Existia um filme que eu via muito quando criança, nesse filme havia zumbis porém no filme o protagonista encontrava uma garota gata e seguia regras quais faziam ele sobreviver em meio aquela guerra traumatizante. Enquanto eu passava longos minutos da minha noite com um balde de pipoca vendo aquelas cenas, eu nunca imaginei viver a mesma coisa que aquele protagonista. Eu não imaginava que estava no meio do nada, no escuro e segurando uma arma com uma das mãos e com a outra mão eu segurava a mão de Jennie tentando me concentrar somente no caminho que seguíamos o qual quase não podíamos ver, jennie sabia o porquê de eu estar tão quieta e meu coração quase ter parado de bater duas vezes e não é drama...
— lalisa? — Kai se ajoelhou em minha frente e seus olhos preocupados fizeram com meu foco fossem até seu rosto sujo.
Senti uma mão macia em minhas costas e quando olhei para o lado, Jennie me olhava temerosa e me estendia uma garrafinha de água das poucas que sobraram. Eu peguei a água e tentei tomar, mas não descia, tudo que eu vi eram os olhos grandes de Jisoo me encarando uma última enquanto minha respiração ficava pesada e aos poucos eu sentia a minha visão ficando turva.
O choro de rosé na Van era ouvido por todos, ela estava grudada no corpo de Momo que a segurava como um bebê indefeso e naquele momento de fato éramos. O canivete de minha irmã preso entre os dedos fracos da loira e os dentes batendo uns contra os outros por causa do frio ou do choro... eu não sabia dizer muito bem e foi quando tudo parou novamente.
A van parou no meio do nada e dessa vez não se tinha muito o que fazer, teríamos que seguir viagem sozinhos andando pelo escuro e somente com uma lanterna a qual Bambam usava pra focar pra baixo e iluminar nosso caminho. Meu amigo tinha uma feição tão triste que parecia que choraria a qualquer momento, éramos um grupo que havia acabado de voltar de uma guerra sem uma das soldado.
Eu estava entre eles e jennie não me deixava sozinha desde o que aconteceu, tivemos que deixá-la para trás pois nenhum de nós conseguiria mata-la enquanto olhávamos em seus olhos e mesmo que ela os tenha fechado, as memórias inundavam minha mente e eu só conseguia chorar como uma criança.
— lili... — ouvi a voz suave de Jennie ao meu lado e eu a olhei. — aquilo é uma casa?
— onde?
— ali... — ela apontou ao longe e rapidamente vimos uma pequena luz e a silhueta de uma casa pequena.
— acha que devíamos ir? — Félix pergunta a mim e tomada pela impulsão, medo, raiva, ódio... eu comecei a andar sem me importar com nada, eu acho que aquela altura eu só queria ir com minha Irmã.
— lili! — antes que eu abrisse a porta uma mulher loira com os braços cheio de tatuagens apontou uma arma na minha cabeça. — meu deus... lili! Não atira, por favor!
— algum de vocês estão contaminado? — ela nos olhava da cabeça aos pés e assim que negamos ela mandou mostrar as canelas e braços.
Tirou a arma da minha cabeça e eu soltei o ar que nem sabia que estava prendendo, coloco a mão em minha barriga e por mais que eu tivesse tentado controlar, eu caio no chão de joelhos começando a chorar bem ali, na frente de todos...
— o que? — a mulher pergunta confusa e eu sei que o silêncio fez com que ela entendesse. — entrem... por favor, eu mato cada um se tentarem roubar ou nos fazer algo.
Kai e Bambam me seguraram pela cintura e me levaram até dentro da casa com todo cuidado do mundo, rosé veio andando em passos lentos e temerosos logo atrás deles.
— perda recente? — eu ouvi ela perguntar baixinho e Jennie disse um "sim..." bem baixinho que quase eu não ouvi.
— que barulho é... — uma voz feminina morreu perto de nós e quando meu choro aos poucos de acalmou e eu olhei na direção, vi uma mulher de cabelos ondulados e com um bebê em seus braços. — Amerie... quem são esses?
Ela da um passo para trás e segura um bebê com tanta segurança que mesmo sem ele saber o que era, se agarrou na mãe com toda sua força de bebê.
— ela perdeu alguém. — apontou para mim no sofá e eu sequei minha bochecha.
— quem? Alguém mais foi mordido? — ela ainda estava temerosa.
— não... — Félix respondeu. — foi a irmã dela...
— oh... — o bebê se agarrou em seu pescoço e ela me olhou com pena.
(...)
Meses antes...
— vocês estão loucos. — Kim seo-jung disse enquanto depositava a xícara sobre a mesinha e recebia um olhar de sua esposa. — eu já sabiam que eram loucos quando começaram a droga desse experimento a alguns anos... mas isso? Só pode ficar maluco!
— você não entende? — o pai de Minnie ajeitou a gravata e empurrou os óculos redondos até estarem certos em seu rosto. — é um avanço grande na pesquisa.
— criar a droga de um vírus "do bem" não é a solução pra sua empresa! Isso pode destruir a droga do nosso país! — a mulher que até então estava calada se levantou.
— por que tanta burocracia agora, senhora kim? Quando se ofereceu pra testar a primeira droga mesmo estando grávida não foi problema, foi? — Kim seo-jung olhou pra esposa irado.
— você participou disso?
— a anos atrás! Quando a pesquisa estava péla metade e ele me garantiu que era um futuro remédio, mas queriam testar em mulheres...
— podia ter matado nossa filha!
— eram substâncias que não fariam mal a Jisoo! — ela argumenta.
— você... você é tão irresponsável!
Os dois estavam em uma briga de casal causada por algo muito maior que eles afinal:
— o presidente apoiou totalmente o projeto. — o pai de Minnie pegou o papel da mão do senhor Hirai.
— o senador está em tudo isso? — o kim pergunta.
— não somente ele... o grupo Kim inteiro está ao meu lado nisso... ou você apoia, ou começa a se preparar.
— isso pode ser mortal.
— são probabilidades pequenas!
O silêncio preencheu a sala e então o homem e a mulher saíram de lá sem dizer mais nada.
— ligue pra jisoo e procure saber se ela está segura... não deixe Lalisa sair sem a gente.
— isso... vai ser horrível de ver...
VOCÊ ESTÁ LENDO
a praga viva
FanfictionLalisa durante sua vida havia sido a garota quieta que ouvia piadinhas sobre as coisas que gostava, mas tudo isso começou a mudar quando um apocalipse começou e ela se tornou a única esperança de um grupo de jovens