8: caos

1.1K 184 12
                                    

Com a chegada de jisoo e Bambam algumas coisas na casa ficaram um pouco confusas, Félix se prontificou de ajudar bambam com a mochila enorme que ele havia trazido nas costas, e enquanto isso minha irmã contava tudo que aconteceu com eles até que finalmente estivessem aqui com a gente. Rosé, Minnie e Jennie ouviam tudo atentamente enquanto preparavam uma uma sopa em latada que elas acharam na cozinha, não tinha mais como fazer comida em fogão ou em microondas, agora haviam chegado ao pico do apocalipse, estamos na fase do fogo a lenha. Mas por sorte a lareira na sala teve finalmente uma utilidade.

  — quando esses isqueiro não funcionar mais... Como faremos? — Momo perguntou. — morreremos de fome?

  — daremos um jeito. — a olho de canto de olho.

  — daremos um jeito. — ela repetiu baixinho.

Momo ficou um tempo do meu lado, mas ela não parecia querer brigar ou me provocar sequer. Assim que Momo subiu as escadas alegando que ainda precisava descansar, eu me juntei as meninas perto da lareira e com as latas de sopa sendo seguradas por uma espécie de panela que elas arranjaram.

Jisoo, Jennie, Minnie e Rosé, era essa a ordem em que elas estavam sentadas perto da fogueira. Me sentei um pouco atrás de jisoo e ouvi atentamente o que ela dizia.

  — eu estava conversando com Lisa umas horas antes de tudo isso acontecer. — ela falou. — eu tinha acabado de sair do banho quando liguei a tv e foi a primeira notícia que apareceu, seres vivos estavam atacando outros de formas brutais e sobrehumanas em todos os lugares do país.

  — nós não sabíamos sobre esses avisos...

  — na escola eles não mostram esse tipo de coisa por negligência. — falei.

  — e onde você estava? — Jennie perguntou.

  — me acertaram trigo, tive que voltar pra casa e trocar de roupa, foi na hora que eu vi a notícia e liguei pra soo. — expliquei e por alguns segundos as meninas ficaram em um silêncio constrangedor, pois elas sabiam que quem havia acertado o trigo em mim havia sido o Félix e apesar dele ter feito isso, eu não conseguia sentir que ele fazia aquilo por querer.

  — Bambam praticamente correu lá para casa, a gente invadiu a casa da minha vizinha... Porque ela estava a viagem fora do país claro, e então pegamos a catana dela. — disse e virou o rosto para me ver. — a gente só sobreviveu até aqui por causa de um roubo, não me brigue.

Eu dei de ombros com a informação e jisoo se jogou nos meus braços novamente, ela me apertou quase fazendo eu ficar com falta de ar e assim que se afastou eu dei um tapinha no ombro dela.

  — a cidade está um caos. — assim que ela falou isso as meninas trocaram olhares assustados. — não dá nem mesmo para andar de carro por aí, é muitas motos, vans pelo caminho.

  — e existe algum lugar seguro? — ouvi a voz baixa de Jennie.

  — talvez em algum lugar fora da cidade que tenha tomado medidas protetivas logo quando foi anunciado as notícias desse... Parasita.

  — chama de zumbi. — Minnie disse. — é mais fácil.

  — você não se feriu? — foi a primeira pergunta que ouvi rosé fazer a minha irmã, seu olhar vasculhava o rosto e os braços de jisoo como se buscasse algum arranhão.

Jisoo olhou para a loira sentada de frente para ela e deu um sorriso de canto que era de seu costume, rosé não entendeu de primeira e quando jisoo negou com a cabeça ela entendeu que não havia se machucado.

  — eu me bati algumas vezes, mas nada grave que deva se preocupar. — minha irmã falou e Rosé assentiu.

Jennie colocou as mãos para trás e sem perceber sua mão esquerda tocou a minha, eu fingi não notar e continuei na mesma posição. Respirei fundo algumas vezes tentando focar minha atenção só em minha irmã e em nenhum momento Jennie fez questão de tirar a mão dela da minha.

   — e como arranjaram comida? — Minnie perguntou interessada.

  — fizemos um estoque. Ficamos em casa pelo primeiro mês porque lisa disse que era melhor eu não vir atrás dela. Mas depois eu decidir vir assim mesmo. — revirei os olhos com a teimosia dela e fiz carinho na mão de Jennie com o dedo indicador.

  — minha irmã é forte e inteligente, nem parece que tem um metro e meio de altura. — falei e eu sabia que Jisoo estava revirando os olhos mesmo agora estando de costas para mim.

Olhei para elas e então meu olhar foi até Momo sentada na escada com os olhos em nós, ela estava atenta e parecia entretida com a conversa, mas ao mesmo tempo algo prendia ela distante.

  — eu sempre ganhei de você na corrida do muro, Pranpriya.

  — Pranpriya? — rosé perguntou e me olhou.

  — nome tailandês. — ela balançou a cabeça entendendo e voltou a olhar pra jisoo. — irmã, a gente precisa conversar depois se não se importar...

  — claro, sem problemas. — jisoo tirou a lata de sopa do fogo e com ajuda de alguns pano carregou até cozinha.

— sua irmã é legal. — Minnie falou.

  — eu que o diga. — falei divertida e ri baixinho.

Momo se levantou de onde estava sentada e me lançou um olhar rápido antes de subir as escadas e sumir do meu ponto de vista, eu não sabia o que os outros faziam agora. Mas estar aqui na sala estava sendo um pouco divertido, na verdade a primeira vez que eu conseguia sorrir de verdade a alguns meses.

Jennie tirou a mão de perto da minha assim que o olhar de Minnie foi para nossas mãos já que agora não tinha jisoo na nossa frente. Eu fingi que não notei o olhar dela e então tratei mudar de assunto.

  — acho melhor vocês irem se aprontar para irmos comer, aproveitem e chamem os outros também. — falei e rosé e Minnie se levantaram rapidamente. Eu também levantei do chão, e ofereci minha mão a Jennie para que ela conseguisse levantar sem dificuldade ou por força no pé ferido.

  — obrigada. — disse baixo e sem me olhar. Jennie segurou na minha mão e se levantou sem dificuldade, tenho certeza que estávamos aos poucos nos tornando amigas.

  — eu vou trocar seu curativo depois.

  — sem problemas, te espero no quarto depois do jantar, lali.

a praga vivaOnde histórias criam vida. Descubra agora