TINHA chegado tarde demais. A reunião já tinha acabado e Miguel não respondia minhas mensagens, por isso resolvi ir à casa dele.
Ao chegar ao condomínio onde Miguel e Johnny moram, vejo, pela janela, o segundo com seu notebook. Vê-lo usando o objeto normalmente é estranho, pois tecnologia não é com ele. Me lembro do dia em que eu citei o Twitter e ele pensou que era o nome de um chocolate. Bato na porta da casa dele e em segundos ela é aberta.
- Oi, Sensei. - Comprimento, já entrando em sua casa sem permissão alguma.
- Tudo bem, garota?
- Tá no Facebook, hein? - Espio seu notebook. - Depois vou fazer uma conta no Twitter para você, certeza que você vai amar xingar desconhecidos por lá.
- Um site para xingar desconhecidos? Que coisas são essas que fazem na internet? - Ele pergunta confuso.
- Deixa para lá. - Digo rindo. - Como foi a reunião sobre o torneio? - Pergunto e o sorriso dele já responde tudo.
- Eles voltaram atrás, o torneio vai rolar!
- Sério? - Fico impressionada. - Isso é demais! - Batemos as mãos em comemoração. - Como você conseguiu fazer eles mudarem de ideia?
- Eu não fiz nada, isso foi trabalho do Diaz. - Ele diz se sentando e voltando a ficar de frente ao notebook na mesa.
- O que?
- Pois é, o garoto falou bonito e fez um discurso que funcionou. - Johnny diz e consigo sentir um leve orgulho em seu tom de voz.
- Uau. Bem, ele me avisou que salvaria o torneio. - Falo me sentando na cadeira ao outro lado da mesa. - Mas você vai deixar ele competir?
- Não - Responde imediato - não sei, ainda não me decidi, mas você, você sim vai competir, Simmons. - Ele dá batidinhas na mesa, empolgado.
A ideia do torneio acontecer agora que eu não vou embora me parece incrível, mas competir é outra história.
- Eu? Não sei, não, Sensei. - Balanço a cabeça em negação. - Mal comecei no karatê.
- Não importa, até o torneio você será uma campeã. - Ele parece tão convicto que forço um sorriso sem graça.
- Bem, eu vou indo, Sensei, - Falo e levanto da cadeira. - preciso ver o Miguel.
- Vai lá - Ele diz. - e descanse depois, pois seu treinamento vai dobrar, ouviu? - Faço menção de discordar, mas ele já me corta. - Isso foi uma ordem.
- Está bem, boa noite, Sensei.
Ouço Johnny balbuciar alguma coisa parecida com um tchau, concentrado demais no notebook. Aposto que deve estar falando com a tal da Ali. Saio de sua casa e vou direto para a da família Diaz, eles moram, literalmente, na frente do Lawrence. Antes que eu bata meu punho na porta, ela é aberta pela mulher de cabelos cacheados.
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CALLER - cobra kai.
FanfictionKatherine Simmons não sabia como tinha se metido em tanta confusão em tão pouco tempo. Em um dia, ela tinha acabado de sofrer um acidente de carro e, em outro, estava amarrada a um mundo de conflitos e rivalidades antigas entre dojos de karatê. E a...