capítulo 53

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( espero que não liguem para os erros, vou postar mas nao tive tempo de corrigi-los)


2 anos e 9 meses atrás: Eduardo

Entro correndo no hospital sabendo que nesse momento, apesar de tudo, Alexandre precisa de mim.

Entro na ala da UTI e o vejo sentado no chão do corredor, com a cabeça entre as pernas e eu me aproximo dele.

- Ei, alexandre! - o chamo de volta para a realidade me abaixando ao seu lado no chão. - o que aconteceu? - pergunto quando ele me olha e vejo seus olhos cheios de lagrimas. - Não me diga que ela...

- Eu nao sei... Cheguei agora de viagem, eu liguei ontem para saber como ela estava, como sempre faço quando nao posso vir ao hospital, ela estava bem. mas quando eu cheguei hoje aqui... tinha varios medicos o quarto dela, nao me deixaram entrar. me colocaram para fora e ainda nao sei o que aconteceu. Me desculpa, eu so não sabia para quem ligar... - deixo que alexandre me explique o que aconteceu e chore.

Apesar de não estarmos nos vendo tanto quanto antes, eu sou um dos poucos que sabe de toda historia dele com mariana, assim como marcos.  

ele tem sofrido a mais de dois anos por conta do que aconteceu com mariana, ambos estavam em um relacionamento, estavam bem, vivam na rotina. Saiam juntos, faziam suas refeições juntos e moravam juntos, ja era uma vida de casados, mas ainda sim ele a pediu em casamento. mas um dia eles brigaram, uma briga atoa que nem mesmo alexandre se lembra o por que dela, eles estavam dentro do carro e alexandre perdeu o controle do volante e bateu contra outro carro. ele ficou desacordado por algumas horas mas quando acordou, descobriu que mariana havia batido a cabeça forte demais e ainda estava inconsciente.

ja faz dois anos que ela continua do mesmo jeito. todos os dias ele a visita no hospital, quando nao pode vir ele liga para saber do seu estada que nunca mudou, a não ser por hoje.

- Resposavel por Mariana teixera? - um medico pergunta se aproximando de nos e imediatamente alexandre se levanta.

- sou eu, como ela esta? o que aconteceu? - ele pergunta afoito.

- ela estava bem, com seu quadro estavel de sempre, mas uma hora para outra teve uma parada respiratoria. nos tivemos que entuba-la e ligar nas maquinas, nao sabemos o que causou isso de repente, mas vamos leva-la para uma bateria de exames imediatamente. - o medico informa.

- mas ela vai ficar bem? os exames, quanto tempo vai demorar? Você precisam fazer tudo imediatamente, temos que cuidar dela ate que acorde. - alexandre diz e eu nao consigo nao sentir pena dele.

- vamos tentar fazer tudo rapido, como pode ver o hospital esta um pouco agitado, houve um acidente e chegaram quatro gravidas de uma vez só. estamos tendo que lidar com tudo de uma vez. mas fique tranquilo que ja estabilizamos o quadro de mariana.

- eu vou para sala de espera, eu só saio desse hospital quando os resultados dos exames sairem falando que ela esta bem. - ele diz decidido. - obrigado doutor, vou esperar por noticias.

Alexandre da a volta no medico e me indica coma cabeça para segui-lo. vou com ele ate a sala de espera e me sento ao seu lado.

- voce deveria ir para casa descansar, volta mais tarde depois de dormir, tomar um banho e comer alguma coisa. - digo para ele.

- nao consigo, como posso fazer essas coisas sabendo que ela esta naquela cama sofrendo por minha culpa. - ele me pergunta e vejo o quanto esta sofrendo.

ele é sempre durão, casca grossa e firma, tanto no trabalho quanto na vida. mas desde o acidente, tudo que envolve mariana faz alexandre ficar sensivel. É como se a culpa que pesa seu ombro dobrasse cada vez que ela é mencionada, cada momento em que ele pensa nela.

- eu ja lhe disse muitas vezes que aquilo foi um acidente, o carro pasou por uma vistoria e o freio arrebentou, foi apenas uma coincidencia voces estarem brigando naquele momento. voce podia estar indo trabalhar e sofrer o mesmo acidente, poderia ate ter morrido. A culpa nao foi sua alexandre.

- Eu estava dirigindo, a culpa foi toda minha. se eu tivesse prestado atenção que o freio nao estava funcionando eu teria parado de acelerar o carro, nem estavamos tão rapido so que quando eu percebi ja era tarde. - ele diz e sei que é dificil para ele aceitar que não tem culpa.

a culpa é da concessionaria, pois seu carro era novo e o freio arrebentou, mas a culpa que alexandre sente é tão grande que, mesmo ele sendo advogado, não correu atras dos seus direitos. apenas comprou outro carro para trabalhar e assumiu toda a culpa para si.

- ja que não vai sair daqui vou na lanchonete que tem aqui na frente do hospital e comprar algo para voce comer, la tem melhores opçoes do que a que tem aqui. - digo me levantando.

- obrigada, sei que parece que não estou sendo um bom amigo, mas agradeço por estar aqui agora. - ele fala e eu sorrio.

- voce é um idiota, so o fato de querer me proteger de qualquer coisa que voce imagina nessa sua cabeça é o suficiente para eu saber que se importa comigo. Mas se controla, por que voce pode acabar estragando as coisas de vez em quando. - digo e ele fica quieto, pois sei que ele quer reclamar do que eu disse, mas não o faz.

deixo ele na sala de espera e saio do hospital indo para a cafeteria em frente, eu entro e olho a diversidade do cardapio, mas opto por algo leve, nao sei como vai ser naquele hospital e talvez ele nao tenha estomogo para comer algo pesado.

pego dois sanduiches naturais e uma garrafa de suco, pago no caixa e saio da cafeteria em direção ao hospital. um taxi para na porta e vejo ao linge uma mulher gravida com uma barriga enorme sair de la de dentro. 

ela pega uma bolsa maternidade e vai caminhando para dentro do hospital. Atravesso a rua subindo ate a calçada e finalmente entro no hospital.

- bom dia, minha bolsa estorou e eu entrei em trabalho de parto. - ouço a mulher dizer para a recepcionista e eu a olho curioso.

minha irma fez um escandalo quando entrou em trabalho de parto, como ela pode estar tão calma assim?

- por aui senhora. vou pedir uma cadeira de rodas e te levaremos ate o segundo andar, a senhora é a quinta que chegou em trabalho de parto hoje. - a recepcionista diz ja pegando o telefone para fazer uma chamada.

- não, so me diz aonde tenho que ir por que eu prefiro andar, se eu me sentar agora as coisas vão desandar. - ela diz.

- por aqui entao, vou te acompanhar ate la em cima. - a enfermeira aponta na direção dos elevadores e a mulher se vira para acompanha-la.

e so ai vejo seu rosto, o rosto de malia que esta mais corado e redondo que da ultima vez que a vi. ela esta linda, parece estar sentindo dor por causa de sua expressão.

meus olhos descem por sua enorme barriga e eu volto a encara-la.

ela deve ter se casado, penso e olho em sua mão vendo uma aliança.

Bom, ja faz 9 meses que nao os vemos, o mesmo tempo que eu estou com cecilia...

9 mesmes...?!!

olho novamente para malia e para sua barriga.

nao, ela esta casada. deve ser do marido e o bebe pode ser prematuro.

mas são exatos 9 meses.

Aquela mulher que eu esqueci pelo bem do meu relacionamento com cecilia espera um filho meu?

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