06 . STANDING

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NO dia seguinte, estou sentada no sofá da sala de Johnny enquanto ele faz sua fisioterapia não convencional em Miguel

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NO dia seguinte, estou sentada no sofá da sala de Johnny enquanto ele faz sua fisioterapia não convencional em Miguel. O latino está pendurado num aparelho que se assemelha a um andador de bebês, só que tamanho adulto, o que acaba sendo meio engraçado de se ver.

Não acho que minha presença aqui seja de grande ajuda, mas Johnny insistiu, dizendo, que eu estando ali seria uma motivação para Miguel parar de agir como um "molenga completo". Aceitei, até porque essa seria uma ótima desculpa para não fazer minha lição de casa. Quem reclamaria de uma garota que está sendo solidária ajudando na recuperação de seu amigo?

Dou um pulo quando escuto o barulho de Miguel cair de cara no chão.

- Foco. - Johnny manda e o levanta com a ajuda do andador. - Qual é? Tá' pior do que ontem. Nem tá' tentando, qual o problema? - Miguel nem o olha ainda, gemendo com a queda. - Viu sua ex? E daí?

Johnny tem um ponto. Miguel estava entusiasmado com sua própria recuperação depois do show de uma banda que eles foram outro dia. Durante uma das músicas, Miguel ficou tão eufórico que conseguiu bater os pés no ritmo da música. E isso era um grande passo, mas o encontro com Tory tinha mexido bastante com ele.

- E daí? - Miguel repete indignado. - Olha para você! Passou o dia fazendo coisa para sua ex, tentando parecer alguém que você não é. Pelo menos eu falei como as coisas estavam de verdade.

Miguel também tem um ponto. Penso na possibilidade de sair de fininho pela porta para nada sobrar para mim nessa discussão ridícula dos dois que está prestes a começar.

- Tá' bom, já parou com o ataquezinho? - Johnny responde. Me seguro para não rir. - Vai desistir?

- Olha quem fala. - Miguel resmunga um pouco mais baixo.

- Como é que é?

- É você que tá' desistindo.

- Eu não sei...

- Quieto! - Miguel berra e faz seu sensei se calar e hesitar. Chego a arregalar os olhos com a explosão, nunca vi Miguel levantar a voz para ele. - Você deixou o Kreese tomar seu dojo. Deixou o Falcão e a Tory acharem que você era fraco.

- Porque foi um erro para começo de conversa. - Johnny aponta o dedo indicador para o garoto. - Não devia ter voltado com o Cobra Kai, olha o que aconteceu.

Essa era a hora que eu não entendia muito bem. Miguel ainda estava devendo me contar tudo o que havia acontecido, mas eu já sabia que o Cobra Kai era um dojo do Johnny, mas agora só criava valentões.

- O que aconteceu foi que você ajudou muita gente e depois foi embora igual um covarde. - Era claro que Miguel odiava o fato do seu sensei ter desistido do antigo dojo.

Johnny fica afetado com a alfinetada. Não queria me intrometer na discussão deles, mas já indo, me levanto do sofá me aproximando deles. Gostaria de ser o tipo de pessoa que vê conflitos alheios e não tenta resolvê-los, mas não sou assim.

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