhando a casa e diz que gostou do lugar.

Conversamos um pouco, a Mirela mal chegou e já foi para a pousada. Ela tá de rolo com alguém de lá.

Vitor finalmente pergunta da Camila e resolve ir atrás dela. Sara chega e vamos para a trilha.

— Você já fez esse percurso alguma vez? — Pergunto a ela.

— Sim, sempre encontro ótimas plantas, sementes. É lindo o lugar, você vai amar. Tem um restaurante no final. Mas nunca comemos nele. Eu e Camila levávamos nossa comida. Economizar sempre, esse era nosso lema.

Caminhamos uma hora e chegamos no lugar. Uma linda cachoeira. Tem bastante gente, e passamos por várias pessoas no caminho. Os meninos vão tomar banho e eu resolvo me juntar a Sara na colheita de plantas.

— Esse lugar é incrível. — Falo realmente impressionado.

— Sim, aqui tem muita beleza natural. Também sinto saudades de Parnaíba, tem cada lugar lindo .

— Você sente muita falta de lá? — Resolvo saber mais de sua vida.

— Da vida que tinha, nenhuma, do Lúcio, sim. Eu gostava antes. Mas depois do que houve com o Lúcio. Tudo perdeu o sentido. A cidade não me acolhia mais. Estranho né. Nasci e me criei lá e comecei a me sentir uma forasteira.

— Você não tem família lá. Seus pais não tinham parentes?

Sim, tenho tios, primos, mas não tenho contato, não moravam lá, viviam na capital e em outros estados. Nem quando meus pais eram vivos a gente se encontrava.

- Deve ter sido difícil para você. Com um filho pequeno, passar por tudo isso. E seus sogros? Não te ajudaram? O Samuel falou que são vivos, mas não gostam dele.

Ela está agachada, cortando uma planta com uma tesoura, para um pouco e me olha.

— Ele te disse isso? Ele não comenta comigo. Talvez por achar que vou sofrer. Mas a verdade é que meus sogros me culparam pelo acidente.

O TOQUE PROFANO - Livro II Onde histórias criam vida. Descubra agora