34 - São nossos padrinhos

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Sara

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Sara

Hoje finalmente é meu casamento com o Bruno. Estou me arrumando aqui mesmo no apartamento dele, quer dizer, nosso.

O Bruno, assim como o Vitor não aceitou a separação total de bens. Ou seja, o que é dele é meu e vice versa.

Para mim não tinha necessidade disso. Ele é um homem muito, muito rico. E eu estou começando meu negócio com a Camila. Mas ele é cabeça dura e tive que aceitar os tais termos.

No nosso casamento, apenas amigos muito próximos. Minha família é o Samuel e a Camila e agora o Bruno. Mas a verdade é que nos tornamos, uma só família. Todos juntos e misturados.

Os Meirelles tem isso. Eles são ricos, influentes, mas muito ligados uns aos outros, os irmãos estão sempre se apoiando, os pais são incríveis e muito dedicados aos filhos. Se um sofre, todos sofrem. Estão vivendo isso com a Mirela. Ela está passando por uma fase difícil.

Ontem eu descobri que estou grávida. Eu estava desconfiada. Mas não quis contar nada para o Bruno. Ele é tão exagerado com relação a cuidado, que eu sei que vou ficar sendo cercada o tempo todo. Chega a ser engraçado. Ele me trata, como se eu fosse tão frágil. Quase um cristal.

Estou pronta para me casar com o homem da minha vida. Que entrou não meu caminho de um jeito tão avassalador que não teria condições de ser a mesma após ele. Me tirou do marasmo, mas também me feriu, bem, nos ferimos.

Mas hoje não é um dia para me lembrar do passado sofrido com ele, mas me lembrar do homem que me tocou no meio de uma festa, numa pista de dança e eu gostei.

Meu homem, me mostrou que sexo é sim prazeroso e que tem diversas formas de fazer uma mulher chegar ao orgasmo. Que me instiga a conhecer meu corpo.

Que me fez entender que desejar prazer não era errado e que eu tenho tanto direito de me realizar sexualmente, como o meu parceiro.

Eu não tive isso no meu primeiro casamento, mas descobrindo quem realmente o Lúcio era, eu poderia ter vivido um casamento muito pior, de agressões e abusos, mas nesse quesito, ele não se contaminou como acabou acontecendo em outras partes de sua vida.

Voltando ao Bruno, ele me mostrou que não é errado ser devasso entre quatro paredes, ou até mesmo fora delas.

Que sexo não tem que ser doloroso, a não ser que você queira. Que a sociedade e o machismo não podem decidir se devo ou não sentir desejo. Que questionar seu relacionamento íntimo é importante, se impor é necessário.

Quantas mulheres assim como eu fui um dia, vivem uma vida toda sendo privadas de sentirem o quão maravilhoso é ter prazer. Que sentem dor, desconforto e medo do ato sexual!?

Quantos homens nos limitam a apenas abrir as pernas e os servirem, enquanto ejaculam suas masculinidades dentro de nós, como se fossemos um depósito de esperma sem desejo sexual!

O TOQUE PROFANO - Livro II Onde histórias criam vida. Descubra agora