Capítulo 84

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Malia: 3 meses depois.

- Amanda, podemos conversar? - pergunto entrando em seu quarto.

Vejo ela estudando, mas ela concorda fechando o livro e me dando atenção.

Amanda já tá pegando firme no primeiro semestre da faculdade, e não só na faculdade, o relacionamento dela e com o meu irmão está sendo maravilhoso. Apesar de ficaram longe, o fim de semana deles são juntos. todo fim de semana ele vem, apenas uma vez que ele não pode vir, ela não hesitou em pegar um ônibus e ir encontrar com ele.

Se ela tivesse pedido, Eduardo não teria negado o motorista a ela. Mas depois desse episódio, ele achou que ela já estava madura o suficiente para ganhar um carro, mesmo que não use muito, ela ficou muito feliz pela confiança dele.

- aconteceu alguma coisa? - ela pergunta e eu balanço a cabeça negando, tentando não chorar. Ando mais sensível que o normal.

- É que hoje eu tive uma ultrassonografia. - falo tentando chegar aonde eu quero.

- meu tio não foi com você? Ele sempre vai. - ela diz.

- é que eu já estava desconfiando de uma coisa a um tempo, então eu decidi ir sozinha pra ter certeza, por que eu queria falar com você uma coisa antes.

- tá tudo bem com o bebê? É sério? Precisa de ajuda para falar com o meu tio? - ela pergunta preocupada e eu nego com cabeça.

- não é isso, é que eu vou ter outra menina. Eu já desconfiava, mas queria ter certeza. - digo e ela sorri.

- e por que tá chorando? Isso é bom? Queria dar um menino para o meu tio? Posso afirmar que uma mulher pode fazer tudo Malia, não precisa...

- não é isso. - digo rindo entre lágrimas.

- Como eu já desconfiava que seria uma menina, faz tempo que um nome fica na minha cabeça. Eu queria perguntar se você gosta, se vai gostar que eu dê o nome da sua mãe para ela. - pergunto e primeiro vejo sua surpresa e depois a sua felicidade.

- eu vou amar mais do que tudo. - ela diz me abraçando e posso ver que também chora.

- acha que seus avós vão gostar?  - pergunto com medo.

- é o maior presente que você poderia dar a eles Malia. - ela diz se levantando. - vamos, você precisa dar essa notícia com classe. Vamos até o shopping comprar uma roupinha e depois pedir para bordarem o nome. Quando ficar pronta você conta, ou contamos juntas. Vamos. - ela diz pegando em minha mão e calçando os sapatos.

Pegamos o carro dela e Amanda vai dirigindo até o shopping. Apesar de fazer pouco tempo que ganhei meu carro também, não dirijo por medo de sentir alguma tontura ou passar mal na estrada.

Vamos até a loja que vendem roupas para bebês e recém nascidos e Amanda endoida. Não é a primeira roupinha que vamos comprar, da primeira vez que vim com eduardo após o primeiro ultrassom ele queria levar a loja toda e com Amanda parece que não vai ser diferente.

- rosa, queremos algo rosa ou acha que vermelho? - ela me pergunta, mas não acho que queria uma resposta realmente. - vermelho chama muita atenção, rosa é mais delicada. Mas as filhas mais novas costumam ser geniosas e duvido que ela vá ser queira igual Sofia, vamo de vermelho, vai ficar linda.

Amanda pega um macacão vermelho para recém nascido e alguns panos e lenços. Ela paga por tudo muito feliz e eu acabo alisando minha barriga que já está em evidência.
Meu bebê vai ser muito amado, igual Sofia está sendo.

Hoje meus sogros a levaram para passar o dia com eles, assim não precisei mentir para poder ir ao ultrassom, sei que ia querer ir comigo, mas eu quis fazer isso sozinha.

- Precisamos achar uma bordadeira. - Amanda diz digitando no celular enquanto saimos da loja.

Ela olhava para o celular e eu não pude impedir ela de trombar com outra pessoa a tempo.

- me desculpa, a culpa foi...

- ah,é você pirralha. - olho para a mulher a minha frente e me lembro que é a mesma que esteve em meu casamento.

Cecília.

- era só o que me faltava, vamos embora Malia. - Amanda diz e quando vai dar um passo, Cecília a para e estende o celular.

- paradinha, me passa o número novo do seu tio. Precisamos conversar sobre a nossa relação. - ela diz e eu fico chocada com a sua cara de pau que nem mesmo consigo dizer nada.

- que relação doida? Meu tio tá é muito bem casado.- Amanda diz e então Cecília olha para mim e depois para a minha barriga.

- com essa daí? Depois de eu disser que ela está dando um golpe da barriga nele, ele vai acreditar e voltar.... - recobro a consciência so depois de sentir minha mão arder e ver o rosto impagável de Cecília e Amanda.

Amanda começa a rir e Cecília me olha chocada.

- o que você...

- fica longe do meu marido sua vagabunda, só não te dou uma lição por que não estou em condições para isso. - digo e vejo ela avançar um passo na minha direção, mas Amanda se coloca na frente.

- aonde pensa que vai hein? - ela pergunta segurando o braço de Cecília. - deixa eu te dizer uma coisa, acho que o tio Alexandre ainda tem as suas fotos rebolando em cima de uns velhos na época em que ele tentou separar meu tio de você.

Cecília fica pálida e puxa o braço do aperto de Amanda.

- está me ameaçando? Acha que vou acreditar em você? Eu nunca fiz essas coisas pirralha nojenta.

- ah, então vou ligar pro tio Alexandre e falar que você está ameaçando a mulher grávida do meu tio. - Amanda fala pegando o celular.

- quer saber, vão pro inferno. Eduardo não é o único homem nesse mundo. - ela diz se virando e indo embora pisando fundo.

- mereço viu, isso que dá um homem ser bonito e rico. Te cuida Malia, hoje mesmo vou ligar pro Bryan e dar uma prensa pra ver se ele fica esperto. Eu posso tá longe, mas dona Maria é meus olhos e ouvidos. - ela fala e eu começo a rir.

Amanda já pegou amizade com as velhas fofoqueiras da rua. Qualquer coisinha que acontece na cidade, não importa se estamos longe, dona Maria liga para contar a Amanda.

- tá rindo do que? Aquelas senhoras são uma preciosidade rara. - ela diz e eu concordo, até pq uma delas é a minha própria mãe.

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