Katherine Simmons não sabia como tinha se metido em tanta confusão em tão pouco tempo.
Em um dia, ela tinha acabado de sofrer um acidente de carro e, em outro, estava amarrada a um mundo de conflitos e rivalidades antigas entre dojos de karatê. E a...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
- PRECISA de ajuda com os livros? - Perguntei para Demetri quando o vi com dificuldade de colocar seus tantos livros no armário por conta do braço engessado. Sempre que o vejo sofrendo por conta do braço quebrado um tipo de raiva e pena toma conta de mim.
- Não, valeu. - Ele recusa, arrumando os livros de forma desajeitada e fechando o armário cinza. - Tô' começando a me acostumar com isso. - Aponta para o braço. - Mas voltando ao assunto, tem certeza de que não quer ir para o Miyagi Do?
Tinha cometido o erro de comentar com o garoto sobre eu começar a ter aulas de karatê no novo dojo de Johnny e, durante as últimas duas aulas, Demetri tentou me convencer a ir para o Miyagi Do, o dojo que ele frequenta. Tenho que admitir que os argumentos dele são bons, mas não o suficiente para mudar minha decisão.
- Tenho. - Afirmo.
Saio na frente dele indo para o refeitório, ele me acompanha.
- Não tem, não. - Ele está impossível hoje. - Tive uma aula com o Lawrence e quase saí chorando em 10 minutos. - Dou risada. - Ele me bateu e eu ainda paguei por isso!
- Valeu, pela preocupação, Demetri. Mas o Sensei Lawrence não vai me fazer chorar, ok? Ele é legal comigo - Ele duvida muito disso, consigo ver em sua expressão. - na maior parte do tempo, é claro.
- Ok, tudo bem. - O garoto fala rendido. - Mas se por acaso mudar de ideia, o Miyagi Do está de portas abertas para você. - Assento, mas jogo longe a ideia de um dia fazer parte do dojo de Daniel Larusso. Imagino que Johnny consideraria isso a pior forma de traição.
Aprecio que Demetri se calou por um tempo. Ele é um tagarela e, normalmente, adoro que ele seja assim, mas hoje não. Estou distraída, dispersa demais em meus próprios pensamentos para prestar atenção em tudo que meu amigo fala.
Minha cabeça está rebobinando a fita da noite passada, relembrando sem parar o beijo meu e de Miguel. Se eu me concentrasse um pouco mais, ainda podia sentir sua boca na minha. O que mais me atormenta é o agora: o que vem depois de você ter beijado quem considera como seu melhor amigo? Preciso conversar com ele, embora tenha evitado ele por toda a manhã.
Claro, já conversamos. Depois que nos separados do beijo, ele permaneceu por um tempo, indo embora pouco depois, pois já era tarde. Porém, a única coisa que fizemos foi fingir que nada havia acontecido, talvez o álcool falando mais alto, deixando nós entorpecidos demais para reagir. Seria isso que devemos fazer? Fingir que aquele momento não existiu?
Todas essas dúvidas estavam tirando meu sossego e, também, minha fome. Demetri já está na fila pegando a sua comida com a bandeja azul. Não sinto fome, porém, sei que vou precisar ao menos beber algo. Pego meus últimos trocados guardados no bolso do meu suéter azul e vou à máquina de bebidas que ficam pelo refeitório. Escolho uma das vitaminas de morango.
Procuro Demetri com o olhar, já destampando a vitamina e bebendo. Quase engasgo com a bebida quando vejo Kyler e outros babacas perto de Demetri. O idiota está escrevendo no gesso de Demetri e tenho certeza que não algum tipo de coisa legal. Avanço em direção dos garotos, sem nem pensar.
