Capítulo 17

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- Ei malia, acorde. - Sinto uma mão deslizar pelas minhas costas nuas e eu abro os olhos lentamente.

Eduardo tem seus cabelos despenteados e uma cara de quem acabou de acordar, sem camisa, ele se senta na beira da cama e coça o peito nu bocejando.

Tento me lembrar do que aconteceu ontem quando nos bebemos e por sorte eu não esqueci de nada. Tenho esse problema com bebida, eu sou fraca e se bebo além da conta faço coisas para nunca mais lembrar.

Ainda bem que esse não foi o caso, depois de chegarmos ao avião ontem, eu fiquei tão admirada por seu jatinho particular que Eduardo me chamou para tomar champagne, divertido.

Eu aceitei beber um pouco para comemorar antes e eu ir dormir. Mas nos empolgamos, ele contou histórias divertidas de sua falecida irmã e quando o cansaço nos pegou, apenas viemos para o quarto juntos e deitamos na cama.

Mas para explicar o fato de eu estar nua, ou melhor dizendo, somente de calcinha e só com metade do corpo coberto, deve ser pelo fato de eu ter bebido o suficiente para ficar alegrinha e no meio da noite não suportando ficar com o vestido de noiva, eu apenas o arranquei.

- Eduardo...- tento falar ao me sentar na cama imediatamente e me cobrir por inteiro.

- O copiloto veio avisar que o avião pousa em uma hora, acho que dormimos bastante. - Ele diz ainda virado para a porta tentando ajeitar seu cabelo desgrenhado de todo jeito com as mãos. - Podemos tomar café da manhã ou almoço, dependendo que horas são. - Ele fala se levantando e antes de se virar para mim eu grito.

- Não vira! - falo morta de vergonha, provavelmente ele já viu tudo. - P-pega a minha mala por favor, sem me olhar.

Ele não me olha, mas sinto seu corpo tentado.

- Você está sem roupa? - ele pergunta com uma voz baixa e calma.

- E-eu...- tento dizer, mas apenas sou interrompida por sua risada.

- Eu não vi nada, relaxa. - Ele diz e vai até o canto do quarto onde tem duas malas nossas e pega a minha. - Aqui se troca, vou lá ver o que tem de café da manhã, me deu uma vontade de comer um mané pelado. - Ele fala fazendo piada com o bolo de mandioca, carinhosamente chamado de mané pelado nas regiões centro oeste do país.

Respiro fundo quando ele fecha a porta e se afasta com sua risada um pouco alta demais pra minha vergonha.

Vejo que o quarto é uma mini suíte e possui um banheiro, pego uma roupa, toalha e lingerie e vou para o banheiro tomar um banho.

Depois da ducha visto o vestido leve que eu peguei, seco os meus cabelos e respiro fundo antes de sair do quarto.

- Estamos no meio da tarde, vamos almoçar e deixar pra jantar a noite já na casa. - Ele diz e eu apenas aceno envergonhada. - não precisa ficar com vergonha, somos casados agora Malia.

- Não é esse tipo de casamento, ou é? - pergunto o olhando nos olhos curiosa e preocupada, mas ele apenas me dá um sorriso de canto.

- Eu lhe disse isso no dia que aceitou ser a minha esposa, eu só vou te tocar se você quiser malia, e caso surja clima para isso. Você é linda, só um idiota por não se interessar. - Ele começa a falar sorrindo e no fim completa totalmente sério. - Eu vou te respeitar, não se preocupe. Eu nunca a forçaria a nada.

Olho em seus olhos e vejo que ele está falando sério. Fico envergonhada com seu elogio, mas eu também penso o mesmo dele. Eduardo é alto, bonito, inteligente e ser rico só conta mais pontos ao seu favor.

- Isso não daria certo, vamos ficar juntos somente por três anos. - Falo pensativa.

- Não fique pesando muito nisso. - Eduardo diz simplesmente vira a página do jornal que só agora reparei que lê e pela capa, é de ontem. - Se acontecesse e desse certo, pense que já estaremos casados de qualquer forma, mas isso não é conversa para agora. - Ele diz e nessa hora a aeromoça chega com o nosso almoço.

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