Vozes

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Esse capítulo não terminaria da forma que ficou.

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Até os gritos na boate acordarem Eva de seu torpor sexual, a jovem não parecia compreender o que acontecia com ela mesma. Todas as palavras de Dimitri se assemelhavam a mensagens dos seus sonhos mais secretos, mais selvagens; e ela seguiria por completo toda e qualquer ordem dele.

- O que... O senhor está fazendo... O senhor quer me morder?

- Só se você quiser... красивая (krasivaya)...

- O... O que isso significa...?

- Quando eu enterrar meu pau em você até esquecer onde está, eu conto, Eva... – "Por favor, doutor Voronin, faça isso, eu imploro".

Seus desejos pareciam realidade quando Dimitri a excitou com os dados, mais rápido e habilidoso que o desconhecido da boate, cujo destino Eva decidiu ignorar.

Queria mais que aquilo – seu corpo se mexia, os quadris rebolavam em sua direção, porque o desejo dela era que finalmente a tensão sexual que os envolvia desde sabe-se lá quando explodiria de vez. Sua gargantilha queimava tanto no pescoço que Eva considerou retirá-la, mas foi interrompida pelas palavras frias de Dimitri, que a fizeram tremer ainda mais, o meio de suas pernas encharcado de gozo.

- Não vai ter mais, Eva, sabe por quê? Porque você foi atrás de um babaca qualquer ao invés de falar comigo.

- O senhor... É meu... Chefe... Eu... Preciso controlar...

- O desejo, tesão, pelo chefe? К черту это! (K chertu eto!) Esqueça essas imposições, Eva.

Ele rasgou a calcinha de uma só vez, e aquilo não era apenas a força de um homem com uma missão. Eva respondeu gemendo alto, mesmo com a música agitada na boate, mas ele poderia ouvi-la.

- É isso que você quer, Eva? Ser fodida nos fundos de uma boate pelo seu chefe? Seu corpo imprensado na parede, você gemendo alto e disputando com a música pra todo mundo saber quem está te comendo por trás? Quer sair deste corredor com as pernas molhadas, a prova de que você está bem saciada?

- Sim... Faça isso... Eu imploro, doutor...

- É isso que farei, Eva, para todos esses humanos medíocres saberem que você é minha. Só eu posso te comer. Entendeu?

- Sim... Sim... Entendi... Entendi, doutor...

"Por favor, doutor, estou aqui pra isso... Me fode logo..."

- Isso, ainda bem que entendeu... Afaste as pernas, Eva.

No entanto, o fogo que os consumia teria que ficar para depois: os gritos na boate assustaram tanto Eva quanto Dimitri, que mudaram suas disposições para entender o que ocorria no outro ambiente da casa de diversões.

- O que é isso? Não parece ser a polícia... – a jovem tentou olhar por cima do ombro do vampiro, que apenas virou ligeiramente a cabeça, mas não precisava.

Nenhum dos dois precisava ir até a pista de dança, já que a energia vampírica estava em toda parte. Cada um, de maneiras diferentes, percebeu a presença de vampiros bastante poderosos, não apenas por serem assim; mas graças às mordidas nas vítimas, corpos espalhados pela pista de dança onde em instantes anteriores, todos dançavam e se divertiam. Foi então que Eva parecia ter uma lâmpada acesa em sua cabeça.

- Meu Deus, Verena! Cadê ela, preciso ir atrás de minha amiga, doutor-

- Não se preocupe... – ele ficou calado; Eva entendeu rapidamente que se encontrava em uma conversa mental com Sasha. – Ela está bem, protegida, no carro com Robichaux, e dormindo.

Pecado OcultoOnde histórias criam vida. Descubra agora