Capítulo 19

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Eduardo:

- Depois dessa me arrependo de não ter entrado na fila para me casar com você. - Alexandre diz depois que desligo minha chamada divertida com malia.

- Uma pena, perdeu a sua vez. Agora tem que me ajudar a cuidar dela. - Falo ficando sério e ele suspira.

- Eu estou de férias e você veio atras de mim. - Ele diz pegando seu copo de whisky em cima do balcão. - Bem na sua lua de mel, me sinto a amante.

Apesar de ainda ser cedo, Alexandre bebe como se tivesse passado a noite toda nisso. Apesar de isso ser pouco profissional, ele ao menos se garante quando está trabalhando.

- Eu preciso da sua ajuda, não há ninguém melhor que você e o mundo inteiro sabe disso.

- Você quer que eu trabalhe em dois casos. - Ele diz me olhando e eu apenas o encaro de volta. - Tudo bem, você ja veio até aqui. Mas fique avisado que não é só por que nos conhecemos que vou fazer isso de graça. Nos conhecer é só mais um motivo para eu cobrar mais caro, além de eu estar de FERIAS. - Ele frisa e eu sorrio.

- Eu sabia que você aceitaria, então por favor... isso é muito importante. - Falo para ele que novamente suspira.

- Eu preciso saber o que você sabe. Me conte tudo e depois vejo o que eu vou fazer.

- Ótimo, então largue essa bebida e vamos almoçar. - Falo e ele concorda.

Ainda é cedo para um almoço, mas como fira esta acordada 24h por dia, decido ir em um restaurante e pedir por um prato mais elaborado e enquanto esperamos ficar pronto, começo a explicar a situação para Alexandre que ouve tudo atentamente.

Começo do começo, não tudo, mas do começo.

- Na verdade, é um caso bem simples, mas por simples demais é o que torna ele complicado. - Alexandre fala quando nossa comida chega quase uma hora depois. - Você quer que eu comece pela guarda da menina? Sabe que seria mais fácil ter a guarda se a inocência da mãe for comprovada.

- Não, a guarda dela é prioridade. - Digo convicto, nada mais vem na frente da pequena Sofia.

- Mas... - Alexandre tenta argumentar, mas não estou aberto para conselhos ou outras opções.

- Não Alexandre, faça o necessário. Use o meu nome, o meu dinheiro, mas consiga a guarda da menina o mais rápido possível. - Falo para que ele entenda.

- Nossa, ela tem você de quatro. Nem mesmo com a vadia da Cecilia você era assim, e olha que você parecia um cachorrinho dela. - Ele diz e esse é um dos defeitos ou qualidade dele. Ele simplesmente diz o que pensa.

- Falando em Cecilia, ela apareceu no meu casamento. - Digo e Alexandre arregala os olhos e logo se anima.

- Sério? E como foi? Ela chegou na hora do "fale agora ou cale-se para sempre" e gritou "você não vai roubar meu banco de mim, me devolva o meu milionário favorito sua vadia!"? - ele pergunta encenando me fazendo rir, apesar do assunto sério.

- Não, ela foi atras de malia pouco antes da marcha nupcial tocar... acredita que ela teve coragem de dizer para ela que estava gravida de mim? Tudo isso para malia desistir de casar. - Falo ainda não acreditando na audácia dessa mulher.

- Puta. Como eu gosto de ter razão, eu nunca gostei dela. - Alexandre diz e eu apenas concordo.

Quando estávamos juntos, ele até se afastou por que ele sabe que não segura a própria língua e eu estava louco por Cecilia, e para não me magoar, Alexandre preferiu se manter longe.

- Vamos deixar essa mulher para lá, Cecilia nunca poderia carregar um filho meu e sabemos o porquê. Mas eu terei que agir caso ela perturbe novamente malia. - Falo e termino a minha comida.

- Bom, então eu vou analisar tudo o que você disse. Me de uma semana, aí eu digo que abordagem tomar, tenho que olhar os antecedentes de malia, ver qual a acusação ela tem e ver os vereditos sobre a guarda da menina. - Ele diz também terminando a sua refeição. - Vamos nos encontrar só quando eu acabar e quando eu decidir, por que eu ainda estou de "férias".

- Está bem, está bem. - Rio dele, mas tem algo que ele precisa saber. - Alexandre, caso dê algo errado com o pedido de guarda, tem uma coisa que podemos usar, mas apenas se der errado.

- e o que seria? - ele pergunta e eu conto.

Enquanto falo, vejo ele ficando mais surpreso. Ao terminar, sua boca se abre e fecha várias vezes antes de pronunciar quaisquer palavras.

- Mas que diabos Eduardo. Como? - ele pergunta chocado.

- Quer mesmo que eu te explique? - pergunto erguendo uma sobrancelha.

- Você entendeu o que eu quis dizer, por que não usa isso? É causa ganha, ele pode contestar e alegar...

- Não, isso é em último recurso Alexandre. - O interrompo o deixando confuso.

- Vamos lá conversar com sua esposa, tenho certeza que ela vai concordar comigo. - Ele fala e eu seguro em seu braço.

- A malia não sabe Alexandre.

- O que? - ele pergunta rindo. - Isso é impossível, como ela não sabe que você...

- Não sabe, por isso é o último recurso.

- Meu deus Eduardo, em último caso mesmo? - ele me pergunta ainda chocado.

- Sim, em último caso. E se não tiver mais chances, voce usa essa informação como bem desejar.

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