TERMINO de vestir as roupas que Miguel me emprestou. As calças de pijama são folgadas e o moletom velho fica um pouco grande em mim, mas as roupas dele são confortáveis e pelo menos agora estou menos encharcada e mais aquecida.
Vejo Miguel entrar no quarto com algumas toalhas. Ele me entrega uma e se senta ao meu lado. Uso a toalha para secar meu cabelo que ainda está molhado.
- Valeu.
- Por nada. - Diz ele. - Precisa de algo mais?
- Um pai novo seria ótimo. - Brinco, na intenção de quebrar esse clima ruim, mas Miguel não ri. - Eu tô ok...
- Se você quiser posso conversar com seu pai, talvez se eu explicar ele deixe você competir e...
- Obrigada, Miggy, mas é melhor não. - Quero manter meu pai longe de todo mundo, da minha família, dos meus amigos, de Dylan. Principalmente, longe de Miguel.
Na porta, aparece a Diaz mais velha. Ela nos observa, antes de dizer:
- Sua tia ligou, Kat, - Só nesse momento que realmente me dou conta de que não tinha avisado a tia Lucy que estou bem, ela e Max devem estar preocupados. - conversei com ela. Você pode dormir aqui hoje, se quiser, querida. - Ela troca um olhar com o filho.
- Obrigada, Carmen. - Falo, realmente agradecida.
- Não é nada, - Ela fala do mesmo jeito que Miguel me respondeu há minutos atrás. - Mas bem - Ela empurra a porta do quarto. - deixem um pouco aberta. - Fico envergonhada, se não fosse pelo frio que minhas bochechas ainda estão, sentiria elas queimar. - Vou deixar vocês a vontade.
Miguel espera a mãe dele sair para se levantar, balançando a cabeça envergonhado também. Ele parece se lembrar agora que ainda está com a camiseta molhada de quando o abracei.
- Foi mal por isso. - Aponto.
- Sem problemas. - Ele responde se virando para o guarda roupa e o abre, passando a mão em outra camiseta qualquer.
Penso em me virar quando vejo Miguel buscando a barra da camisa que veste, sabendo que ele vai tirá-la. Não o faço, primeiro, porque é ridículo, já o vi sem camisa outras vezes, segundo, ousadamente, gosto do que vejo. Acho que voltei a ficar vermelha. Ouço meu celular tocar, só que não me importo de atender.
- Vai ficar me admirando ou atender a ligação? - Miguel fala, terminando de vestir a blusa seca. Algo na sua voz indica diversão, quase como uma provocação.
- Vou ficar te admirando. - Digo sem nenhum filtro, entrando na onda dele. Depois que Miguel da uma risada, percebo para onde essa situação está indo.
Acho que estamos flertando. Mas Miguel não é do tipo de fazer isso.
O garoto alisa a camiseta e se senta próximo a mim. Por um segundo, quando ele inclina o resto perto do meu, penso que Miguel vai me beijar, como fez naquela noite no meu quarto. Só que ele se afasta como se tivesse levado um choque.
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CALLER - cobra kai.
FanfictionKatherine Simmons não sabia como tinha se metido em tanta confusão em tão pouco tempo. Em um dia, ela tinha acabado de sofrer um acidente de carro e, em outro, estava amarrada a um mundo de conflitos e rivalidades antigas entre dojos de karatê. E a...