Katherine Simmons não sabia como tinha se metido em tanta confusão em tão pouco tempo.
Em um dia, ela tinha acabado de sofrer um acidente de carro e, em outro, estava amarrada a um mundo de conflitos e rivalidades antigas entre dojos de karatê. E a...
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QUANDO encontro com Demetri na aula de educação física ele está eufórico, quase escalando as paredes de animação. O que me causa curiosidade. - O que rolou, Demi? - Pergunto rindo da sua felicidade.
- Pode parecer mentira o que vou dizer, mas não é uma pegadinha - Avisa. - eu peguei a Yasmine. - Fala palavra por palavra lentamente.
- Você pegou a Yasmine? Tipo você beijou ela e ela te beijou de volta? - Repito um pouco desacreditada e o garoto assente. - E não foi em um sonho seu?
- Não, aconteceu de verdade. - Ele afirma e sinto meus olhos se arregalarem. - Olha, ela que escreveu isso. - Estende o braço para eu ler. Dentro do membro que Kyler tinha desenhado estava escrito "eu amo seu pau grande - Yas" em vermelho. Era mesmo a letra de Yasmine, reconheci.
- Meu Deus. - Solto, ainda sem acreditar e um pouco abismada. - Isso é bem inesperado, mas vocês estranhamente combinam.
- Bem, obrigado. - Diz depois de estreitar os olhos. - Eu sou o cara mais feliz e sortudo do mundo! - Declara suspirando, por um segundo parece que ele vai se derreter ali mesmo na arquibancada.
- A Yas que é a sortuda aqui. - Rebato. Ainda não consigo gostar totalmente de Yasmine, mas depois de passar algum tempo com a garota descobri que, bem lá no fundo, nas profundezas, ela pode ser legal. E Demetri é um dos garotos mais doces desse mundo, acho que ele literalmente andaria no fogo por uma garota que gostasse.
- Você é mesmo uma amiga incrível tentando salvar minha auto estima já inexistente. - Comenta ele. - Mas quem precisa de auto estima quando se tem a Yasmine?
Faço uma careta com o ar de apaixonado do garoto, os olhos azuis dele brilhando como nunca tinha visto. De todo modo, estou feliz por ele, até porque essa paixão avassaladora o fez esquecer da provocação de Kyler.
- E não sou só eu que estou com sorte no amor, pelo visto... - Ele diz olhando para o campo cheio de adolescentes.
- Como assim?
Demetri, claro, está com aquela expressão travessa que ele sempre faz quando vem fofocar. Ele se inclina um pouco para me contar:
- Vi o Miguel e a Sam conversando hoje todos felizes e se bem conheço os dois, em breve, eles voltam.
Assim que ouço as palavras do garoto, algo em mim se parte, quebra em mil pedacinhos. Um sentimento que pouco conheço toma forma dentro de mim. Ciúmes. Estou com ciúmes.
- É sério? Você acha mesmo? - Falo, ainda busco disfarçar meu desconforto.
- Claro! - Ele afirma para minha infelicidade. - Assisti muitos filmes de romance clichê, o relacionamento deles dois é igual uma comédia romântica, mas com karatê, onde o casal sempre reata no final. Tenho certeza de que esses pombinhos voltam logo logo. - Vejo o acenar para alguém que é a própria Sam.
