Pecado Oculto

Quente

ATRASADINHA, mas com motivos, porque este capítulo me lembrou muito algumas coisas que eu fazia em "Os Monstros que me Amavam"... 

Vamos ver se vocês entenderam...

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- Por que este encontro específico em um barzinho na Boca do Rio? A propósito, você não parece combinar com um lugar desses. Na verdade, a sua nova versão não combina com lugar algum.

Leonel Martinez ficou bem surpreso com o convite enviado por Eva para conversar com calma em um lugar neutro para ambos – um animado e boêmio bar e restaurante na Boca do Rio, distante da praia uma rua.

Como ela era uma vampira, a noite era a melhor companheira para a jovem; e Leonel mesmo incomodado com a força vampírica e o sangue que borbulhava em Eva, estava disposto a ouvi-la. Até porque tanto ele quanto o grupo de vampiros possuíam um inimigo comum.

- Aqui é distante o suficiente da Pituba e a cerveja é gelada, apesar de nem sentir o gosto da cerveja mais. Tá aí uma coisa que eu vou reclamar com Dimitri: perder o gosto pelas bebidas. Eu adoro beber.

- Devia ter pesado os prós e os contras de sua decisão.

- Quais são os contras?

- A sua eternidade. Eu odiaria a ideia de encarar todo o mundo envelhecer e morrer e eu permanecer no mesmo lugar.

- O que não é verdade, já que a partir de uma certa idade, o vampiro deseja construir a sua descendência porque eles sabem que seus dias estão contados. Ou seja, o envelhecimento na mesma linha dos humanos demora um pouquinho mais. – sorriu. – Li isso em uma das obras de Lorde Cummings, que pelo que entendi, é seu ancestral. Devia ter isso guardado no peito, moreno misterioso...

Leonel bufou, irritado.

- Detesto filosofia e genealogia. Por que a gente está aqui?

- Você é extremamente educado, Leonel. – o tom de sua voz foi repleto de ironia. - Lombardo está escondido na Pituba e não vai sair de lá. É muito provável que o bairro tenha se tornado o local de operações dele, especialmente a região ali da Manoel Dias da Silva, onde têm vários bares e restaurantes, e uma ou outra boate mais específica... Até a morte dos universitários, ele está de boas porque ninguém tinha parado para verificar a presença dele por lá. Agora, é óbvio que a polícia vai começar a circular ainda mais entre os bares, boates, e todos os espaços que tiverem muita gente jovem junta e se divertindo. Por isso, a minha proposta é encontrar um caminho para pegar Lombardo e matá-lo, sem pensar duas vezes.

Leonel tomou um gole longo da cerveja e colocou na mesa com uma certa dureza; tanto que parte da bebida acabou saindo para fora do copo, molhando tudo.

- Por que Voronin não está aqui para ouvir a proposta?

- Porque é uma decisão que vamos tomar em conjunto, mas nós sabemos bem que vocês se detestam. Então hora de fazer a mediadora. A minha ideia é a seguinte...

Alguns minutos após a descrição do plano de Eva, Leonel não parecia muito empolgado em seguir tudo aquilo.

- Não gosto do plano. Muita gente inocente. Muitos efeitos colaterais.

- Infelizmente. - foi a vez da jovem fingir que tomava o chope como se estivesse apreciando, porém Eva bebeu tudo em um só gole como se fosse água, surpreendendo algumas pessoas nas outras mesas. – Mas vamos ter de agir assim, senão Lombardo vai ficar mais forte e olha? Ele pode retornar seu clã de escravos de sangue e aí a gente tá fodido. – suspirou. – Por isso, vamos usar o desejo dele contra ele, construir uma situação que seja familiar para Lombardo. Uma festa, muitas orgias, a possibilidade de ir atrás de jovens dispostos...