22: agora!

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  — o que? você tirou 4? — perguntou olhando o papel, ele parecia sério mais logo soltou uma risada. — agora sim parece filha do seu pai.

a garotinha começou a rir mas depois negou.

  — essa é só a nota do teste, eu tirei dez. — ela sorri orgulhosa, ele chega mais perto e bagunça seus cabelos. — papai, parece cansado.

  — eu sei... passei o dia fazendo patrulha. — ele passa a mão na barba um pouco ansioso. — vou dormir um pouco, depois leva o Jake pra passear.

  — sim, capitão Sam! — ela finge bater continência e ele sorri.

  — acorde, homem. — Sam acordou com um tapa na cabeça, ele nem ao menos havia notado quando havia caído no chão. seus olhos pareciam cansados, a tempos que ele não sabia o que era conseguir dormir.

  — vamos levar comida para os lutadores. — tedy falou segurando duas bandejas. — essa é da bonitinha de franja e essa é do corno.

  — eu levo pra eles. — Sam pegou as duas bandejas e ignorando totalmente os chamados. ele foi primeiro ao quarto de Kai, deixando a comida dele e rapidamente indo em direção ao quarto de momo. — aqui.

  — obrigada... — ela estava encolhida no canto do quarto, ela parecia assustada com tudo aquilo.

  — tudo bem? — por que ele parecia gentil com ela?

ele se aproximou, sentou-se na cadeira e sorriu gentil.

  — eu preciso de ar, eu não consigo ficar tanto tempo presa em um quarto. — ela parecia atordoada e ele rapidamente se preocupou.

  — venha, vou te levar até o telhado.

ele tentou ajudar ela a ficar de pé, mas a garota não tinha forças para isso. ele conseguiu colocar ela nas costas e correu até o telhado, a deitou ali e deixou que ela ficasse longos minutos em silêncio.

  — por que... está sendo bonzinho comigo? — ela se senta, parecia um pouco melhor.

  ele abaixou a cabeça puxando fortemente o ar.

  — você me lembra minha filha. — aquilo foi o suficiente para fazê-la sentir seu coração se apertar. seu pai não era do tipo amoroso e por muitas vezes se via se apegando até mesmo em Kai como se fosse seu pai, era constrangedor dizer isso em voz alta. — ela tinha o mesmo corte de cabelo, o mesmo sorriso, os olhos... ela morreu em um acidente tentando fugir dessas coisas, eu sinto tanta falta dela que acho que tô te tratando bem por isso.

  — não me trataria bem se não fosse por isso? — brincou.

  — provavelmente não. — ele estava sendo sincero.

  — Sam... eu preciso que me ajude a fugir com meus amigos. — ele abaixou a cabeça.

  — eu tô tentando acabar com todo esse lugar desde quando começou. — ele passa a mão na barba de novo. — se me ajudarem nisso, eu ajudo vocês.

  — sério? — seu sorriso grande fez ele sorrir também, seu peito doía ao lembrar do rosto sem vida de sua pequena princesa.

  — sério... tudo que eu preciso é conseguir um cartão, o do chefe... lá no escritório dele tem armas e chaves dos carros. — encaro o rosto de momo como um pai ensinando a filha em uma prova. — se conseguirmos isso...

  — tenho uma ideia, a gente põem alguém pra seduzir ele, aí a gente pega a chave. — ele sorri orgulhoso.

  — mas... vai ter que ser um homem.

  —  certo, se ele gay vai amar você de regatinha. — começa a rir e ele se junta a ela.

_._._

  — o senhor está ocupado? — Sam pergunta ao seu chefe, o homem tira o cigarro da boca e o encara confuso. — tem uns dias que eu ando sentindo... uma coisa pelo senhor.

nojo pensou ele enquanto sentava sobre a mesa e passava a mão pelos ombros daquele homem.

  — hmm...

ele não dizia nada, mas gostava daquilo.

as mãos de Sam eram rápidas e por esse motivo ele conseguiu pegar o cartão e enfiar dentro da manga de seu casaco sem que o homem notasse, ele sorriu e beijou os lábios dele. sentia repulsa.

  — eu preciso ir agora... vamos terminar depois?

  — claro.

ele ficou tão atordoado para trás que nem notou que tudo aquilo aconteceu apenas em dez minutos, seu coração estava acelerado e ele precisava de uma luta para se alegrar ainda mais.

  — venha aqui. — sam abriu a porta do quarto de Jisoo. — toma esse cartão, Momo disse que você é confiável... existe uma sala no fim do corredor, carregado de armas e isso vai ajudar vocês a saírem, existe carros blindados na garagem e as chaves estão nessa sala.

  — está nos ajudando?

  — é óbvio. quando conseguir, leve todos que conseguir o mais rápido que puder.

aquela sim era uma missão de risco, depois que Jisoo contou o que tava acontecendo aos outros seus corações pareciam os mesmos de tão acelerados. mal conseguiam descansar agora.

  — acha que vai lutar hoje de novo? — Jennie perguntou baixinho, ela havia fugido pro quarto de lisa e ajudava ela com os curativos.

  — acho que não... — fez uma careta de dor e sorriu ao olhar o rosto de Jennie. — estamos indo para esse lugar sem saber ao certo... não acha que seria melhor buscar outro lugar?

  — o melhor seria uma fazenda, só que elas estão longes demais.

lisa parecia confusa e pensativa agora, seus planos haviam mudado drasticamente desde que tudo isso aconteceu.

  — e se... a gente encontrar um lugar assim? acha melhor?

  — acho. principalmente se a gente conseguir fazer uns muros bem altos sabe? eu não sei como, mas a gente precisa de proteger. — fez outra careta de dor e então sentiu os dedos de Jennie passando por todo seu abdômen, olhou nos olhos dela e depois encarou sua boca notando que ela mordia o lábio inferior. — o que foi?

  — é que... você é... sabe? sexy. — desvia o olhar envergonhada.

  — você também.

as duas se encararam e lisa rapidamente beijou os lábios de Jennie sem medo algum, ela queria ela para si.

a verdade era que, eram apenas adolescentes tentando sobreviver. perderam suas vidas, seus amigos, famílias... só tinham uns aos outros e agora lutavam para se manterem juntos independente da situação, mas não podiam ir contra o fato de ainda serem adolescentes passando por uma fase onde seus corpos mandam mais ainda.

  — você está ferida. — Jennie disse entre o beijo.

  — não dói tanto. — baixinho.

  — meninas. — Jisoo abriu a porta ofegante. — vamos embora daqui... agora!

a praga vivaOnde histórias criam vida. Descubra agora